Os animais geram a curiosidade do público, que no entanto não pode passar os portões do centro de reprodução de Silves. Autarquia pode vir a criar centro de interpretação, onde se poderá conhecer melhor o lince
Desde que a notícia da chegada do lince-ibérico a Silves começou a circular nos meios de comuni-cação social, a curiosidade dos populares levou dezenas de pessoas até aos portões do Centro de Reprodução do Lince-Ibérico. Mas apenas aos portões, porque dali não passam. Isto porque acima do interesse do público está a necessidade de preservar um animal em vias de extinção.
Quem procura ver o lince é informado de que o centro não é visitável, para preservar os animais do contacto com os seres humanos e para diminuir o risco de possíveis doenças nos linces.
Mas para que a curiosidade de todos possa ser satisfeita e como forma de divulgação do trabalho que é desenvolvido diariamente no centro, o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e a autarquia de Silves falam na possibilidade de criar um centro de interpretação onde se possa conhecer melhor o lince- -ibérico e de que forma todas as pessoas podem contribuir para a sua preservação.
Um projecto que para já não passa de uma intenção, até porque a prioridade, segundo os responsáveis, é criar todas as condições para que os 16 exemplares possam adaptar-se bem à nova casa e começar a preparar todas as condições para a tentativa de reprodução, que vai acontecer já no início do próximo ano.
No passado dia 1 chegaram os dois últimos machos ao centro. Éon e Calabacin vieram de Olivilla, em Espanha, para fechar o grupo reprodutivo para esta época. Pelo menos até Setembro de 2010, os 16 felinos vão ser os habitantes da Herdade das Santinhas, em Silves. Nessa altura, haverá uma avaliação do número de animais, em cada centro e poderá haver transferências, entre Portugal e Espanha, já que os dois países têm trabalhado em rede.
A adaptação dos 11 machos e cinco fêmeas tem decorrido consoante as expectativas. Os animais já reconhecem os cercados como território próprio, revelam comportamentos de adaptação aos tratadores e aos restantes animais, com a emissão de sons próprios de chamamento.
O trabalho no centro de reprodução entra claramente numa nova fase. Embora não haja registo de nenhum caso de reprodução no primeiro ano de existência dos centros, em Silves prepararam-se todas as condições para tentar quebrar esta evidência.
As expectativas centram-se no dia 15 de Janeiro. Não por razões científicas, mas porque 15 de Janeiro é sempre um dia em que são registadas cópulas entre pelo menos um dos casais reprodutores. Azahar é a fêmea com mais con- dições para tentar a reprodução, já entre os machos perfilam-se o Drago, Daman II, Enebro ou o Calabacin.
Fonte: LUSA
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