Faltam meios para os Vigilantes da Natureza Portugueses
No dia 31 de julho
celebra-se o Dia Mundial dos Vigilantes da Natureza e após tantos anos de
comemoração continuam a faltar meios para os Vigilantes da Natureza
Portugueses.
Os Vigilantes da
Natureza desempenham imensas tarefas, desde a vigilância, fiscalização e
monitorização do meio ambiente, da execução de censos de espécies selvagens até
à identificação de fontes poluidoras, no entanto, os meios necessários para a
concretização dessas funções não são disponibilizados pelas diferentes
entidades públicas onde desempenham funções. A falta de binóculos e monóculos
para efetuarem a monitorização de espécies, a falta de viaturas para
transportes de animais que coloquem em segurança os profissionais e os animais
transportados são uma realidade, estes simples exemplos colocam como principal
desafio à profissão a supressão da falta de meios.
O número reduzido de
elementos para tantas tarefas e as remunerações equiparadas ao ordenado mínimo
são sem dúvida um grande obstáculo à evolução e ao reconhecimento de uma
profissão que tem tudo para desempenhar o seu papel de protetor da Natureza e
educador dos homens. O planeta não necessita de ser salvo, mas sim a
humanidade!
Uma carreira especial,
que só o é para desempenhar as imensas tarefas atribuídas diariamente, mas que
já não o é quando olhamos para a folha de ordenado e para os direitos que lhes
são sonegados.
Os Vigilantes da Natureza,
nos seus patrulhamentos diários e constantes, vigiam, fiscalizam e monitorizam
o Ambiente, intervindo no domínio hídrico, património natural e
conservação da natureza. São uma presença permanente na natureza, protegem as paisagens e as áreas
classificadas, tudo fazem para garantir a salvaguarda da fauna e flora
silvestres.
A lista do que fazem é muito extensa, monitorizam espécies selvagens e habitats, recolhem e se for necessário executam os primeiros socorros a animais selvagens feridos ou debilitados, controlam o tráfico de espécies animais, fiscalizam resíduos e avaliam o seu estado de perigosidade, fazem a inventariação de fontes poluidoras e monitorizam a qualidade das águas e colaboram na reintrodução de espécies ameaçadas.
Os Vigilantes da
Natureza são sem dúvida pessoal que está no terreno, mas que não têm como
missão unicamente a proteção da Natureza e da Biodiversidade, orientando o seu
desempenho também para servir as comunidades locais e a sociedade em geral.
Devido à sua ação e cooperação com as populações, estas sentem-se mais próximas
do património natural e cultural.
Como já foi referido, a
falta de meios é um dos maiores desafios à profissão. No terreno há falta de meios operacionais para o exercício das funções,
com especial incidência nas viaturas, meios informáticos e de comunicação,
também o número de efetivos existentes em território nacional atingiu um
patamar muito preocupante.
Consideramos a formação
contínua primordial para elevar os conhecimentos técnicos que possibilitem dar
resposta à complexidade crescente de infrações ambientais com que se deparam
diariamente.
O aumento da superfície
a fiscalizar e o aumento de atribuições origina a necessidade de melhorar a
capacidade de ação destes profissionais, o que não é reconhecido pelos
decisores em relação ao Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza ao lhes negar
melhores condições de trabalho e remunerações equiparadas às funções
desempenhadas.
FELIZ DIA MUNDIAL DOS
VIGILANTES DA NATUREZA
Coruche, 24 de julho de 2022
Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza
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