sábado, 29 de novembro de 2008

Portugal, Espanha, Marrocos e a Mauritânia cooperam na conservação da foca monge

Os Ministros do Ambiente de Portugal, Espanha, Marrocos e Mauritânia e o Secretário Geral de Espécies Migradoras Ameaçadas, assinaram um acordo para a conservação das populações de foca monge, um dos mamíferos mais ameaçados do mundo e que a UICN (União Internacional da Conservação da Natureza) classificou como criticamente ameaçado.
A foca monge figura no Apêndice II da Convenção de Bona, o que implica a realização de acordos de cooperação internacional. Por este motivo, o Secretário da Convenção impulsiona há vários anos a conservação da espécie na área do Atlântico.

No decurso da oitava reunião do Conselho Cientifico da Convenção foi aprovada uma proposta Espanhola para elaborar um Plano de Acção para a espécie no Atlântico que incluirá os países do seu âmbito geográfico (Portugal, Espanha, Marrocos e Mauritânia), e que servirá para melhorar a coordenação e cooperação internacional, fomentando a realização de actividades e projectos conjuntos entre estes países.

A iniciativa e a coordenação para a elaboração do Plano de Acção foram formuladas pelo Ministério do Ambiente de Espanha, assessorado por um Grupo de Trabalho Técnico, composto por representantes das autoridades dos quatro países.

O plano de Acção contou com o apoio da UICN, através da Comissão de Sobrevivência das Espécies.

Em Espanha, a foca monge extinguiu-se em meados do século passado nas ilhas Baleares, Levante e Canárias, actualmente, está esporadicamente presente nas ilhas Chafarinas e ocasionalmente nas ilhas Canárias. Segundo a UICN, existem menos de 500 exemplares da foca monge, distribuídos entre o Mar Mediterrâneo (Grécia, Turquia, Marrocos e Argélia) e no Atlântico oriental (Portugal, Marrocos e Mauritânia). No Atlântico existem duas populações reprodutoras: uma nas ilhas Desertas (Madeira, Portugal) e a outra na península do Cabo Branco (Marrocos e Mauritânia).

 Fonte: afrol News

Eliminou-se a jurisdição nacional sobre o Parque Nacional Iguazú

A jurisdição nacional sobre o Parque Nacional Iguazú, deixa de existir e passa a ser gerido pela Província de Misiones.

As Cataratas do Iguazú, postal de uma das maravilhas do mundo e um dos negócios turísticos mais rentáveis da Argentina passaram da gestão dos Parques Nacionais para as mãos da Província de Misiones.

Graças a uma inédita iniciativa do antigo Governador de Misiones Carlos Rovira, que contou com o apoio explicito do actual mandatário Maurice Closs, as Cataratas do Iguazú, com as suas quedas de água, ilhas e ribeiras, passaram, por lei, a ser do domínio provincial.

Assim, a partir de agora, os empreendimentos turísticos comerciais que se pretenda instalar na zona, não necessitam do aval da Administração dos Parques Nacionais, que já tinha recusado, por exemplo, a implementação de um faustoso globo aerostático; bastará o aval do Governo Provincial. Maurice Closs assegurou que a biodiversidade será salvaguardada, mas as suas ligações com a indústria do turismo e com as empresas concessionárias das cataratas despertam suspeitas.

Nos Parques Nacionais já se fala em apelar aos Tribunais!

Qual é o negocio que estará por detrás de tudo isto?

Para o ano de 2009 estima-se a facturação de 40 milhões de pesos (moeda Argentina) só da cobrança das entradas. A este valor soma-se 30 milhões que facturam os quiosques junto à Garganta del Diablo e cerca de 100 milhões de dólares que reverte do milhão de turistas que visita o Parque Nacional.

São dois os objectivos que resultam da Lei 2.932, que aprovou por unanimidade a Lei Provincial de 18 de Setembro passado e criou o “Parque Provincial do Rio Iguazú”. Em termos jurídicos, impugna-se a instalação de um Parque Provincial dentro de um Nacional, cujos funcionários se ocupam, desde o ano de 1934 e a partir de uma Lei Nacional, de preservar o Rio Iguazú.

A recente Lei Provincial, pelo contrário, postula nos seus fundamentos que os Parques Nacionais fiquem de fora da jurisdição e controlo do Rio, apesar de o fazer há 75 anos.

Por outro lado, circula a versão de que a Lei encerra um ataque selvático à exploração turística sobre o meio ambiente e a este património natural da humanidade.

Existem antecedentes, que alimentam a suspeita. Até ao ano passado, a empresa Iguazú Ballon SA, tentou várias vezes que os Parques Nacionais aprovassem a implementação de um globo aerostático para que os turistas contemplassem as cataratas de 150 metros de altura, com a instalação do correspondente mini shooping. Os Parques Nacionais e grupos ambientalistas opuseram-se ferozmente contra este projecto que causará danos irreparáveis à selva. O projecto não foi avante, apesar do forte apoio do antigo Governador Rovira, autor da recente Lei.

A partir de agora, os Parques Nacionais já não serão um obstáculo para a instalação do globo ou de empreendimentos similares nas áreas que passaram para jurisdição da Província devido à nova Lei. Curiosamente, a empresa Iguazú Ballon pertence a um grupo empresarial ligado à UTE (Unión Transitória de Empresas) que tem as concessões dos serviços nas Cataratas, as entradas do Parque e os quiosques. A UTE em questão é encabeçada pela empresa Carlos Enríquez SA, que há poucos anos, estava associada à empresa Petrovalle SA, que pertencia ao Governador Maurice Closs.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

ANA vai financiar a recuperação de aves no Parque Natural da Ria Formosa

A ANA - Aeroportos vai subsidiar a recuperação de aves no Parque Natural da Ria Formosa (PNRF). O Centro de Recuperação de Aves desta área protegida vai passar a ser financiado com uma verba anual de 40 mil euros, mas a sua gestão passará para as mãos de privados. Esta verba é atribuída como forma de compensar o impacto negativo que o Aeroporto tem sobre a avifauna.


No âmbito do processo do Bussiness & Biodiversity, que o ICNB iniciou há cerca de dois anos, foi proposto à ANA o alargamento dessa parceria. Assim a empresa, que tutela o Aeroporto de Faro como os outros aeroportos portugueses, patrocinará não só este centro, mas também o Centro de Recuperação de Seia no Parque Natural da Serra da Estrela.

Tanto no caso do Algarve, como no da Serra da Estrela, a atribuição da gestão dos centros será feita por concurso. Este é um trabalho que Daniel Santos já realiza no PNRF desde há 20 anos, altura em que o centro de recuperação abriu.

O Vigilante da Natureza assegura há muito o funcionamento deste centro e pelas suas mãos já passaram milhares de aves, que foram tratadas, recuperadas e libertadas de novo na natureza. Apesar da falta de dinheiro no Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), Daniel Santos consegue manter o centro em funcionamento, arranjando sempre maneira de garantir o alimento e medicamentos para todos os seus hóspedes.

Fonte: Jornal Barlavento

A Ass. Espanhola de Agentes Forestales y Medioambientales reuniu-se em Segóvia

Nos dias 15 e 16 de Novembro realizou-se no Centro Nacional de Educação Ambiental (CENEAM) Valsaín, Segóvia, Espanha, a IX Assembleia Ordinária e a V Extraordinária da Asociación Española de Agentes Forestales y Medioambientales, foram abordados temas como a sua posição em relação ao uso de armas, a possibilidade de uma regulamentação estatal ou o estabelecimento de identificadores comuns.


Na Assembleia Ordinária para além dos aspectos relacionados com a gestão da entidade, foram tratados os seguintes temas:

• Aprovação de um manifesto para esclarecer a posição da AEAFMA, e eliminar distorções e manipulação de informação em relação ao uso de armas pelos Agentes Forestales y Medioambientales, deixando claro que aquilo que se está a reivindicar é que o cartão de identidade profissional de cada agente seja o documento que ampare a utilização da arma que o mesmo utiliza no exercício das suas funções, e não armas para todos os agentes em Espanha.

• Possibilidades de uma regulamentação comum a nível estatal: concluiu-se que só existem duas vias: por uma lei orgânica ou por uma lei que defina como básicos alguns preceitos, que sejam aplicadas em todo o Estado. Na opinião da Assembleia, a inclusão do Corpo Nacional numa lei orgânica que assegure a manutenção das suas funções e competências com mais garantias de que uma lei básica. A este propósito, acordou-se estudar a possibilidade da inclusão dos Agentes Forestales na lei de Forças e Corpos de Segurança.

• Ficou patente a conveniência de se dispor de algum elemento identificador comum a nível de Estado (imagem corporativa, rotulagem e / ou cor de veículos ou uniformes ...), acordou-se em se apresentar propostas para a próxima reunião. Em relação a este ponto, assistiram representantes do El Corte Inglés, e das marcas Goretex, Grifone, e do calçado Robusta, que fizeram uma apresentação interessante sobre os uniformes dos Agentes Forestales.

• Foi feita a entrega das distinções aos sócios de honra Luis Cavero Sancho, Subinspector Medioambiental da Região de Múrcia e Director da revista "Guardabosques", e a Alfredo Gonzalez Rincon, Chefe da Secção de Agentes Medioambientales da Região de Múrcia, pelo seu apoio aos Agentes Forestales e sua importante contribuição na organização e realização do Primeiro Congresso dos Agentes Florestais e Ambientais, de Espanha.

Na Assembleia Extraordinária, foi aprovada a proposta de estabelecer um acordo com a Associação dos Guardasparques do Amapá, da Amazónia Brasileira. Este acordo de colaboração permitirá, entre outros, o intercâmbio de formação, instrução, e auxílio com o fornecimento de equipamentos e uniformes para Guardaparques do Amapá.

Fonte: Revista Guardabosques

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Solidariedade entre Companheiros de Profissão

Durante a realização do I Congresso Ibérico de Vigilantes da Natureza, Agentes Forestales e Medioambientales, foi feito público pelos profissionais presentes o seu repúdio pelos assassinatos dos seus companheiros em África e na América Latina. Foram recolhidos donativos no valor de 500 euros, que se destinaram a ajudar a família de companheiros que faleceram no cumprimento do seu dever. Os donativos foram entregues ao Representante da América do Sul da International Ranger Federation, o companheiro Daniel Paz.

Os Guardaparques são grandes servidores públicos que preservam o nosso património natural, apesar da importância do seu trabalho, não têm as mínimas condições para desempenhar as suas funções. Apesar de todas as adversidades continuam a vigiar e a defender a fauna, a flora, a água, e os ecossistemas. A sua única arma é o conhecimento, devoção, dedicação e empenho.
No dia de Encerramento do IV Curso Latinoamericano de Guardaparques foi entregue ao companheiro da Associação Venezuelana de Guardaparques a quantia apurada na recolha de fundos, tendo este como missão entregar esta pequena ajuda à família do mais recente companheiro assassinado na América do Sul.

Prestamos homenagem a todos os companheiros que dedicam a sua vida à Conservação da Natureza!

A História de Monakus: Homenagem aos Vigilantes da Natureza

O escritor madeirense Francisco Fernandes, apresentou no dia 13 de Novembro de 2008, o seu conto infantil “A História de Monakus”. A apresentação aconteceu na Livraria Byblos, em Lisboa, no âmbito da semana do “Livro da Madeira” que decorre na referida livraria.
“Monakus” é a história de um Lobo-marinho (Monachus monachus), tendo sido apresentada pelo autor a cerca de 50 crianças, a assistência seguiu atentamente a história através das palavras de Francisco Fernandes, ao mesmo tempo que se deliciavam com as imagens vídeo que retratavam o conto utilizando para tal danças e canções.
O escritor lembrou que este conto “é também uma forma de homenagear as pessoas que conduzem este projecto, nomeadamente os Vigilantes da Natureza, aqueles que passam dias e dias nas ilhas Desertas”, referindo-se ao trabalho desenvolvido na preservação e conservação de uma espécie outrora em vias de extinção, os Lobos-marinhos.

Fonte: Jornal da Madeira

sábado, 15 de novembro de 2008

O Lobo-ibérico

O Lobo-ibérico é a única espécie da fauna portuguesa protegida por uma lei específica desde 1988, mas nem por isso está a salvo. O último censo realizado em Portugal revela a existência de apenas 300 indivíduos em duas sub populações, uma delas extremamente ameaçada.

A lei de protecção do Lobo-ibérico fez 20 anos, mas a espécie continua em regressão no nosso país. O último censo, feito em 2003 numa parceria entre o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e o Grupo Lobo, aponta para a existência de apenas 300 lobos.

A subespécie que habita a Península Ibérica designa-se por Canis lupus signatus e era numerosa durante o século XIX. Actualmente, estima-se que a população ibérica contabilize 2000 a 2500 animais, distribuídos pelas regiões do Centro e Norte da península ibérica. Em Portugal, a caça ilegal, a perseguição humana, a destruição e fragmentação dos habitats provocaram uma regressão até aos actuais 20% da área ocupada.

Em Portugal, actualmente, existem duas populações, uma a norte e outra a sul do rio Douro. Nas zonas montanhosas entre a serra da Arada e a região de Trancoso não existirão mais de 25 lobos. Embora esta população aparente estabilidade, parece ter-se verificado um agravamento da sua situação junto à zona de fronteira. A norte, está mais estável, porque se encontra numa área de continuidade com a grande população de lobos espanhola, sobretudo no Gerês e em Montesinho.

A legislação de 1988, que classificou a espécie como protegida e estabeleceu o pagamento de indemnizações, permitiu o abrandamento da grande redução da população que se verificou até ao final dos anos 80.

Passou a existir protecção legal, mas surgiram novas ameaças, como a fragmentação do habitat, devido à construção de estradas, à proliferação de pedreiras e recentemente ao aparecimento em grande quantidade dos parques eólicos.

Uma grande ameaça à subsistência do lobo é a escassez de alimento. Devido à redução de espécies como o corço, o javali e o veado, as suas presas naturais, o lobo começou a atacar os rebanhos, passando a ser abominado. O resultado é a perseguição, em muitos casos através da caça ilegal e da colocação de veneno.

Para estudar e minimizar o conflito com a produção pecuária, um grupo de 18 instituições europeias lançou em 2004 o Projecto Life Coex, que envolve cinco países do Sul da Europa. A área de intervenção portuguesa coincide com as áreas de distribuição do lobo a sul do rio Douro e a área central da região norte.

Um dos objectivos do projecto é o trabalho com os pastores e os caçadores. Através do Life Coex, foi possível comprar cães para dar aos pastores e instalar cercas eléctricas, outra forma de ajudar a diminuir os prejuízos, um trabalho semelhante ao que o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) realiza no Parque Natural de Montesinho.

Segundo o ICNB, são pagos anualmente cerca de 700 mil euros de prejuízos, correspondentes a cerca de 2500 ataques atribuídos ao lobo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Criação de grupo de trabalho nacional sobre a Gralha-de-bico-vermelho em estudo

Em Portugal existem cerca de 400 a 500 Gralhas-de-bico-vermelho, uma ave insectívora muito dependente de ecossistemas agro-pastoris extensivos criados pelo Homem. Devido ao facto de enfrentar um risco de extinção muito elevado, em 2006, o Laboratório de Ecologia Aplicada (LEA) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com a colaboração do o Parque Natural do Alvão, decidiu promover o estudo “Ecologia e Caracterização do Núcleo de Gralha-debico-vermelho no Parque Natural do Alvão”.
Desde Janeiro de 2008 que está a decorrer a segunda fase do projecto, abarcando as áreas da Serra do Alvão, Barroso e Cabreira e, desde Setembro, a Costa Vicentina.

De acordo com Paulo Barros, do Laboratório de Ecologia Aplicada, a fase actual do projecto pode ser classificada como transitória, «uma vez que se encontra em processo de reajustamento metodológico, resultado da ampliação do seu universo de estudo, que passou de uma escala local/regional para uma escala nacional». No entanto, dois dos objectivos deste projecto passam pela criação, já no próximo ano, de um grupo de trabalho nacional sobre a Gralha-de-bico-vermelho.

É também objectivo estender a monitorização mensal, que é actualmente realizada no Alvão, Barroso, Cabreira e Sagres/S. Vicente, «a todos os núcleos conhecidos do País, nomeadamente Serra do Gerês, Serra da Peneda, Douro Internacional, Serra da Estrela, Serra de Aire e Candeeiros e outros locais onde possam surgir novas informações, num regime exaustivo de monitorização trianual», acrescenta.

A falta de abrigos, o abandono e as alterações dos sistemas tradicionais e de pastoreio extensivo ou a fácil acessibilidade aos abrigos desta espécie são algumas das principais ameaças que põem em risco a sobrevivência da Gralha-de-bico-vermelho.

Fonte: AmbienteOnline

Mais informação em "Projecto bico-vermelho": http://www.pyrrhocorax-project.blogspot.com/

Congresso Mundial da União Internacional da Conservação da Natureza 2008

O Congresso Mundial da Natureza da UICN – União Internacional da Conservação da Natureza é o maior acontecimento do mundo relativo a Conservação da Natureza. Celebra-se a cada quatro anos e o seu objectivo é melhorar a forma como se gere o meio ambiente tendo como meta o desenvolvimento sustentável.
O último Congresso teve lugar em Barcelona, entre os dias 5 e 14 de Outubro de 2008, no Centro de Convenções Internacional de Barcelona (CCIB), Espanha.

Mais de 8000 líderes de governos, do sector público, de organizações não governamentais, de companhias, de agências das Nações Unidas e organizações sociais, reuniram-se para discutir, debater e tomar decisões com a intenção de resolver os assuntos mais prementes do mundo em matéria de meio ambiente e desenvolvimento.

O Congresso iniciou-se com um Fórum de quatro dias de duração organizado pelos membros e associados da UICN para debater ideias, pensamentos e práticas inovadoras. O Fórum conduziu à Assembleia dos Membros, um parlamento ambiental constituído por representantes de governos e ONG’s de todo o mundo.

A APGVN – Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, solicitou a todos os companheiros que pertencem ou conhecem alguém de organizações não governamentais ou instituições membros da UICN, que intercedessem a favor da moção:

Motion Name:: CGR4.MOT048-SP-Protección de los guardaparques dentro de las áreas protegidas y en las zonas adyacentes
Motion Theme: Biodiversity Conservation
Publication n°:: CGR4.MOT048

A moção foi votada e aprovada pela UICN, servindo como um reconhecimento do trabalho e empenho dos Guardaparques de todo o mundo.

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Portugal vai integrar uma rede mundial de comércio de cortiça, papel e madeira

Portugal vai integrar uma rede mundial de comércio de cortiça, papel e madeira, já a partir de Outubro. O projecto, que está a ser promovido pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza), visa combater a exploração florestal ilegal, a desflorestação e as alterações climáticas, promovendo simultaneamente trocas comerciais entre os diversos actores que fazem parte da rede.

Programa Educativo: As crianças de Madryn recebem as baleias!

Em Puerto Madryn, cidade costeira da Patagónia Argentina, mais exactamente na província de Chubut, realiza-se anualmente, e que serve como marco simbólico de lançamento da “Temporada das Baleias”, o Programa Educativo “As crianças de Madryn recebem as baleias”. Este programa é organizado por Guardaparques da Área Natural Protegida El Doradillo.
A primeira etapa do projecto desenvolve-se através de apresentações/palestras nas Escolas, onde se abordam temas como: turismo responsável, biologia e comportamento das baleias, áreas protegidas e conservação. Como apoio utiliza-se uma apresentação com imagens e material didáctico, tendo como objectivo incentivar a participação dos alunos no debate em redor do tema.

A cada professor é entregue um caderno de apoio curricular com informação referente a:

-Áreas Protegidas em geral e em especial as ANP da Província de Chubut;

-Cetáceos: Evolução, biologia e comportamento. Caso especial: baleia-franca-austral (Eubalaena australis);

-Turismo responsável.

O caderno de apoio é para ser utilizado com os alunos, antes da saída de campo.

Na segunda etapa do programa realizam-se viagens à Área Natural Protegida “El Doradillo”, onde os alunos desfrutam da observação das Baleias e têm outras experiências de interpretação ambiental.

Os alunos desta forma recebem simbolicamente as baleias, que ano após ano se reúnem nas águas do “Golfo Nuevo” onde desenvolvem uma parte do ciclo da sua vida: reproduzem-se e amamentam as suas crias. É deste modo que os alunos inauguram a Temporada Oficial das Baleias no “Puerto Madryn”.

Este programa, de três meses de duração (de Maio a Agosto) tem como objectivo primordial sensibilizar os alunos do primeiro ciclo, através de apresentações de temas estritamente relacionados com a conservação do ambiente e monitorização dos recursos naturais, articulando-se as exposições com o programa curricular escolar.

Os destinatários são os alunos dos 4.º anos da EGBII (aproximadamente 2000 alunos) de todas as escolas da cidade, públicas e privadas, da comunidade de Puerto Madryn.

Este programa, é realizado há cinco anos, está enquadrado nos princípios do “Turismo Responsável”, sendo a comunidade residente a beneficiaria directa, devido à formação da consciência ambiental das gerações futuras que irão gerir os destinos destas áreas.
Alunos da Escola profissional provincial n.º 728, com orientação em turismo e estudantes do curso de Guia Turístico do IPADE, realizam um estágio com avaliação, organizam e executam as actividades dos alunos mais novos na praia mediante jogos educativos que ajudam a interpretar o ambiente.

Durante a viajem a El Doradillo são acompanhados por um Guia Provincial de Turismo, apreciando deste modo uma excursão turística, para além de receberem informação referente às baleias e sobre os cuidados a ter com o ambiente.

É entregue a cada docente uma série de fichas de actividades para realizarem nas aulas, consistindo as mesmas, em palavras cruzadas, sopas de letras e frases para completar, reforçando assim os conhecimentos adquiridos ao longo do programa.

Um resumo de diferentes momentos do programa fica gravado em vídeo e é entregue como recordação a cada escola.

Através destas acções de sensibilização procura-se gerar competências e atitudes entre os alunos em benefício das áreas naturais protegidas, os recursos naturais e o ambiente, e em especial fortalecer o sentido da existência da Área Natural Protegida El Doradillo.

A Educação Ambiental para as áreas naturais protegidas constitui um instrumento de gestão para a conservação da diversidade biológica. A Educação Ambiental não consiste apenas em informar, é mais do que isso, tem como objectivo mudar as atitudes e motivar os jovens a proteger a natureza.

Vigilantes da Natureza da CCDR-LVT fiscalizam REN

Os Vigilantes da Natureza da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) levantaram um auto de notícia contra a Sociedade Agrícola do Pinhal Novo, proprietária de um terreno na Herdade de Monte Novo, Pinhal Novo (concelho de Palmela).
Em causa está a destruição de coberto vegetal existente (nomeadamente sobreiros e vegetação rasteira) e a movimentação de terras, em solo classificado como Reserva Ecológica Nacional (REN).

O auto de notícia foi levantado na sequência da deslocação dos Vigilantes da Natureza da CCDR-LVT àquele terreno, onde verificaram a ocorrência, e depois de terem sido feitas as diligências necessárias para identificar o proprietário do mesmo.
A movimentação de terras e remoção do coberto vegetal em área de REN está sujeita a autorização das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, de acordo com o decreto-lei 93/90 de 19 de Março, na redacção que lhe foi dada pelo D.L. nº 180/2006 de 6 de Setembro.

Neste caso, não foi pedida nem concedida qualquer autorização, pelo que a actividade constitui contra-ordenação punível com coima até 30 mil euros, no caso de pessoas colectivas (12º DL 180/2006 de 6 de Setembro).

Instituto Florestal de Kibala (Angola) necessita de meios para fiscalização

A secção municipal do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), no município da Kibala, debate-se com a falta de veiculos e outros equipamentos para a fiscalização da região, o que condiciona o cumprimento das suas funções, e que tem resultado numa progressão vertiginosa dos caçadores furtivos e exploradores ilegais de madeira e carvão.
O fenómeno de exploração ilegal está a ganhar terreno no município, o que implica a fuga aos impostos, situação que urge inverter. Pessoas das províncias vizinhas do Huambo e Bié encontram facilidades para a entrada e exploração de recursos florestais de forma ilegal, sem serem interceptados devido a extensão do município.

Segundo o chefe de secção do IDF em Kibala, Domingos Manuel João, a solução passa pela aquisição de veículos que possibilitem o desdobramento de fiscais em regiões recônditas, onde se pratica a exploração de recursos florestais de forma ilegal, o que obrigaria muitos a optarem pela legalização das actividades que exercem.

Aquele responsável mostrou-se ainda preocupado com as queimadas feitas pelos populares para fins de caça, situação que contrasta com as normas internacionais de preservação ambiental, e apontou como saída dessa situação a realização de campanhas de sensibilização junto dos “sobas” (Chefes de aldeia) e da população em geral sobre a necessidade de conservação da natureza e respeito da biodiversidade.

Fonte: Jornal de Angola

Os lobos estão a desaparecer dos montes transmontanos

Actualmente existem cerca de 90 lobos no distrito de Vila Real.
Em dois anos foram avistados menos 25% dos lobos nos montes transmontanos. As causas apontadas para o desaparecimento das alcateias atribuem-se aos incêndios, à morte por envenenamento, a construção de novas vias, a abertura de caminhos (até à pouco tempo inacessíveis) devido à edificação dos parques eólicos.

Os investigadores do “Grupo Lobo” têm no terreno o projecto "Life", para estudar a coexistência entre o lobo e as populações locais e minimizar os danos para os dois lados, já que o lobo não tem caça selvagem e recorre muitas vezes ao gado doméstico para poder sobreviver. Um projecto para aproximar o Homem e o Lobo, numa altura em que na Península Ibérica subsistem cerca de dois mil lobos, trezentos dos quais em Portugal.

É de lamentar a destruição dos habitats das espécies que sempre viveram nesses locais, a devastação dos territórios é feito em nome do progresso, mas só se pode considerar como desenvolvimento se tiver em consideração a preservação do ambiente. O desenvolvimento só pode avançar se preservar o ambiente!

Um país desenvolvido não destrói o que tem de melhor, ou seja, a Natureza.