quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Chamas já consumiram mais de metade da Mata do Cabril no Gerês


Os incêndios dos últimos dias já terão destruído "mais de metade" da Mata do Cabril, uma das três reservas integrais do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), admitiu hoje o director desta área natural.

"Ainda não temos a verdadeira noção da área ardida, porque neste momento o que nos preocupa é combater o incêndio, mas é provável que mais de metade da mata já tenha ardido", disse, à Lusa, Lagido Domingos.

Segundo o director do PNPG, o incêndio lavra desde sexta feira e continua por extinguir, "porque o combate às chamas naquela zona é muito complicado".

"Têm andado lá os sapadores florestais os GIPS (grupos de intervenção, protecção e socorro) da GNR, apoiados por meios aéreos, mas infelizmente o resultado não tem sido grande coisa. É preciso que se perceba que não é nada fácil combater o fogo naquele vale encaixado", reconheceu.

"O que me dizem, da Autoridade Nacional de Protecção Civil, é que o combate tem de ser feito por pessoal muito especializado e que conheça muito bem a zona", acrescentou.

A Mata do Cabril é constituída principalmente por um carvalhal, embora também existam azevinhais na zona da cabeceira e uma galeria ripícola junto ao rio.

"Muitas destas espécies têm uma idade muito avançada e algumas acabaram por se perder com este incêndio", disse ainda Lagido Domingos.

O dirigente da Quercus João Branco disse hoje, à Lusa, que já ardeu "mais de metade" da Mata do Cabril e criticou a alegada "fraca mobilização" de meios para o combate às chamas.

"Hoje, por exemplo, só lá está o pessoal do PNGP, sem a ajuda de qualquer bombeiro. Isto é inadmissível, quando está em causa uma mata que, pela sua riqueza, goza do mais alto estatuto de protecção", referiu João Branco.

Lagido Domingos explicou que foi apenas uma situação pontualíssima, porque o pessoal que tem estado no combate às chamas "estava extenuado", mas garantiu que estão a caminho para o local uma equipa de sapadores e um grupo de bombeiros.

"O problema é que aquele é um local muito difícil", rematou, mostrando-se esperançado que o aumento da humidade e a descida da temperatura possam ser decisivos para a extinção das chamas.

Fonte: Diário de Notícias

0 comentários:

Enviar um comentário