segunda-feira, 30 de março de 2009

No “Dia da Floresta” os Vigilantes da Natureza foram à escola!

A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza esteve na Escola D. Fernando II, em Sintra, para transmitir aos alunos alguns conhecimentos e proporcionar o debate sobre as “Alterações Climáticas” e os sinais de mudança que se fazem sentir na flora e na fauna. Abordou-se também o tema “fenómenos meteorológicos extremos”.

Discutimos o tema “diminuir a pegada de carbono”. Juntos procurámos soluções!

Proteger os habitats e conhecer um pouco mais sobre a Biodiversidade foram temas que entusiasmaram toda a assistência.

Foi dado grande destaque aos Guardiães da Natureza, a grande família dos Park Rangers.

Participaram nesta sessão 150 alunos que concluíram que:

As árvores são vitais para a nossa sobrevivência. São a componente fundamental de uma floresta, e têm a capacidade de albergar um grande número de espécies vegetais e animais, fazendo, em simultâneo, o controlo de diversos factores que reduzem os efeitos das alterações climáticas (temperatura, carbono atmosférico, absorção de água).

Foca-monge-do-mediterrâneo: A “Desertinha” deixou-nos!


A mais famosa fêmea de lobo-marinho da colónia existente na Madeira, da espécie Foca-monge-do-mediterrâneo (Monachus monachus), morreu pouco depois de ter sido resgatada.

A Desertinha, como era carinhosamente tratada pelos Vigilantes da Natureza, era a matriarca de uma pequena mas importante colónia de lobos-marinhos que existe na Região Autónoma da Madeira.

A sua espécie corre o risco de se extinguir, estando mesmo classificada em “Perigo Crítico” na Lista Vermelha da IUCN pois, para além desta, só existem pequenas colónias, na Costa do Saara Ocidental, no Norte de África, em Marrocos, Argélia e Tunísia e em mais alguns locais da Costa Mediterrânica europeia, nomeadamente na Grécia, costa continental e ilhas, num total estimado de cerca de 400 exemplares.

Esta espécie, outrora abundante no arquipélago madeirense, levou a que quando os Portugueses desembarcaram na ilha em 1419, comandados por João Gonçalves Zarco, tenham chamado Câmara de Lobos ao local onde agora existe a cidade com esse nome. Hoje não existem no arquipélago da Madeira mais de 35 animais, que podem ser encontrados nas ilhas desertas, e que representam quase 10% da população mundial da espécie.

A Desertinha foi o primeiro animal da sua espécie a ser observado e identificado pelos responsáveis pela monitorização da espécie no Parque Natural da Madeira (PNM).

Apareceu muito debilitada na Ilha da Madeira, tendo sido de imediato transportada para as instalações da Unidade de Reabilitação das Desertas, onde foi feito um grande esforço para a salvar, tendo-se inclusive recorrido a um veterinário holandês, do Centro de Reabilitação de Focas de Pieterburen, com muita experiência no tratamento e recuperação de focas, que se deslocou ao local, mas foi impossível salvar o animal.

A autópsia permitiu identificar a causa da morte, resultado de um conjunto de factores, como uma cardiomiopatia, uma broncopneumonia e uma gastroentrite.

A “Desertinha” desapareceu, mas deixa hoje uma colónia de leões-marinhos pela qual muito se temeu, em franca recuperação.

Em sinal de reconhecimento pela importância que teve para a colónia, a “Desertinha” vai ser embalsamada e posteriormente exposta num local público na Madeira, ainda não definido.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Nasceram mais três Linces-ibéricos em cativeiro

No Centro de Conservação de El Acebuche, no Parque Natural de Doñana (Espanha), nasceram hoje três crias de Lince-ibérico. A progenitora, de nome Saliega, já deu à luz treze crias, o seu contributo tem sido muito importante para o projecto de reprodução do Lince-ibérico. Desde o início do programa nasceram vinte e sete crias. Os responsáveis pelo projecto perspectivam para o mês de Abril mais vinte nascimentos, o que aumenta a esperança de recuperação de uma espécie em risco de extinção.

Infelizmente também nos chegaram más notícias, na semana passada uma fêmea grávida a viver em liberdade foi atropelada, acabando por morrer devido à gravidade dos ferimentos.

Estima-se que neste momento existam duzentos animais a viver em liberdade na Península Ibérica e cinquenta em programas de recuperação da espécie em cativeiro.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Desastre Ecológico na Austrália

As autoridades australianas declararam “zona de desastre ecológico” as praias mais populares do país. O desastre ecológico foi provocado pelo derrame de crude provocado por um petroleiro.
O governo do estado de Queensland, negou que a sua actuação tenha sido tardia ante a catástrofe e anunciou que irá processar a companhia proprietária do navio com um pedido de indemnização milionário.

Também no estado de Brisbane ocorreu um desastre ecológico devido a um derrame de petróleo que afectou os Parques Nacionais das Ilhas Moreton e Bribie. Os possíveis riscos de danos ambientais a largo prazo não estão clarificados, a zona onde ocorreu o derrame situa-se a Sul da grande barreira de coral, o maior recife do mundo, que de momento não se encontra ameaçado.

As autoridades nacionais responsáveis pela fauna silvestre declararam que de momento as vitimas foram as aves que estiveram em contacto com as águas afectadas, porém advertiram que a situação poderá piorar se o derrame continuar.

A companhia britânica Swire Shipping Ltd., proprietária do cargueiro Pacific Adventurer, explicou que o desastre ocorreu quando os contentores deslizaram pela coberta no meio de um ciclone, o que provocou uma ruptura num contentor de combustível. A companhia informou que se derramaram mais de 42 500 litros de petróleo no mar, mas após uma inspecção ao navio concluiu-se que a quantidade vertida era significativamente maior, porém não foi especificada.

Fonte: AP

Vagas disponíveis para monitorização de aves na Costa Rica

Existem lugares disponíveis para anilhadores (voluntários) de aves, a estação de anilhagem localiza-se no Caribe Costa-riquenho no lugar de Tortuguero, Costa Rica.
Os lugares estão disponíveis todo o ano e requerem uma estadia mínima de 2 meses. Os participantes deverão ter experiência na identificação de aves e estarem acostumados a operar com redes japonesas, a experiência mínima exigida é de pelo menos 200 aves processadas.

O anilhador principal deverá contar com ampla experiência na operação de uma estação de anilhagem, e poderá ser premiado com financiamento até metade do valor da sua passagem aérea até San Jose, Costa Rica.

A todos os voluntários serão proporcionadas hospedagem e alimentação na reconhecida estação biológica da Caribbean Conservation Corporation em Tortuguero (http://cccturtle.org/ccc-costarica.htm).

A Caribbean Conservation Corporation e os seus colaboradores na Costa Rica operam cinco estações de monitorização nos arredores de Tortuguero há mais de uma década. Operam com redes para aves residentes e migratórias e fazem contagem dos milhões de aves que migram durante o dia ao largo da costa.

Para obter mais informações consulte:

Os interessados deverão enviar para a Caribbean Conservation Corporation em Tortuguero o Curriculum Vitae e carta de intenções, que inclua a sua experiência como anilhador, conhecimentos de inglês e espanhol e as datas em que está disponível.

Para esclarecer eventuais duvidas contacte com:
Pablo A. Herrera, paherrera@fs.fed.us ou Dr. C.. John Ralph, cjr2@humboldt.edu, 707 825-2994 (fax 707 825-2901), U.S. Forest Service, Redwood Sciences Laboratory, 1700 Bayview Drive, Arcata, California 95521.

Fonte: Marcelo Segalerba

domingo, 15 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

Namíbia: técnica para Guarda-Parques guiarem elefantes perdidos

A habilidade dos elefantes para comunicar entre si, através de vibrações que produzem no solo, inspirou uma equipa de zoólogos na Namíbia a imitar estes sinais para chamar os animais perdidos e indicar-lhes o caminho de regresso à reserva natural. Os especialistas reproduziram o som feito pelas fêmeas com o cio e assim conseguiram que os machos se dirigissem ao local onde foi produzida a vibração.
Segundo explicou a Doutora Caitlin O'Connell-Rodwell da Universidade de Stanford, Estados Unidos, esta técnica permitirá evitar que os elefantes do Parque Nacional Etosha se vejam envolvidos em violentos conflitos com os agricultores das áreas circundantes aos seus territórios. “ Os elefantes com o cio responderam muito bem. Demonstramos que podemos «obrigar» os elefantes a seguir um caminho específico”, assegurou O'Connell Rodewell durante uma conferência em Chicago. “A resposta foi muito intensa e directa. Não esperávamos semelhante eficácia. Cremos que é uma técnica muito útil para os Guarda-Parques, assim poderão ajudar os elefantes a não se meterem em problemas”, acrescentou a especialista.

Fonte: Boletin Guardaparques

quinta-feira, 5 de março de 2009

Seca transforma floresta em fonte de gás carbónico

Estudo de campo na Amazónia demonstra que mais árvores morreram na seca de 2005; emissão de CO2 foi igual à de combustíveis nos EUA

A seca de 2005, que fez desaparecer rios inteiros na Amazónia, também matou milhões de árvores à sede, desencadeando uma liberação de biliões de toneladas de gás carbónico para a atmosfera, segundo um estudo publicado hoje na revista Science. Com isso, a floresta inverteu momentaneamente o seu papel: em vez de absorver, passou a emitir dióxido de carbono (CO2), o principal gás envolvido no aquecimento global. Se secas como essa se tornarem mais frequentes no futuro - como prevêem vários modelos climáticos -, a Amazónia poderá transformar-se numa fonte permanente de emissão, alertam os cientistas.

A seca de 2005 foi uma das mais intensas dos últimos cem anos na Amazónia, causada por um aquecimento das águas do Atlântico Norte. O estudo, que envolveu cientistas de 41 instituições em 15 países (incluindo vários brasileiros), é o primeiro a calcular o impacto da seca sobre o balanço de carbono da floresta, por meio de medições directas no campo. Os pesquisadores mediram a variação no crescimento da vegetação e no número de árvores mortas em 55 pontos da Amazónia, comparando à média dos últimos 25 anos. Descobriram que, por causa da seca, mais árvores morreram e aquelas que ficaram vivas cresceram mais devagar.

O impacto disso tudo - a soma do carbono que deixou de ser absorvido pelo crescimento reduzido, mais o carbono libertado pela decomposição das árvores mortas - será um acréscimo de aproximadamente 5,5 biliões de toneladas de CO2 na atmosfera, segundo o autor principal do trabalho, Oliver Phillips. É quase o mesmo que os Estados Unidos emitiram pela queima de combustíveis fósseis naquele ano (5,75 biliões de toneladas).

Até 2005, na média dos 25 anos anteriores - desde que medições periódicas começaram a ser feitas pela Rede Amazónica de Inventários Florestais (Rainfor), responsável pelo estudo -, a Amazónia funcionou como um sorvedouro de carbono, retirando da atmosfera cerca de 1,65 biliões de toneladas de CO2 por ano. Os cientistas fazem esta medição através do acréscimo de biomassa, o que significa que a floresta "engordou" durante esse período, ao ritmo de quase uma tonelada por hectare/ano. Mas a seca funcionou como um ano de dieta forçada, em que a floresta perdeu mais "calorias" (moléculas de carbono) do que consumiu.

A área mais afectada foi o sudoeste da Amazónia, na região do Acre. O principal problema foi a mortalidade elevada de árvores. Ainda assim, alguém que caminhasse pelas florestas dificilmente notaria a diferença.

"Visualmente, o impacto é muito subtil", declarou Phillips. "Por causa do tamanho da Amazónia, porém, mesmo um impacto pequeno na vegetação pode ter um impacto grande no balanço de carbono", completou o cientista, da Universidade de Leeds, Inglaterra. O carbono é ingrediente básico da matéria orgânica. Quando a floresta ganha biomassa (engorda), ela acumula carbono. Quando perde biomassa (emagrece), perde carbono.

Os cientistas ressaltam que a emissão das árvores mortas não é instantânea. "Esse carbono não vai directo para a atmosfera", explica o biólogo brasileiro Luiz Aragão, da Universidade de Oxford. "A árvore morre, entra em decomposição e o carbono é libertado ao longo do tempo." Segundo ele, poderá levar até uma década para que o impacto total da seca seja "sentido" na atmosfera.

Ainda é possível que a floresta recupere esse carbono "perdido", se houver um acréscimo de biomassa nos próximos anos. Mas isso não altera a mensagem principal do estudo: de que condições de seca podem inverter o papel da floresta no balanço de carbono. Segundo os cientistas, 2005 foi uma amostra de como a Amazónia se poderá comportar num clima mais seco e quente no futuro.

Fonte: Herton Escobar/Marcelo Segalerba

Dia Nacional do Guardaparque da Venezuela

No dia 13 de Fevereiro de 1992, um grupo de mais de 50 Guardaparques reunidos no Parque Nacional Henri Pittier, criaram o Dia Nacional do Guardaparque, data que sempre foi utilizada para render homenagem a estes servidores públicos.
Os Guardaparques trabalham 365 dias por ano e durante 24 horas por dia para salvaguardar as regiões que são protegidas pelo Estado Venezuelano (Parques Nacionais e Monumentos Naturais). Estas regiões são protegidas pela sua beleza cénica natural e pela importância das espécies que nelas se encontram.

Ser Guardaparque é defender a Natureza contida nos nossos 43 Parques Nacionais e 22 Monumentos Naturais, desde as extraordinárias e usualmente inóspitas condições com que deparamos, até às areias brancas de “Los Roques”.

A implementação das medidas de gestão nos Parques Nacionais não são somente vender as entradas ou controlar os acessos, como muita gente pensa. As funções são múltiplas.

Os Guardaparques são a autoridade constituída dentro dos Parques, são eles que fazem cumprir as leis e os regulamentos relativos à Conservação da Natureza. Também tem funções de Polícia Administrativa, protege e assegura a segurança dos visitantes nas áreas protegidas.

Os Guardaparques também têm formação para realizar tarefas de monitorização e seguimentos dos processos ecológicos que se produzem nas áreas protegidas, o que permite tomar as medidas de mitigação rapidamente, devido ao contacto permanente com o meio natural, na sua grande maioria vivem no interior dos Parques.

Atendem os visitantes e facultam-lhes informação sobre a área protegida. Em muitos casos, devido às condições em que desenvolvem o seu trabalho, são paramédicos, mecânicos, veterinários e comunicadores, assumindo os seus compromissos com uma grande mística e dedicação.

Quem não recorda Sabas Nieves, cujo trajectória foi merecedora da honrosa distinção de darem o seu nome a um dos caminhos percorridos diariamente por milhares de usuários que visitam diariamente “El Ávila”. O que será da vida de Críspulo, veterano de muitas batalhas, que continua ligado à profissão, abrigado na exuberante vegetação de Guaraira Repano.

Quando se é Guardaparque, adopta-se uma nova forma de vida, de entrega plena, e muitas vezes pouco se recebe em troca: meios limitados que dificultam a sua gestão, salários sem estarem de acordo com a sua responsabilidade perante a sociedade e deficiências de infra-estrutura que limitam o seu desempenho.

No Dia do Guardaparque, a VITALIS Organização Não Governamental de Defesa do Ambiente e Biodiversidade Venezuelana, expressa a sua sincera palavra de estímulo para que continuem dando o melhor de si, e não desfaleçam frente a contínuas dificuldades que surgem, tal como uma corrida de obstáculos, põem à prova o nosso compromisso na defesa e conservação da nossa maravilhosa Natureza.

Guardaparques…Guardiães do património natural contido nos Parques Nacionais e Monumentos Naturais da Venezuela, para o beneficio da presente e futuras gerações.

Fonte: VITALIS/GUARDAPARQUES

Reservas do país estão “a saque” denuncia criador dos 1ºs p. naturais em Portugal

“O ICNB é uma tontice”, defende arquitecto Fernando Pessoa

O fundador e primeiro presidente do Serviço Nacional de Parques, Fernando Pessoa, considerou hoje que os parques naturais portugueses estão "a saque" e criticou a "inoperância" das entidades governamentais que tutelam o Ambiente.
"O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) é uma tontice", disse hoje o professor convidado da Universidade do Algarve à agência Lusa, à margem da apresentação de um livro.

Segundo o arquitecto paisagista, que criou os primeiros parques e reservas naturais portugueses, o instituto está "descaracterizado" e a "estragar" o trabalho "sério" que começou no pós-25 de Abril.

"Está tudo transformado num clientelismo", afirmou, apontando o caso Freeport como um dos "escândalos" que ocorreram na Reserva Natural do Estuário do Tejo e que, diz, não constitui caso único.

O responsável falava à margem da cerimónia de apresentação do livro "Árvores e Arbustos", do arquitecto José Marques Moreira, que foi hoje apresentado na Universidade do Algarve.

Quanto à Ria Formosa, que se estende por cinco concelhos algarvios, entre Loulé e Vila Real de Santo António, Fernando Pessoa salientou os "ataques" que têm sido feitos àquele sistema lagunar. "Qualquer dia [a Ria Formosa] parece um lago no meio do Campo Grande", ironizou, criticando o Ministério do Ambiente e ICNB de "inoperância" e acusando-os de não conseguir garantir a conservação da natureza.

"O que se faz em Portugal vai completamente ao arrepio do que acontece no resto da Europa, nomeadamente em Espanha", afirmou, acrescentando que Portugal é o único país onde os parques não têm um director.

"Há um director para quatro ou cinco parques e com tantos adjuntos isto mais parece uma economia de mercearia", concluiu Fernando Pessoa.

Fonte: Lusa

segunda-feira, 2 de março de 2009

Abatido macho do único casal de Águia-imperial que nidificou em Portugal em 2008

O macho do único casal de águia-imperial que nidificou em Portugal no ano passado foi morto por chumbos de caçadeira, anunciou hoje o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público.

“O animal foi encontrado morto junto ao seu ninho na passada semana, na área do Vale do Guadiana, numa zona abrangida por uma zona de caça associativa”, refere em comunicado o ICNB.

A necrópsia revelou que a ave foi atingida por chumbos de caçadeira, adianta o Instituto, estimando que a morte tenha ocorrido entre os dias 21 e 23 de Fevereiro.

De acordo com o ICNB, este era o macho do único casal desta espécie protegida que nidificou com sucesso em 2008 em Portugal.

A cria já tinha abandonado o ninho, refere o instituto, sublinhando que o abate desta águia configura “uma contra-ordenação ambiental muito grave, em conformidade com o Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Decreto-Lei nº 142/2008, de 24 de Julho)”.

O ICNB anunciou que vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra “incertos”.

A águia-imperial (Aquila adalbertii) é uma das aves de rapina mais ameaçadas do mundo, tendo o seu estatuto sido classificado como “Em Perigo de Extinção”.

A nível europeu a espécie está considerada como “Globalmente Ameaçada”.

Em Portugal o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal classifica-a como “Criticamente em Perigo ”.

Trata-se de uma espécie prioritária para a conservação da natureza, no âmbito da legislação europeia (Decreto-Lei nº49/2005, de 24 de Fevereiro, relativo à conservação das aves selvagens - Directiva aves - e à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens – Directiva habitats).

Em Portugal, estima-se que existam menos de 10 aves desta espécie, confirmando-se a sua presença no troço superior do rio Tejo e respectivos afluentes, na bacia do rio Guadiana, nomeadamente nas Zonas de Protecção Especial (ZPE) de Moura/Mourão/Barrancos, Vale do Guadiana e Castro Verde.

Fonte: Lusa

Desaparecimento da selva da Samatra relança luta entre tigre e homem

O desaparecimento progressivo da selva em Samatra, uma ilha do oeste da Indonésia, relançou a velha luta do tigre com o homem, particularmente com os lenhadores e agricultores que destroem a floresta.

Desde o final de Janeiro que morreram oito pessoas e seis tigres de Sumatra, uma subespécie em perigo de extinção, numa sucessão de encontros furtivos e violentos.

"Estes confrontos estão a aumentar conforme se desenvolve o desaparecimento do habitat do tigre", conta o presidente do Fórum para a Conservação do Tigre de Samatra (Harimaukita), Hariyo Wibisono.

O último encontro mortal teve lugar no passado fim-de-semana quando dois irmãos, lenhadores ilegais, foram atacados por um tigre numa selva na região sul da província de Samatra.

Para Hariyo Wibison, a principal causa do ressurgimento dos ataques é a "invasão humana, maciça, no habitat" do tigre, principalmente para plantar óleo de palma, um componente dos combustíveis biológicos do qual a Indonésia é exportador principal.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) avalia a percentagem de desaparecimento anual do habitat destes animais em entre 3,2 e 5,9 por cento, e acrescenta que já só existem 500 exemplares.

O presidente do Harimaukita assinala que a "exploração dos recursos naturais", por parte do homem, diminui a caça natural do tigre e força-o a buscar alimentos fora do seu circuito habitual.

Acrescenta que outro factor a ter em conta é o comércio ilegal que abastece o mercado negro na Ásia, onde as peles, os dentes e os ossos de tigres e outros animais são altamente apreciados pela sua beleza e presumido valor esotérico.

A luta entre o tigre e o homem não é única, tendo em conta que outras espécies como os orangotangos, elefantes, ursos e rinocerontes respondem com violência ao assédio humano em Samatra.

Com uma certa frequência podem ser vistos elefantes, desorientados pela destruição do seu ambiente, a entrar em comunidades rurais e a provocar graves danos materiais, inclusivamente mortes.

As autoridades adoptaram, como medida de prevenção, o destacamento de brigadas de Vigilantes da Natureza e activistas nas zonas de conflito, para interferir em possíveis incidentes e defender uns dos outros.

Alguns grupos de ecologistas exigem o estabelecimento de novas leis que regularizem as zonas em conflito e castiguem a devastação e a caça ilegal.

A Indonésia teve a maior taxa de desflorestação do mundo entre 2000 e 2006, com 1,1 milhões de hectares de selva perdidos por ano (cerca de 125 campos de futebol por hora), embora o ritmo tenha abrandado desde então.

"Após estas mortes, o governo tem de fazer da segurança a sua prioridade e combater a desflorestação ilegal na Samatra", diz Ian Kosasih, director do programa florestal na Indonésia do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Os ecologistas previnem que, se a situação não mudar, as mortes continuarão e o tigre da Samatra seguirá os passos dos tigres de Java e Bali e tornar-se-á no primeiro felino a desaparecer no século XXI.

"Estima-se que os tigres da Samatra são entre os 400 e 500 e não é preciso um matemático para se perceber que acontecerá o mesmo que em Bali ou Java se a caça furtiva e o comércio ilegal continuarem", diz Júlia Ng, da organização Traffic.

A Traffic, uma organização que monitoriza a vida selvagem, foi fundada em 1976 e é líder no campo da conservação no que diz respeito à vida selvagem.

Fonte: Lusa

Plano de Emergência para a recuperação de três espécies de Aves Rupícolas (PEAR)

Com duração de dois anos, o plano foi projectado por técnicos do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e outros ligados à conservação das aves rupícolas, como a Águia de Boneli, o Britango (Abutre do Egipto) ou a Cegonha Preta - as três espécies protegidas neste plano de emergência -, disse o biólogo do PNDI António Monteiro.

«Feitos os contactos pelo ICNB com a EDP, enquadrou-se um projecto - no âmbito da iniciativa "Business and Biodiversity» da última presidência portuguesa da União Europeia -, para ser desenvolvido por organizações não governamentais (ONG´s) locais», recordou.
«As acções são apenas de emergência, portanto artificiais e não sustentáveis, pelo que seria importante dar-lhes continuidade financeira, agora que as infra-estruturas já foram construídas e os técnicos já tiveram formação nesta área», disse o técnico.

A execução das acções previstas no PEAR são da responsabilidade de seis associações regionais e entre as actividades destacam-se a recriação do tradicional mosaico agrícola - para alimentar presas como o coelho, a perdiz e os columbiformes -, repovoação de novas charcas com peixes autóctones, construção de cercados de reprodução de coelho-bravo e pombais tradicionais para albergar «pombos da rocha», presas essenciais às três espécies em risco.

No Douro Internacional, área considerada como o principal santuário nacional de aves rupícolas (ou aves das escarpas), a Águia de Bonelli está na situação mais problemática, com uma regressão de 40 por cento da população nos últimos 15 anos.

O projecto PEAR está dotado com um financiamento de cerca de 360 mil euros, assegurados pela EDP, que a partir de Abril vai proceder a uma das acções - com intervenções na rede eléctrica de média tensão - para reduzir o risco de electrocussão e colisão das aves.

Alice Gama, bióloga da Associação Transumância e Natureza (ATN) - uma das seis envolvidas no projecto -, manifesta-se convicta que «dois anos não chegam, e a forma como os grupos locais, que intervêm no terreno, consideram estas espécies, tem de ser gerida a longo prazo e com o trabalho das associações locais».

Num dos terrenos da ATN, com cerca de um hectare, junto ao novo cercado para coelhos-bravos, está um pombal, adquirido e recuperado pela ATN em 2003.

Aqui, 200 casais de pombos são alimentados quinzenalmente, num protocolo que estabeleceram com o PNDI, contrariando o abandono histórico dos pombais e dos seus inquilinos.

Fonte: Lusa

Nunes Correia: «Fizemos mais do que propagandeámos»

Reforma, consolidação e maturidade são as três palavras escolhidas por Francisco Nunes Correia para definir os quatro anos à frente da pasta do ambiente. Apesar de estar próximo do fim de mandato enquanto ministro do Ambiente, há medidas que o governante não abdica de ver implantadas, pelo menos, em parte.

Uma das prioridades vai para as novas empresas para o abastecimento de água em baixa, cujo processo Nunes Correia gostaria de ter em marcha antes de sair da Rua de O Século. No que toca à erradicação das sucatas ilegais, que segundo o governante já se cifra em mais de 50 por cento do total, o desejo é de que as mesmas desapareçam por completo antes de cessar as suas funções.

Destaque merece também o Polis Litoral, que o ministro do Ambiente espera que já tenha algumas realizações nessa data, expressando também o desejo de lançar um quarto projecto, para além os três já existentes: Ria Formosa, Ria de Aveiro e Norte. O projecto de conservação do lince-ibérico é outra das medidas que Nunes Correia quer ver concretizadas. O centro de recuperação desta espécie já está concluído e entrará em funcionamento neste mês, em Silves, um investimento que atingiu os 7 milhões de euros.

Mais feitos do que propaganda

Mas as prioridades não se ficam por aqui. Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, realça também a necessidade de alavancar o programa das Compras Públicas Ecológicas, nomeadamente a aquisição de novos veículos, que terá início a curto prazo. O governante relevou ainda que uma das prioridades é colocar em marcha os Programas de Execução das Medidas para a Qualidade do Ar em Lisboa e no Porto, bem como dos projectos do Fundo Português do Carbono.

O Mercado Organizado de Resíduos, que recebeu sete propostas, é outra das medidas que «tem sérias probabilidades de estar concluída até ao fim do mandato», com especial destaque para a regulamentação do fluxo dos óleos alimentares usados.

Na sessão de balanço dos quatro anos de actividade à frente do seu ministério, Nunes Correia é peremptório: «Fizemos mais do que propagandeámos», fazendo referência às constantes acusações de ser um ministro «discreto» demais. «Fomos um ministério contido mas sólido, o que não significa que não tenhamos feito um conjunto de profundas reformas e um intenso trabalho em todas as áreas». O ministro mostrou-se satisfeito e gratificado com o trabalho realizado.

Como principais feitos alcançados, Nunes Correia realça a profunda reforma da legislação relativa à água (a Lei da Água, o novo regime económico-financeiro, a criação das Administrações das Regiões Hidrográficas), o início de funcionamento dos Centros Integrados de Recuperação e Valorização de Resíduos Industriais Perigosos a par da co-incineração, os planos de ordenamento das áreas protegidas, o saneamento de todas as dívidas do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e a criação dos três instrumentos essenciais para o combate às alterações Climáticas: o Plano Nacional para as Alterações Climáticas, a participação no Comércio Europeu de Licenças de Emissão, o Plano Nacional para Atribuição de Licenças de Emissão e o Fundo Português de Carbono.

O ministro do Ambiente lembrou ainda que os dois primeiros anos de governo «foram anos de grande austeridade financeira e ainda sem o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)», o que poderá ter marcado a vida do ministério. No entanto, realçou, foram preparados os documentos que serviram de base sólida para aplicar o QREN: o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos II e a Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais.

Durante o mandato, Nunes Correia relevou ainda a reformulação da política de receitas do ministério, com a criação do Fundo de Intervenção Ambiental, do Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos, do Fundo de Conservação da natureza e Biodiversidade e do Fundo Português de Carbono, e a criação de 178 mil hectares de Zonas de Protecção Especial.

Fonte: Ambiente Online