terça-feira, 19 de setembro de 2017

Campismo selvagem não é o mesmo que selvajaria


Campismo selvagem 
Sempre associei o campismo selvagem às pessoas que amam a Natureza e adoram viver momentos únicos em locais de grande beleza. Considerava estes campistas como uns verdadeiros ecologistas, que viviam na Natureza sem o conforto a que estamos habituados a usufruir no dia a dia!
Pura ilusão! Enorme desilusão! 
Ao percorrer a costa portuguesa deparei com imensos campistas selvagens, que praticam autênticos actos de selvajaria, por onde passam deixam um rasto de destruição e de imundice, brinda-nos com montanhas de lixo, muitos com algum requinte, o que demonstra o seu alto civismo, pasmem! Alguns dos inúmeros sacos cheios de lixo que deixam no local onde pernoitaram estão atados, o que demonstra a sua enorme preocupação ambiental e o enorme gosto pela Natureza, devem pensar que alguém tem a obrigação de recolher o seu lixo porque ele como campista selvagem tem uma imagem a manter, ou seja, praticar selvajaria!
Quando os Vigilantes da Natureza deparam com os campistas selvagens, os verdadeiros, estes compreendem que não é permitido acampar em espaços selvagens e saem livremente e com a preocupação de não deixarem vestígios da sua presença, quando deparam com os praticantes de selvajaria a situação fica mas complicada para além de não acatarem o que lhes é pedido, ainda consideram normal deixarem espalhado o lixo que produziram. Para além disso consideram a contraordenação uma afronta aos seus direitos cívicos. Como a maioria destes cidadãos são estrangeiros o pagamento da coima nunca é efetuado, com os nacionais acontece precisamente o mesmo devido à demora da instrução dos processos, motivado pelo escasso número de juristas a desempenhar funções no ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Está na altura da situação mudar, quem ama a Natureza sabe respeita-la e sabe que a sua liberdade termina quando as suas  acções prejudicam os outros cidadãos e o equilíbrio existente na vida selvagem.
APGVN




1 comentários:

  • Fui durante vários anos autocaravanista e vi de tudo - para o bem e para o mal. Um dos problemas no nosso país é o facto de haver poucos locais autorizados, para que haja permanência de autocaravanas, com serviços mínimos de limpeza de depósitos de águas sujas, abastecimento de águas limpas, carregamento de baterias, ainda que mediante pagamento; as autocaravanas não precisam de permanecer em parques de campismo, exactamente porque têm uma grande autonomia - mas necessitam de locais espalhados pelo país, para poderem exercer um autocaravanismo responsável e cívico; há pessoas conscientes e outras que, por muito luxo que tenham, nunca terão consciência - e nisto encaixam-se muitos turistas estrangeiros, que para além de lixo, despejam os depósitos das águas sujas e wc´s em qualquer estrada e não numa fossa. O facto de haver poucos vigilantes da natureza, pode impossibilitar uma melhor apreensão destas situações, sendo que quando estas situações aparecem, a lei devia ser muito severa, inclusivé a apreensão da carta de caravanista nacional ou europeia, devendo para tal haver legislação europeia para estas matérias, para que as forças da ordem actuem(GNR/PSP/POLÍCIA MUNICIPAL) em tempo útil e de forma eficaz, em qualquer país da UE. O que se passa na Costa Alentejana é o retrocesso em matéria de infra-estruturas de apoio ao autocaravanista, como sejam o fecho do Parque de Campismo Municipal perto de Aljezur, não tendo aberto outro, haver um Parque privado - o do Serrão - perto da estrada que dá acesso à Praia da Amoreira, mas tendo que se dar uma tremenda volta, porque a estrada mais perto está impraticável. O Parque de Sines é outro mau exemplo, assim como o facto de andarem a fechar ou simplesmente a permitir estacionamentos sem qualquer ordenamento e infra-estruturas de apoio, em locais turísticos.Nisto as autarquias têm muitas culpas e responsabilidades. É urgente fomentar locais condignos e promover outros novos, porque os parques de campismo são para situações de imobilidade e não para quem tem possibilidade de andar e parar - como é o caso dos auto-caravanistas, que muitas vezes, precisam apenas de algumas horas de manutenção, para voltarem à estrada. Durante todos os anos em que circulei, também encontrei e conheci muito boa gente, e acreditem que este tipo de turismo traz mais turistas a Portugal, que querem ver o Portugal autêntico e que levam muitos produtos portugueses nos seus veículos, quando voltam para casa - sobretudo artigos tradicionais, artesanato e produtos alimentares, assim como a hospitalidade portuguesa. É urgente legislar com inteligência, evitando proibições inconsequentes que originam a fuga deste grupo de turistas para fora do país, mas sim a aplicação eficaz de leis e suas consequências imediatas, quer em termos de multas, coimas e apreensões - acho que seria mais eficiente. Mas não se julgue o todo pelas partes, porque há muita gente consciente, que muitas vezes sofre de mau-trato - e isso não é justo nem decente. Obrigada.

    2 de fevereiro de 2018 às 13:15

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