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terça-feira, 28 de julho de 2020

DIA DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - VIGILANTES DA NATUREZA







Os Vigilantes da Natureza têm mais importância na Conservação da natureza do que julgam!

APGVN

terça-feira, 19 de junho de 2018

“Ascensão e queda das áreas protegidas em Portugal”


“Ascensão e queda das áreas protegidas em Portugal”, por José Trincão Marques

Por




Jun 19, 2018

Áreas Protegidas são áreas terrestres e aquáticas interiores e áreas marinhas em que a biodiversidade ou outras ocorrências naturais apresentam, pela sua raridade, valor científico, ecológico, social ou cénico, uma relevância especial que exige medidas específicas de conservação e gestão, em ordem a promover a gestão racional dos recursos naturais e a valorização do património natural e cultural, regulamentando as intervenções artificiais suscetíveis de as degradar.

Em Portugal a primeira Área Protegida, o Parque Nacional da Peneda do Gerês, foi criada em 1971, quase cem anos após a criação do primeiro Parque Nacional do mundo, nos Estados Unidos da América (o Yellowstone National Park, criado em 1872) e mais de meio século após a criação dos primeiros Parques Nacionais em Espanha (Ordesa e Covadonga, em 1916).

O atraso de Portugal na política de conservação da natureza em termos internacionais é bem evidente, até cronologicamente.

Deve-se ao Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles a mais importante afirmação dos valores da conservação da natureza em Portugal e a implementação de medidas estruturantes logo a seguir ao 25 de Abril de 1974.

Pela primeira vez foi criada no nosso País uma Subsecretaria de Estado do Ambiente, liderada por Ribeiro Telles, pouco depois transformada em Secretaria de Estado.

Deve-se a Gonçalo Ribeiro Telles a criação de dois inovadores instrumentos políticos fundamentais na gestão e preservação dos valores paisagísticos, ambientais e de ordenamento do território: a Reserva Agrícola Nacional (em 1982) e a Reserva Ecológica Nacional (em 1983).

Foi também criado logo em 1975 o Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico, hoje transformado em Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através do qual foram sendo demarcadas ao longo do tempo as várias Áreas Protegidas portuguesas.

Hoje existem em Portugal 44 Áreas Protegidas (Parques e Reservas Naturais, Áreas de Paisagem Protegida e Monumentos Naturais) que cobrem cerca de 8% do território nacional.

A conservação da natureza sempre foi um parente pobre das políticas nacionais em geral e da política de ambiente em particular.

Tem sido notória a secundarização sistemática dos valores da conservação da natureza sob todos os outros. Tem sido evidente a falta de investimento na educação nesta área. Tem sido clara a demissão do Estado das suas funções de soberania nesta matéria.

Uma das machadadas mais mortíferas dadas nas Áreas Protegidas portuguesas foi a sua reorganização (ou desorganização) administrativa realizada em 2008, que acabou com a figura do Diretor de cada Área Protegida e criando grandes agrupamentos de Áreas Protegidas geograficamente muito distantes entre si. Esta solução, que ainda hoje persiste, veio afastar a gestão de cada uma das Áreas Protegidas dos respetivos territórios, distanciando-a das autarquias locais e das populações residentes.

A linha errática e de regressão das políticas da conservação da natureza em Portugal tem tido várias demonstrações evidentes, como a aprovação do Decreto-Lei nº135/2012, de 29 de Junho, que criou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e que concretizou a aberrante e paralisante fusão/liquidação do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade com a Autoridade Florestal Nacional.

Concomitantemente, verifica-se a diminuição constante e sucessiva dos orçamentos anuais das Áreas Protegidas, o que acentua o seu processo de desmantelamento, definhamento, enfraquecimento e declínio progressivo.

Como tem afirmado Luísa Schmidt “a história recente da conservação da natureza em Portugal é um exemplo da iniquidade e da capacidade lesiva do Estado, com alcance para muitas gerações”.

Na política de conservação da natureza falta em Portugal mais liderança, mais objetivos, mais fiscalização, mais competência técnica, mais informação e mais educação ambiental. E, já agora, mais vontade política e mais meios humanos e materiais (os vigilantes da natureza diminuíram desde o ano de 2000 até hoje de 280 profissionais, para menos de metade).

É inconcebível a existência de serviços sem chefias presentes no terreno, sem veículos automóveis, sem dinheiro para combustível, sem recursos para fiscalização, sem possibilidades de divulgação dos seus valores, sem estratégias claras e sem eficácia. Em suma, sem a dignidade que um serviço desta relevância nacional merece.

Porque os valores ambientais são um fator constitutivo da identidade do território de qualquer país.

O abandono do nosso território e da nossa paisagem natural é um sinal de ignorância, de irresponsabilidade, de falta de respeito para com as gerações futuras e de amor ao nosso país.

Os graves incêndios florestais ocorridos precisamente há um ano atrás, e que atingiram muitas Áreas Protegidas, revelaram este abandono recalcado do nosso território e um país egoísta, desequilibrado, enfermo e moribundo.

Os clarões das chamas que ardiam ao longe nas centenas de incêndios florestais, faziam lembrar as lamparinas que se vêem arder nos quartos dos doentes graves, nas noites derradeiras.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Voto de Pesar pelas espécies em risco de extinção e já extintas



No final de março passado, morreu Sudão, o último rinoceronte macho branco, deixando a subespécie à beira da extinção. Restam em cativeiro duas fêmeas já de idade avançada.
Não resta nenhum exemplar na Natureza.
Até ao final do mês de abril, encontra-se em exibição no Porto a exposição fotográfica Photo Ark, na qual o fotógrafo da National Geographic, Joel Sartore, apresenta fotografias de algumas das cerca de 12 000 espécies em vias de extinção (aves, peixes, mamíferos, répteis, anfíbios e invertebrados), com o objetivo de sensibilizar para a necessidade de preservar as espécies.
Um problema à escala mundial e que diz respeito a todas e todos nós.
Vários cientistas têm alertado para o facto de estarmos a assistir à sexta extinção em massa na história da Terra, sendo a causa da presente extinção a ação humana.
De acordo com Gerardo Ceballos , um dos vários cientistas que alertaram a Humanidade: “A vida selvagem está a desaparecer devido à destruição do habitat, à poluição, à invasão de espécies exóticas e às alterações climáticas. Mas a principal causa é a sobrepopulação humana, o crescimento populacional contínuo e o superconsumo”.
Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) o cenário não é menos dramático: a Terra tem hoje 25.821 espécies ameaçadas de extinção, e Portugal tem 338 espécies nesta lista, sendo 96 plantas e 239 animais. Se contarmos com categorias como “Informação Insuficiente” ou “Pouco Preocupante”, só a lista vermelha de plantas de Portugal chega às 633 espécies. E quanto a animais, Portugal tem nesta lista duas espécies já extintas, 70 Criticamente em Perigo, 53 Em Perigo e 116 Vulneráveis.
E se os países com mais espécies de animais ameaçadas são a Indonésia, Madagáscar, Índia, Malásia e as Filipinas, na Europa, Espanha é a líder desta tabela, onde um país está no topo por motivos negativos.
Portugal vem num pouco honroso 4º lugar . Lobo-ibérico, lince-ibérico, águia-imperial-ibérica, abutre-preto e saramugo são apenas algumas das espécies em perigo de extinção no nosso País.
Em Lisboa, existe o registo de ocorrência de algumas espécies cujo estatuto de ameaça é bastante preocupante segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal de 2008. O cágado-de-carapaça- estriada tinha o estatuto “Em perigo” assim como o Pato-negro, o Merganso-de-poupa, a Andorinha-do-mar-comum, o Goraz, a Águia-de-bonelli e a Coruja-do-nabal. Com estatuto “Vulnerável” estão registadas em Lisboa 3 espécies de mamíferos (Morcego-de-peluche, Morcego-de-ferradura-grande e Morcego-rato-grande) e 17 espécies de aves, como por exemplo, o Noitibó-cinzento, Perna-verde, Colhereiro, Açor, Falcão-peregrino, Felosa-das-figueiras e Chasco-ruivo, entre outras. Estes dados dizem respeito aos registos existentes até 2015 patentes no documento Biodiversidade na Cidade de Lisboa: uma estratégia para 2020, pelo que o estado actual destas e outras espécies é desconhecido.
Enquanto eleitas e eleitos pela população de Lisboa para a representar na Assembleia Municipal, de acordo com a legislação em vigor, cabe pronunciarmo-nos sobre assuntos de especial relevância para o Município.
A extinção de espécies é sem dúvida um desses assuntos de especial relevância para toda a Humanidade, para o planeta Terra, para o nosso País, para o nosso Município.

Assim, por proposta do Grupo Municipal do Pessoas -Animais – Natureza, a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida a 24 de abril de 2018, ao abrigo do artigo 25.º, n.º 2, alínea k) do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, delibera:

1. Manifestar o seu pesar pela ameaça de extinção que pesa sobre diversas espécies, colocando em causa a biodiversidade;
2. Exprimir a sua condenação por todos os atos e omissões que colocam em risco de extinção as diversas espécies;
3. Enviar o presente voto para as associações de protecção animal e ambiental.
Lisboa, 20 de abril de 2018
O Grupo Municipal
Pessoas - Animais – Natureza

Miguel Santos
Inês de Sousa Real
(Deputados Municipais)

domingo, 8 de outubro de 2017

Verdes acusam Governo de desresponsabilização


O partido os Verdes transmitiu hoje preocupação perante a "desresponsabilização" da administração central na conservação da natureza, agravada com a progressiva transferência da direção e gestão das áreas protegidas para as autarquias.

Na sua análise da proposta de revisão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade, que esteve em consulta pública até 30 de setembro, o Partido Ecologista os Verdes (PEV) alerta para "a municipalização da natureza" e defende o reforço de meios, nomeadamente de guardas e vigilantes.

"É com grande preocupação que o PEV vê esta contínua desresponsabilização da administração central em relação à conservação da natureza e à gestão da rede de áreas protegidas", salienta em comunicado.

Desresponsabilização que "é aprofundada com esta estratégia ao pretender passar progressivamente a direção e gestão das áreas protegidas para as autarquias locais", acrescenta.

"A extinção das direções das áreas protegidas foi um erro que tem contribuído para o processo de degradação" de vários destes espaços, critica o PEV.

Os Verdes defendem que devem ser retomadas as direções para cada área protegida, numa aposta na gestão de proximidade, por isso, os parques e reservas nacionais e naturais "devem ser dotados de uma direção e de um diretor".

Mas, aponta, o diretor "deve ser indicado e responder perante o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]".

"Logicamente não podemos descurar o importante papel que as autarquias têm a desempenhar nas áreas protegidas e que por isso devem estar representadas", admite, no entanto o PEV.

A sua posição é que a salvaguarda do património natural, "que a todos pertence, deve ser encarado como um todo e por isso mesmo gerido pela administração central, com uma estratégia nacional".

Os Verdes garantem continuar a propor em sede de Orçamento do Estado o reforço dos meios humanos, materiais e financeiros -nomeadamente no que respeita ao corpo de guardas e vigilantes da natureza -, para obter um aumento progressivo, durante os próximos dez anos.

Segundo os Verdes, o continente deve ter, pelo menos, 300 guardas e vigilantes, "pelo que o reforço anual deve ser de 50", até se atingir esse número, sendo que, referem, o corpo destes profissionais tem atualmente 118 elementos, estando previsto um reforço de 30 elementos até final do ano.

Reclamam a concretização de um levantamento exaustivo e "o mais real possível" da situação dos habitats e espécies da fauna e da flora portuguesas.

No parecer enviado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o PEV critica o período escolhido para a consulta pública do documento, coincidindo com a campanha para as eleições autárquicas, transmite dúvidas acerca da "verdadeira eficácia" do documento, já que "a primeira versão, em vigor desde 2001, foi implementada de forma muito deficitária", e refere que esta revisão "peca por tardia", tendo sete anos de atraso.

Os Verdes apontam a necessidade de um reforço de medidas para aumento da biodiversidade, de um plano de ação para a redução das mortes da fauna por atropelamento nas estradas portuguesas e de encontrar forma de travar a monocultura florestal nas áreas protegidas.

Fonte: DN/LUSA

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Campismo selvagem não é o mesmo que selvajaria


Campismo selvagem 
Sempre associei o campismo selvagem às pessoas que amam a Natureza e adoram viver momentos únicos em locais de grande beleza. Considerava estes campistas como uns verdadeiros ecologistas, que viviam na Natureza sem o conforto a que estamos habituados a usufruir no dia a dia!
Pura ilusão! Enorme desilusão! 
Ao percorrer a costa portuguesa deparei com imensos campistas selvagens, que praticam autênticos actos de selvajaria, por onde passam deixam um rasto de destruição e de imundice, brinda-nos com montanhas de lixo, muitos com algum requinte, o que demonstra o seu alto civismo, pasmem! Alguns dos inúmeros sacos cheios de lixo que deixam no local onde pernoitaram estão atados, o que demonstra a sua enorme preocupação ambiental e o enorme gosto pela Natureza, devem pensar que alguém tem a obrigação de recolher o seu lixo porque ele como campista selvagem tem uma imagem a manter, ou seja, praticar selvajaria!
Quando os Vigilantes da Natureza deparam com os campistas selvagens, os verdadeiros, estes compreendem que não é permitido acampar em espaços selvagens e saem livremente e com a preocupação de não deixarem vestígios da sua presença, quando deparam com os praticantes de selvajaria a situação fica mas complicada para além de não acatarem o que lhes é pedido, ainda consideram normal deixarem espalhado o lixo que produziram. Para além disso consideram a contraordenação uma afronta aos seus direitos cívicos. Como a maioria destes cidadãos são estrangeiros o pagamento da coima nunca é efetuado, com os nacionais acontece precisamente o mesmo devido à demora da instrução dos processos, motivado pelo escasso número de juristas a desempenhar funções no ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Está na altura da situação mudar, quem ama a Natureza sabe respeita-la e sabe que a sua liberdade termina quando as suas  acções prejudicam os outros cidadãos e o equilíbrio existente na vida selvagem.
APGVN




terça-feira, 20 de junho de 2017

A tragédia abateu-se sobre Portugal, Espanha envia mensagem


A APGVN - Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza lamenta profundamente a tragédia que se abateu sobre a região de Pedrogão Grande e endereça a todos os familiares das vitimas deste terrível acontecimento as nossas mais sinceras condolências.
Destacamos a mensagem de condolências e de apoio a todos os Portugueses dos nossos companheiros Agentes Florestais Juan J. Novoa e Juan Manuel Alvarez Quiñones em nome pessoal e da AEAFMA - Asociación Española de Agentes Forestales y Medioambientales.


APGVN

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Tartaruga salva pelos Vigilantes da Natureza do Faial



Uma tartaruga-boba (Caretta caretta) juvenil arrojou esta segunda-feira na praia do Porto Pim, tendo sido resgatada pelo corpo de Vigilantes da Natureza do Parque Natural do Faial.

 
De acordo com nota do GACS, a tartaruga, que mede cerca de 16,6 cm e pesa 517 gramas, foi encontrada na preia-mar, semienterrada na areia, tendo sido limpa e encaminhada para o Aquário de Porto Pim, onde se encontra em recuperação.


A tartaruga-boba está incluída na Lista Vermelha do IUCN - International Union for Conservation of Nature, com o estatuto de conservação “ameaçada”, e também no Apêndice I da CITES - Convention on International Trade in Endangered Species.

Este animal, que pode viver cerca de 100 anos, passa a sua juventude no Atlântico Norte, antes de regressar à costa oeste do continente americano para reprodução.

Nesta altura do ano é frequente arrojarem tartarugas-bobas juvenis devido aos ventos fortes que se fazem sentir.



Fonte: Ana Carvalho Melo /Açoriano Oriental

quarta-feira, 1 de março de 2017

Eucaliptos, Reformas e florestas de equívocos


26-02-2017 por João Camargo

"Quando a terra deixa de fumegar e as cinzas dos incêndios de verão amansam, o debate acerca das florestas normalmente deixa de estar presente na sociedade portuguesa. Não foi assim desta vez"


Quando a terra deixa de fumegar e as cinzas dos incêndios de verão amansam, o debate acerca das florestas normalmente deixa de estar presente na sociedade portuguesa. Não foi assim desta vez. O ministério da Agricultura anunciou uma "reforma florestal" e a brigada do eucalipto cedo pôs mãos à obra. No fim, pouca gente concorda com aquilo a que Capoulas Santos chama de "reforma sem equívocos". Resta saber se os pressupostos da reforma estão equivocados, se os críticos criticam equivocadamente ou se a própria reforma é um equívoco,.
A minha resposta às três perguntas é sim: a reforma é um equívoco, os pressupostos da mesma estão equivocados e os críticos criticam equivocadamente, quer por má-interpretação, quer por má-fé.
Recebi recentemente documentos acerca de um caso que é uma espécie de corolário da razão pela qual a ideia de reforma foi posta em cima da mesa: a total desregulação garantida pela lei dos eucaliptos, DL 109/2013. Nas Caldas da Rainha, uma pequena proprietária de um pomar de meio hectare recebeu em 2015 a notícia de que no terreno contíguo ao seu, também uma pequena área de 0,85ha, seriam plantados 0,64 hectares de eucalipto. O projecto, abaixo de uma área de 2 hectares, recebeu deferimento tácito. Deu entrada no ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, e tinha como objectivo arborizar para reconverter e rentabilizar o terreno a partir da produção de material lenhoso para celulose. A pequena área confinava com espaços agrícolas, zonas de matos e florestas, e continha sobreiros, que segundo o projecto (e a lei), seriam preservados. Os eucaliptos seriam plantados num compasso de 3m por 1,7m. Segundo uma lei, não revogada, de 1927 (DL 13658, de 20 de Maio), as plantações de eucaliptos têm de ter uma faixa de 20 m de distância de terras cultivadas.
A pequena proprietária viu os eucaliptos serem plantados a 1m do seu pomar e viu os sobreiros serem cortados para lenha. Hoje, os eucaliptos plantados num compasso de 1,5m x 2,2m, têm 3m de altura e em breve cobrirão o sol das macieiras do seu pomar. Entretanto, e porque pretende continuar a ter um pomar, apresentou queixa à GNR (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente), se seguida ao ICNF, chegando ao Ministro da Agricultura, que remeteu para o Secretário de Estado das Florestas que, por sua vez, a remeteu de volta ao ICNF. Inspecção no terreno? Não existiu. Acção para repor a legalidade? Nada.
A lei dos eucaliptos (DL 96/2013) de Assunção Cristas e Francisco Gomes da Silva funciona perfeitamente. Ela não requeria apenas a liberalização da plantação de eucaliptos nas pequenas propriedades (áreas inferiores a 2 hectares) como a total incapacidade das autoridades, nomeadamente o ICNF, para fiscalizar o que quer que fosse (inclusivamente para accionar um mecanismo dessa lei, o artigo 13º, de reposição da situação anterior). O pomar desta pequena proprietária é só um de milhares por todo o país afectado por esta lei de encomenda. Acrescem estufas, outras áreas agrícolas, áreas protegidas, áreas florestais públicas e privadas.
O primeiro equívoco é o nome: "reforma" foi a expressão que Capoulas Santos inventou para evitar dizer que faz parte do programa de governo revogar a lei dos eucaliptos. O Partido Socialista nunca foi um oponente à eucaliptização do país e hoje continua a não sê-lo. Mas o acordo de governo com o Partido Ecologista "Os Verdes" impôs a revogação. A mais que tímida formulação recentemente apresentada pelo ministro, de que se basearia na Estratégia Florestal Nacional do governo anterior para congelar a área de eucaliptal nos valores de 2010 (812 mil hectares de eucaliptal) demonstra bem quão pouco convicta é a posição do Partido Socialista. A "reforma florestal" de Capoulas Santos, que inclui outros pontos como a criação de um sistema de banco de terras para as propriedades abandonadas, um regime de apoios fiscais à criação de empresas e cooperativas para gerir áreas florestais, nomeadamente as abandonadas, e a atribuição aos municípios de competências para autorizar acções de arborização e rearborização, é um desvio importante do programa e um importante equívoco no que diz respeito aos principais problemas da floresta: abandono, monocultura, incêndio, desflorestação. Perante a impotência do Estado, reforça-se a impotência.
Naturalmente os defensores do eucalipto, desde a indústria à academia, passando por antigos governantes com responsabilidades no sector, têm uma posição crítica em relação à ideia (por tímida que seja) do governo congelar a área de eucaliptal. Nunca seria congelada nos 812 mil hectares de 2010, já que esse valor está ultrapassado há muito e provavelmente a área de eucaliptal já estará próxima dos 900 mil hectares (apesar da perda de 150 mil hectares de floresta nos últimos 15 anos em Portugal). Os seus argumentos variam pouco e são os mesmos há décadas: a área florestal actual é a  melhor possível e não seria possível outra. Os Doutores Pangloss da floresta não concebem uma floresta que não seja o monopólio das empresas da celulose, o Estado é um mau gestor (sempre curioso vindo de quem já geriu as áreas florestais a partir do Estado), os incêndios têm a ver com o abandono mas o abandono não tem nada a ver com o maior monopólio e com a espécie mais plantada no país. Os fogos não poderiam ser prevenidos de maneira que prejudicasse o monopólio, por isso que ardam os eucaliptos e o resto das espécies também. Chega-se a dizer que as florestas ardem por não serem competitivas, que a floresta não é um bem público, mas uma questão económica.  E a área florestal cai, os incêndios agravam-se e até os tais magros rendimentos aos produtores caem. Mas vivem na melhor monocultura possível, porque pensar uma floresta que não seja monocultura e que não seja monopólio é inadmissível. Outro equívoco: achar que a monocultura de uma espécie é uma floresta.
Desligada de uma estratégia de desenvolvimento rural e de defesa do território contra as alterações climáticas, a floresta de equívocos continuará a ser contenda política sem conclusão, com áreas florestais cada vez mais pequenas e degradadas. Em toda a reforma não há nenhuma referência a uma subida marcadíssima de temperatura e a um decréscimo importante de precipitação. A destruição do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, fundido com a Autoridade Florestal Nacional por Assunção Cristas no anterior governo, garantiu que a conservação da natureza e da biodiversidade nas áreas florestais não é hoje mais do que uma nota de rodapé colocada no capítulo da "Responsabilidade Social" das celuloses. O governo português entretanto subsidia a indústria com milhões de euros para continuar, além do eucaliptização, a despejar resíduos cuja toxicidade transforma rios como o Tejo em fossas sépticas. A própria imprensa, como o Jornal de Negócios, organiza cocktails de industriais da pasta de papel para estes se louvarem a si mesmos e ao seu próprio produto, assumindo, valha isso, que "a indústria não quer ter floresta".
Há quem descubra com espanto que a limitação da plantação de eucaliptos é um condicionante aos lucros da indústria da celulose. Há quem não perceba ou finja não perceber que a degradação nas áreas florestais associada à plantação do eucalipto só dá dinheiro ao monopólio celulose, e que só por isso é que era incentivada, e mesmo hoje continua, com obstáculos menores.
À "reforma florestal" falta a coragem política para assumir a regressão da monocultura e do monopólio do eucalipto e da celulose, que se impôs no país não por condições naturais, mas por investimentos estratégicos na política e na formação, na empresarialização do ensino, que produz mais operários acríticos do que observadores sérios. O lobby surfa por entre ciclos políticos, oscilando entre a ignorância e o favor. Milhares de almoços, jantares, reuniões, formações, projectos-piloto e investimentos garantem a conformação a uma ideologia de degradação ambiental como algo inultrapassável e até, em alguns casos, desejável.

A área florestal nacional precisa de acabar com equívocos. Perde-se-ão todas as oportunidades sempre que se achar que é possível defender a floresta sem cortar no monopólio dos eucaliptos e nos lucros da Navigator Company e do Grupo Altri.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Comunicado de Imprensa da APGVN, Florestas



COMUNICADO DE IMPRENSA

A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GUARDAS E VIGILANTES DA NATUREZA PEDE UMA RÁPIDA ATUAÇÃO DO GOVERNO NA DEFESA DA FLORESTA

A nossa floresta, habitat de inúmeras espécies, purificador do ar e da água, protetora do solo, reguladora do clima, geradora de emprego, encantadora para os turistas e enriquecedora da gastronomia, está em risco!
A floresta é sem dúvida um dos maiores e mais importantes recursos naturais do país e tem dado provas disso, onde outrora imperavam os carvalhos, os sobreiros e as azinheiras, os castanheiros, as cerejeiras-brava, os loureiros, os teixos, as bétulas, os salgueiros, os amieiros ou os freixos, predominam hoje os eucaliptos.
A plantação de novos eucaliptais está a aumentar de forma galopante, de 1 de janeiro de 2017 até 23 de fevereiro de 2017 entraram na entidade competente aproximadamente 2000 pedidos de arborização, esmagadoramente de eucaliptos.
É urgente a alteração do Decreto-Lei n.º 96/2013 de 19 de junho, antes que seja demasiado tarde para a nossa floresta e para a biodiversidade associada.
É imprescindível o estabelecimento de medidas de gestão sustentável da floresta e da promoção do uso de espécies autóctones como opções economicamente viáveis.
A APGVN pede assim ao Governo que altere a legislação atual referente a arborização e reflorestação com urgência.
Alcochete, 23 de Fevereiro de 2017


Para mais informações contactar:

Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza
Francisco Correia 968 466 240

segunda-feira, 4 de abril de 2016

No hay que temer al lobo: un depredador necesario


Por Fernando Palacios y Xiomara Cantera (CSIC)*

Para que un ecosistema funcione es necesario que haya una buena cobertura vegetal de la que se alimenten gamos, ciervos, cabras montesas, corzos o jabalíes. Pero también se requiere la presencia de depredadores naturales que regulen sus poblaciones y eviten que los herbívoros lleguen a esquilmar la flora. Ese es el papel del lobo ibérico –Canis lupus signatus– en los hábitats de la Península Ibérica.
La conservación del lobo es un tema complejo que levanta pasiones a favor y en contra. Hay asociaciones que reivindican medidas para su conservación y también sectores, como el de los ganaderos, que se ven obligados a lidiar con su presencia. Pero, ¿hasta qué punto los lobos les perjudican?
Analicemos los datos. Según la Consejería de Fomento y Medio Ambiente de Castilla y León, en 2014 se documentaron 940 ataques de lobos al ganado. El acercamiento inusual de estos mamíferos carnívoros a los rebaños de animales domésticos se produce porque en los espacios donde aún sobreviven también hay actividad ganadera y una fuerte presión para aumentar las áreas de pasto. Además existe una gestión forestal que prima la producción de madera, lo que hace que los bosques pierdan productividad primaria (por ejemplo, en los pinares se elimina el  matorral). Así, los ungulados salvajes, especialmente los herbívoros, cada vez escasean más, por lo que el lobo se alimenta de animales domésticos.
Pero también existen áreas sin lobos donde hay exceso de herbívoros salvajes que, al entrar en contacto con el ganado, actúan como vector trasmisor de enfermedades. Según la Junta de Extremadura, en 2015 hubo que sacrificar 7.526 reses por un brote de tuberculosis bovina, cada vez más extendida por el aumento de jabalíes y ciervos en la región. Si se comparan las cifras, ¿hasta qué punto es cierto que los lobos perjudican a los ganaderos? Hay territorios en los que hay tal cantidad de ciervos y cabras montesas que incluso los Parques Nacionales programan batidas de caza para reducir su número. Son lugares en los que ya no quedan lobos que regulen el crecimiento desmedido de estas poblaciones.

El Duero: una frontera para la caza

El Proyecto LOBO propone la elaboración de un censo ciudadano independiente. /Mauricio Antón.
Aunque la especie goza del máximo nivel de protección según la normativa europea, en cada comunidad autónoma se aplican normas diferentes para la gestión del lobo. En Madrid y Castilla La Mancha las administraciones no permiten su caza. También en Portugal está estrictamente protegido. Sin embargo, en Galicia y al norte del río Duero en Castilla y León el lobo es una especie cinegética, por lo que, si su estado de conservación es favorable, pueden cazarse ejemplares. La caza se regula a través de cupos que no tienen en cuenta el furtivismo, ni la estructura social de las manadas, ni el número real de ejemplares vivos –Castilla y León estableció un cupo de 143 lobos para 2015-2016–.
Para mantener un ecosistema y las especies que lo pueblan, la caza no debería ser una herramienta de conservación. La gestión tendría que dirigirse a proteger las especies y su equilibrio, lo que pasaría por dejar que creciera una cobertura de vegetación natural que albergara presas salvajes para el lobo. Sin embargo, lo que se está haciendo es convertir al ser humano en el depredador de los grandes herbívoros y también del lobo.
El censo de 2013-2014 de la Junta de Castilla y León señala que se han detectado en esa comunidad 179 grupos de lobos, 152 al norte del Duero y 27 al sur. La Administración calcula que cada grupo está compuesto por 9 miembros, pero según los científicos las manadas en la península raramente llegan a tener 6. Esto hace suponer que los resultados del censo son excesivamente optimistas sobre el aumento de lobos en la última década. Se da también la paradoja de que los encargados de elaborar estos censos son los mismos que establecen los cupos de caza, hecho por el que han surgido voces que denuncian la manipulación de las cifras. Por su parte, el último censopublicado por el Ministerio de Medio Ambiente tampoco recoge el número de individuos. Según el documento, actualmente hay 297 manadas en toda España. Esta cifra y los ataques al ganado justifican para la ministra en funciones, Isabel García Tejerinaretirar la protección al lobo y permitir su caza en todo el territorio.
Un primer paso para proteger al lobo ibérico es conocer el número real de ejemplares existentes. A ese propósito responde la iniciativa Proyecto LOBO que propone la elaboración de un censo independiente con la colaboración de ciudadanos y diferentes actores implicados. El objetivo no es solo contar los ejemplares que habitan nuestras montañas, sino analizar el estado de conservación de los lobos y de los hábitats naturales que aún recorren estos supervivientes de la persecución humana.

* Fernando Palacios es investigador del CSIC en el Museo Nacional de Ciencias Naturales (MNCN). Xiomara Cantera trabaja en el área de comunicación del MNCN y dirige la revista NaturalMentePara saber más, consulta el artículo Lobos para recuperar la biodiversidad’.


quinta-feira, 10 de março de 2016

A sul-africana que arrisca a vida por uma fotografia perfeita


A sul-africana Shannon Benson – ou Shannon Wild, como gosta de ser chamada – já andou de mãos dados com a tromba de um elefante, foi lambida por um leopardo, atacada por uma chita e mordida por cães, cobras e lagartos.
Esta fotógrafa de vida selvagem, de 36 anos, passou o último ano a tentar obter as melhores fotografias de animais, nem que para isso seja necessário estar frente-a-frente com eles. “Sou tão apaixonada por animais que quero ter o maior número possível de fotos deles. Tenho muitas cicatrizes e histórias para contar dos longos anos em que trabalhei com a vida selvagem. Alguns animais foram longe demais”, explicou Shannon ao Mail Online. Ainda assim, garante, que isso não a desencoraja.
“Olha para isto de uma forma muito simples: não deveríamos ser um chef se nunca nos queremos queimar com comida a ferver; com a fotografia de vida selvagem acontece o mesmo”, continuou Shannon, que ainda assim garante ter-se mantido sempre calma nas situações mais complicadas. Mesmo quando esteve perto de um leão.

Fonte: Green Savers

quinta-feira, 3 de março de 2016

Dia Internacional da Vida Selvagem celebra-se hoje


Dia Internacional da Vida Selvagem

O Dia Internacional da Vida Selvagem celebra-se hoje,  dia 3 de março, e a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza não poderia deixar passar em claro esta importante data.
Não organizámos nenhum evento, nenhuma comemoração especial porque para os Vigilantes da Natureza todos os dias são de celebração da vida selvagem.
Dedicamos os nossos dias à proteção da vida selvagem, que tentamos preservar a todo o custo, apesar do número escasso de Vigilantes da Natureza existentes em Portugal, 117 no ICNF-Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, 13 na APA-Agência Portuguesa do Ambiente, 27 nas CCDR-Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, 38 na Região Autónoma da Madeira e 33 na Região Autónoma dos Açores.  
Em 1975 os Vigilantes da Natureza foram instituídos como um Corpo Especializado na Preservação do Ambiente e Conservação da Natureza. Asseguram, nas respetivas áreas de atuação (áreas protegidas, CCDR, APA e Regiões Autónomas), as funções de vigilância, fiscalização e monitorização relativas ao ambiente e recursos naturais, nomeadamente no âmbito do domínio hídrico, do património natural e da conservação da natureza.

Apesar das condições de trabalho serem insuficientes e a falta de equipamentos individuais e coletivos uma realidade, os Vigilantes da Natureza tudo fazem para preservar a vida selvagem.
 O objetivo desta comemoração criada em 2013 pela ONU é celebrar a fauna e a flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies animais selvagens. Foi escolhido o dia 3 de março para esta efeméride já que foi neste dia, em 1973, que foi criada a CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.
Este dia tem como intenção relembrar o contributo das plantas e dos animais selvagens para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar da humanidade, além de alertar para os perigos diários que a vida selvagem corre em diversas frentes.
Estima-se que existem mais de 100.000 reservas, parques e áreas protegidas espalhadas pelo globo, mas a humanidade continua de costas voltadas para a vida selvagem.
Aproveitamos a ocasião para relembrar os companheiros (61 em 2014 e 57 em 2015) que faleceram na defesa da vida selvagem em todo o mundo.
APGVN

quarta-feira, 2 de março de 2016

Fêmea de lince ibérico encontrada morta no Alentejo


LUSA 2 de Março de 2016, às 11:58

A fêmea de lince-ibérico Myrtilis, que tinha sido libertada na natureza, no Alentejo, no passado mês de janeiro, foi encontrada morta na terça-feira, informou hoje o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Myrtilis "foi encontrada morta, pela equipa de campo do ICNF, numa zona próxima do local de solta, no decurso da monitorização dos animais reintroduzidos na região de Mértola", explica o instituto, num comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo o ICNF, o cadáver de Mírtilis vai ser encaminhado para a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa para realização de necropsia e apuramento das causas da morte, as quais "são ainda desconhecidas".
Myrtilis é o segundo exemplar de lince-ibérico encontrado morto de entre os 16 animais já libertados no Parque Natural do Vale do Guadiana, no concelho de Mértola, no distrito de Beja, desde dezembro de 2014, quando começou a libertação de exemplares da espécie em território português, no âmbito do projeto de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince-Ibérico em Espanha e Portugal "LIFE+Iberlince".
A fêmea "Kayakweru", que tinha sido libertada na natureza em fevereiro de 2015, no âmbito da 1.ª época de reintrodução de lince-ibérico em Portugal, foi o primeiro exemplar de lince-ibérico a ser encontrado morto, em março daquele ano, depois de ter sido vítima de envenenamento.
Myrtilis fazia parte do grupo de três linces ibéricos, duas fêmeas e um macho, que tinham sido libertados na natureza, no dia 25 de janeiro deste ano, no âmbito da 2.ª época de reintrodução da espécie em Portugal.
Com a morte de Myrtilis, desce de 16 para 15 o número de linces ibéricos a viver livres na natureza, no concelho de Mértola, desde dezembro de 2014, no âmbito do projeto "LIFE+Iberlince".
No âmbito da 2.ª época de reintrodução da espécie em Portugal, que prevê a libertação de um total de nove linces-ibéricos este ano no concelho de Mértola, já foram libertados sete animais, ou seja, as fêmeas Myrtilis (encontrada morta na terça-feira) e Mirandilla e o macho Monfragüe, no dia 25 de janeiro, a fêmea Macela, no dia 08 de fevereiro, e as fêmeas Mesquita e Malva e o macho Mel, no dia 19 de fevereiro.
No âmbito da 1.ª época de reintrodução da espécie em Portugal, que arrancou em dezembro de 2014 e decorreu até maio de 2015, foram libertados, no concelho de Mértola, 10 linces-ibéricos, mas só nove estão vivos, devido à morte da fêmea Kayakweru.
LL // MLM


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Países africanos estão a construir muralha verde


Onze países africanos estão a desenvolver um plano ambicioso para proteger as terras aráveis do deserto do Sahara. O projecto, idealizado pelo Djibuti, Eritreia, Sudão, Chade, Níger, Nigéria, Mali, Burkina Faso, Mauritânia e Senegal, vai plantar várias árvores na região do Sahel e Sahara, criando uma Grande Muralha Verde.
Orçado em €1,8 mil milhões, o projecto começou a ser pensado em 2007 e terá 15 quilómetros de largura e 7.775 de comprimento ao longo do continente, do Senegal, na parte oeste de África, ao Djibuti, no leste.
A desertificação é um dos maiores problemas da África subsariana, podendo afectar até 40% dos terrenos desta região e expondo 500 milhões de pessoas às suas consequências nefastas.
Segundo o Quartz, a erosão da terra e decréscimo da chuva têm danificado os projectos agrícolas, exposto comunidades a riscos de saúde ligados às tempestades de areia e escassez de alimentos.
“A agricultura é mais fácil para nós. O gado pode morrer a qualquer momento e, se tal acontecer, estamos condenados a viver como nómadas”, explicou ao Quartz um habitante do norte do Senegal. “Com a agricultura não precisamos de nos mudar”.
A ideia original para esta parede verde partiu do antigo presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, em 2005, e foi levada à União Africana em 2007. No entanto, é o Senegal que mais tem lutado para que o projecto vá para a frente.
O Banco Mundial garantiu o co-financiamento, assim como as Nações Unidas. Na recente Cimeira do Clima de Paris, o presidente francês François Hollande prometeu a doação de €1000 milhões por ano até 2020 para os esforços de anti-desertificação, incluindo este projecto.

Fonte: Green Savers

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Colombia: El doloroso asesinato del líder del Casanare Daniel Abril


Defensor del medio ambiente, del agua, del territorio, de los derechos humanos en Casanare

Por: Movimiento Nacional de Víctimas de Crímenes de Estado |noviembre 16, 2015

Los hechos ocurrieron a las 6:40 p.m. del 13 de noviembre, a la altura del sitio conocido como La Virgen en su natal municipio de Trinidad (Casanare), exactamente en la silla de una panadería a donde llegaron y le dispararon, al parecer, fueron tres impactos de bala que cegaron su vida.
Un líder campesino, un llanero valiente y noble fue quitado del camino de los intereses de las multinacionales del petróleo, de los despojadores de tierra a quienes denunció, como a los corruptos del Estado a quienes señaló sin reservas.
Daniel Abril sufrió persecución constante: un intento de desaparición forzada por la policía y gracias a la intervención del Comité Cívico por los Derechos Humanos del Meta sobrevivió. Fue enjuiciado injustamente.
Participó en todas las protestas contra las petroleras, develando y denunciando los graves impactos de estas en la región.
En el año 2014 participó activamente en las audiencias públicas de Derechos Humanos y Medio Ambiente en Trinidad convocadas por el entonces Representante a la Cámara Iván Cepeda Castro.
Adelantaba con instituciones de Derechos Humanos denuncias contra Corporinoquía por su inoperancia y complacencia con las multinacionales petroleras que arrasan con el agua del Casanare, su directora Martha Plazas a quien le mostró pruebas; denunció a las autoridades por violaciones a los Derechos Humanos y era un referente de las víctimas en el municipio y en el departamento.
Hacía dos meses tuvo un incidente  con la ya temible  Brigada XVI del Ejército Nacional con sede en la Ciudad de Yopal.
Hacia parte de plataformas como la Voz de la Tierra, Movimiento Nacional de Víctimas de Crímenes de Estado, el Congreso de los Pueblos, del Comité Cívico por los Derechos Humanos del Meta y trabajaba mancomunadamente con la Corporación COSPACC y con la Corporación Claretiana NPB en defensa de la Ecología y los Derechos Humanos.
En este momento de dolor, nuestro acompañamiento sincero a su señora madre y señor padre, a sus hermanas y hermanos y a su hijo de 12 añitos.
SOLICITAMOS

Que la Fiscalía General de la Nación Investigue inmediatamente los móviles y responsables de este asesinato.
Al Ministerio del Interior cumplir con su deber de proteger a los ambientalistas, dirigentes y defensores de derechos humanos en el departamento del Casanare, de  la Cumbre Agraria y Campesina, Étnica y Popular.
Al gobernador del departamento realizar un consejo de Seguridad con presencia de delegados de organizaciones sociales para establecer el contexto en que se dieron los hechos.
A los organismos multilaterales ONU, OEA, UEU hacer seguimiento a las distintas denuncias realizadas por o en las que participó Daniel Abril con organizaciones sociales, a fin de que el Gobierno Nacional garantías para los ambientalistas y defensores de derechos humanos.
A la Defesaría Nacional del Pueblo realizar una alerta temprana y exigir al gobierno nacional la protección a los ambientalistas y defensores de derechos humanos.
A las organizaciones sociales ambientalistas y de derechos humanos del mundo, exigir al gobierno nacional la protección de la comunidad de los derechos humanos y ambientalistas en Colombia.