quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

APGVN - Comunicado aos Vigilantes da Natureza!

A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN) tem denunciado os constantes ataques efectuados ao longo dos anos, pelos sucessivos governos, aos Vigilantes da Natureza, que culminaram na incerteza que se vive neste momento no que diz respeito à continuação da profissão como carreira especial.
O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR) nunca demonstrou interesse em constituir um verdadeiro Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza. Será que os responsáveis pelas diferentes entidades onde existem Vigilantes da Natureza não percebem que ao não apoiarem a profissão estão a destruir as suas próprias instituições, será que não entendem que se não tiverem uma força de fiscalização que pertença ao seu Ministério, não se justifica a existência de tantos serviços no MAOTDR.
Não se compreende que após 30 anos da constituição da profissão como carreira especial de protecção da natureza, o próprio MAOTDR nunca se tenha empenhado em que o seu corpo de fiscalização seja realmente eficaz. Passado tanto tempo ainda não sabem se vale a pena investir na profissão, a sua estratégia de deixar morrer a profissão através da não incorporação de novos elementos não tem tido o resultado esperado. Apesar do abandono e de tantos anos de desinvestimento ainda não conseguiram destruir nos Vigilantes da Natureza o seu espírito de missão e paixão pela profissão. Somos poucos, mas temos a certeza que a nossa profissão é necessária e muito útil para a defesa do ambiente, da conservação da natureza e da biodiversidade. Sabemos que somos necessários e úteis numa sociedade moderna e evoluída cujos responsáveis políticos deveriam ver na profissão a continuidade das suas politicas ambientais no terreno, infelizmente a realidade em vivemos não é a ideal, o que observamos é a aposta numa força de fiscalização militar que utiliza apenas a repressão e não a pedagogia, e o mais flagrante é que pertence a outro Ministério.
Para grande desilusão daqueles que desde a criação da profissão tudo fizeram para que nunca fosse levada a sério (porque o que pretendiam era mão-de-obra barata desqualificada), continuamos a lutar, porque temos um ideal e uma grande paixão pela Natureza. Prova disso temos o “Debate Nacional dos Vigilantes da Natureza” realizado no passado dia 12 de Dezembro, em Castelo Branco, donde saiu um Comunicado de Imprensa a denunciar o abandono de uma profissão que deveria ser encarada como imprescindível na defesa do ambiente. Na sequência do Comunicado de Imprensa recebemos a solicitação de uma reunião do Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, tendo ficado a mesma agendada para o dia 7 de Janeiro, das outras entidades com responsabilidades para com os Vigilantes da Natureza até ao momento só obtivemos silêncio.
Para quem necessita de estar permanentemente em contacto com a Natureza não existe profissão no mundo melhor que a nossa!
Merecemos que a nossa profissão seja respeitada pelas instituições que nos regem porque pela sociedade já somos!

Desejo a todos os apaixonados pela Natureza que o ano de 2010 seja o de concretização dos nossos sonhos!


Francisco Correia


Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza,
Apartado 1037 2711-801 Sintra

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Incêndios florestais destroem quase 40 casas na Austrália

Incêndios florestais possivelmente provocados pela queda de linhas de alta tensão destruíram quase 40 casas no leste da Austrália nesta quarta-feira (30), fazendo com que centenas de pessoas fugissem, disseram testemunhas e autoridades. Pelo menos três pessoas ficaram feridas.

Dois grandes focos ficaram fora de controle durante a noite depois de terem sido iniciados à tarde em um distrito rural ao norte da cidade litorânea de Perth, forçando a retirada dos moradores do município de Toodyay e ameaçando uma segunda cidade, Badgingarra, mais ao norte.

Os dois incêndios atingiram um total combinado de mais de 13,4 mil hectares de floresta e terrenos agrícolas antes que condições climáticas mais favoráveis na quarta-feira ajudassem centenas de bombeiros a contê-los.

O primeiro-ministro do Estado da Austrália Ocidental Colin Barnett declarou estado de desastre natural - liberando fundos de emergência para os sobreviventes - e elogiou os funcionários que combateram as chamas.

"Não há dúvida de que eles salvaram vidas na noite passada", disse Barnett nesta quarta-feira depois de visitar casas queimadas em Toodyay.

O governo estadual informou que pelo menos 37 casas foram destruídas.

Incêndios são comuns em toda a Austrália durante os meses de verão, mas raramente destroem tantas casas.

Em fevereiro passado, o país sofreu os maiores danos causados por incêndios, quando centenas de focos em grandes parte do Estado de Victoria mataram 173 pessoas e destruíram mais de 2.000 casas em um único dia.

Fonte: Folha Online

Noite de ano novo pode ser passada com copos de vidro e a plantar pinheiros de Natal

A noite da passagem de ano não implica necessariamente “excessos ambientais”. A Quercus e a Carbono Verde, consultora de inventário e redução de emissões, aconselham a pôr na mesa copos de vidro em vez de plástico e até a plantar o pinheiro de Natal envasado.

Os ímpetos ecológicos podem começar mesmo na preparação das festas. Fernando Prioste, director da Carbono Verde, sugere a compra de produtos nacionais – com menores emissões de gases com efeito de estufa derivados do transporte - e a “utilização de produtos biológicos, transportados em sacos reutilizáveis, de pano ou papel”. O responsável aconselha ainda a preferência por “produtos vendidos a granel em vez dos embalados, para reduzir a produção de resíduos”.

Os convites podem ser enviados por correio electrónico.

Aqueles que escolheram contar as doze badaladas fora de casa podem “tentar juntar-se no mesmo carro com amigos”, aconselha Susana Fonseca, presidente da Quercus.

Para quem decidir passar a noite em casa é preferível optar por pôr na mesa copos e pratos que depois se lavam e não vão para o caixote do lixo, assim como guardanapos de pano e não de papel.

Susana Fonseca sugere também garrafas de vinho ou de espumante com rolhas de cortiça, e não de plástico, e sumos de fruta ou infusões em vez de refrigerantes.

As casas com lareira podem utilizar produtos naturais, como pinhas e caruma, para acender o lume em vez das acendalhas.

A música “não deverá ser muito ruidosa, para que as pessoas possam falar”.

E quando a festa termina, Fernando Prioste lembra a importância de separar o lixo e colocá-lo no ecoponto. Ou ainda a “inovação” de acabar a noite a plantar o pinheiro de Natal envasado num espaço perto de casa.

Fonte: Publico.pt

Oito linces-ibéricos de Silves vão participar nesta época de reprodução

Oito dos 16 linces-ibéricos do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, fazem parte do grupo de 54 animais que vão participar nesta época de reprodução desta espécie ameaçada, de acordo com o programa ibérico de conservação.

Os quatro casais – Azahar e Drago, Espiga e Daman, Erica e Enebro, Era e Calabacín – foram escolhidos tendo em conta aspectos genéticos e de “química” entre eles.

Mas desta primeira tentativa não deverão resultar crias porque, segundo explicou Sandra Moutinho, assessora do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), os animais chegaram há pouco tempo a Silves. Azahar, o primeiro lince-ibérico a chegar a Silves, inaugurou o centro a 26 de Outubro; o último grupo – Calabacín e Eón – chegou a 1 de Dezembro.

“Este ano ainda é de instalação e seria prematuro esperar crias já para o próximo ano. Apesar disso, consideramos que devem ser feitos os emparelhamentos, para os animais e para a equipa técnica”.

Para esta temporada reprodutora 2009-2010, de Janeiro a Março, o programa ibérico de conservação ex-situ do lince-ibérico conta com 27 fêmeas com potencial reprodutor, distribuídas pelos centros de Silves, La Olivilla, El Acebuche e Zoo de Jerez de la Frontera.

Segundo Sandra Moutinho, os 16 linces-ibéricos estão a adaptar-se bem ao centro de Silves. “Os técnicos estão a registar todos os comportamentos e não há nada de anormal a registar”, informou.

No entanto, o centro espanhol de El Acebuche anunciou hoje a morte de um lince, Ecológico, nascido na Primavera de 2008, devido a complicações renais. “Depois de três semanas intensivas, durante as quais se fez tudo o que foi possível para recuperar o Ecológico (...), finalmente decidimos que o mais humano seria proceder à sua eutanásia”, segundo um comunicado do programa de conservação.

Em Junho foi-lhe diagnosticado uma doença renal crónica, à semelhança do que acontece com outros exemplares. Desde então vinha sendo medicado e chegou a receber uma transfusão de sangue de linces do Zoobotânico de Jerez de la Frontera. No entanto, nos últimos dias, Eco piorou bastante.

“A equipa de criação em cativeiro está consternada e espera que os resultados da necropsia permitam elucidar novos aspectos sobre os problemas renais que afectam esta espécie, tanto em cativeiro como na natureza”, acrescenta o comunicado.

Fonte: Publico.pt

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Amazónia viveu este ano as piores secas e inundações do último século

Nos últimos seis meses, os rios da Amazónia registaram as secas e inundações mais extremas dos últimos cem anos, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Os especialistas relacionam este cenário com as alterações climáticas.

Em Junho, o Rio Negro - o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas - alcançou a marca histórica de 29,7 metros, durante as maiores cheias do último século, revela o estudo, citado pelo jornal “O Globo”.

O mesmo rio, a 4 de Dezembro, registou outra marca importante mas contrária: atingiu uma cota de 15,8 metros, ligeiramente abaixo da cota mínima de segurança, ou seja, dos 16 metros. Segundo o Sistema de Protecção da Amazónia, nos próximos três meses a quantidade de chuvas deverá ser menos de 50 por cento em relação ao esperado. A Defesa Civil já iniciou um plano de emergência para ajudar, pelo menos, 192 mil pessoas, a enfrentar os efeitos da seca.

Até agora, as secas e cheias no Amazonas tinham sido atribuídas ao fenómeno El Niño, que ocorre no Oceano Pacífico e que influencia o clima em várias regiões do planeta. Mas os investigadores da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais no Amazonas (CPRM) do Serviço Geológico do Brasil adoptaram uma nova explicação: as alterações climáticas.

“O El Niño produz um padrão de inundações e secas em redor do mundo e no Brasil causa secas na Amazónia, inundações no Sul, mas de forma gradual e não tão violenta como ocorreu nos últimos seis meses”, comentou ao jornal “O Globo” o meteorologista Marcondes Gama. “Não tenho dúvidas de que essa variação extrema de chuva e tempo seco tem mais a ver com o aquecimento global”, defendeu.

Um aumento das temperaturas médias globais entre 3ºC e 4ºC representa o ponto a partir do qual parte da floresta da Amazónia corre o risco de entrar em colapso, defense um estudo de investigadores brasileiros e britânicos apresentado na cimeira de Copenhaga (7 a 18 de Dezembro).

Segundo um relatório do Governo brasileiro de 2007, as temperaturas na Amazónia entre 2071 e 2100 deverão aumentar entre 4 e 8ºC num cenário pessimista (altas emissões de gases com efeito de estufa) e os 3 e 5ºC num cenário optimista (baixas emissões).

Fonte: Publico.pt

Quercus alerta para degradação da qualidade da água dos rios portugueses

A associação ambientalista Quercus alertou ontem para o agravamento da qualidade das águas dos rios portugueses. "É urgente acabar com as fontes de poluição que persistem ao longo de décadas", refere a Quercus em comunicado divulgado ontem, onde exige às autarquias e ao Governo uma intervenção de fundo.

Em Portugal, 38 por cento dos recursos hídricos monitorizados em 2008 pelo Sistema Nacional de Informação do Instituto da Água (Inag) encontram-se "extremamente poluídos e inadequados para a maioria dos usos", o que corresponde, de acordo com a classificação oficial, a uma "muito má" qualidade da água.

De acordo com os dados do Inag, desde 2005 que a má qualidade da água está sempre muito próxima dos 40 por cento, apesar de em anos anteriores esta percentagem não ter ultrapassado os 30 por cento. Por outro lado, enquanto em 2007 2,1 por cento dos locais monitorizados apresentavam a classificação de "Excelente", em 2008 nenhum local tinha "qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer potencialmente asutilizações mais exigentes em termos de qualidade".

Entre os 12 locais do país com água classificada de "muito má" encontram-se a Ponte da Ribeira, no rio Alviela, o Porto da Carvoeira, no rio Lizandro, ou Monte Real e Ponte Arrabalde, ambas no rio Lis.

O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, já reagiu a estes dados, dizendo que, apesar de não estar surpreendido com a má qualidade das águas na região, fará "tudo para resolver" a situação e está já a trabalhar para "arranjar uma solução", referindo-se particularmente à ponte do Arrabalde, que suscita maiores preocupações por se encontrar dentro da cidade.

Dado que o Inag não apresentou ainda dados relativos a 2009, a Quercus foi realizando ao longo do ano um conjunto de análises pontuais em alguns rios portugueses. E concluiu, através da comparação com os números de 2008, que a classificação "Má" aumentou dez por cento e a "Boa" ou "Excelente" passou de 25 para 40 por cento este ano.

Hélder Spínola, membro da direcção nacional da Quercus, lamenta que "esta situação de degradação da qualidade da água nos rios portugueses já se arraste há tempo de mais". "A responsabilidade dos casos graves de poluição nos rios portugueses é, por um lado, dos governos e autarquias, que não investem nem apoiam soluções para o tratamento de águas; e, por outro, de vários sectores que insistem em não incorporar as suas responsabilidades ambientais na sua actividade económica", diz o dirigente da associação ambientalista.

Fonte: Publico.pt

Jardim Botânico de Londres anuncia descoberta de 250 novas espécies em 2009

O Kew Gardens, jardim botânico de Londres, anunciou que, ao longo de 2009, os seus biólogos e botânicos descobriram e descreveram 250 novas espécies de plantas e fungos em vários locais do planeta.

Entre as novas espécies encontram-se orquídeas, árvores que crescem até aos 42 metros de altura e fungos minúsculos com menos de um milímetro de espessura. A lista inclui 24 novas espécies de palmeiras, 13 novas espécies de orquídeas e uma nova espécie de maracujá da Amazónia, encontrada em Mato Grosso.

As descobertas foram feitas em vários locais do planeta e com a colaboração de peritos de cem países, sendo que o maior número de espécies novas (62) foi encontrado no Bornéu. O Brasil registou a descoberta de 20 novas espécies.

>> Ver Mapa das descobertas

Os investigadores do Kew Gardens – que descobrem, em média, 200 novas espécies de plantas por ano - acreditam que um terço deste grupo de 250 estará ameaçado de extinção.

“Este trabalho nunca foi tão importante”, escreve o jardim botânico em comunicado, lembrando que o planeta vive numa era de alterações climáticas globais e de perda da biodiversidade.

Todos os anos são descobertas, em média, cerca de duas mil novas espécies vegetais. “Estas novas descobertas salientam o facto de que há ainda há muito no mundo das plantas para ser descoberto e documentado. Sem saber o que existe e onde ocorre não temos nenhuma base científica para uma conservação efectiva”, comentou Stephen Hopper, director do Kew Gardens.

Este jardim botânico criou o programa Breathing Planet para “acelerar a descoberta e classificação da diversidade vegetal e para encontrar soluções para a sua conservação”, acrescenta. Hopper.

Fonte: Publico.pt

Mais de 120 baleias morreram nas praias da Nova Zelândia

Nos últimos dois dias, dezenas de baleias deram à costa em duas praias da Nova Zelândia. Apesar dos esforços de dezenas de pessoas para as salvar, 126 acabaram por morrer, anunciou hoje um responsável dos serviços de protecção da natureza.

A maioria dos animais, um total de 105 baleias-piloto, deu à costa em Farewell Spit, na ilha Sul. Nenhuma pôde ser salva. As baleias foram avistadas pela primeira vez por um piloto que sobrevoava a região com cinco turistas e que avisou o Departamento de Conservação (DOC). “Foi uma coisa muito triste de se ver”, comentou o passageiro Maurice Massey, citado pelo jornal “Nelson Mail”.

Segundo Hans Stoffregen, responsável pelo programa de Biodiversidade do DOC, as baleias terão encalhado na costa dois dias antes de terem sido avistadas. Dois terços já tinham morrido e 30 foram abatidas pelo DOC porque estavam demasiado fracas, devido à falta de alimento. “Tem estado muito calor. Podíamos ver o sofrimento nos seus olhos. Foi horrível, mas foi a coisa mais humana a fazer”, comentou.

Os responsáveis consideram que mesmo se as baleias tivessem sido encontradas mais cedo, o seu resgate teria sido muito difícil, já que teriam de ser levadas para as águas profundas, a 12 quilómetros de distância.

Centenas de pessoas salvam 42 baleias na ilha Norte

Outra baleia foi encontrada esta manhã em Totaranui e mais poderão ter morrido noutros locais, adiantou Stoffregen.

Na baía Colville, na ilha Norte, outras 20 baleias-piloto foram enterradas hoje por Maoris em Coromandel, depois de terem morrido ontem. Faziam parte de um grupo de 63 cetáceos que deram ontem à costa. “É um momento muito triste. Os Maori têm uma ligação muito forte às baleias. Tratamo-las como tratamos os nossos defuntos”, explicou David Hamon, um habitante da região. Quarenta e dois destes animais foram salvos por centenas de habitantes da região e turistas que, determinados, saltaram para a água e os mantiveram molhados até que a maré subiu.

Lyn Williams, porta-voz do DOC da região, disse que nenhum dos animais voltou à praia até agora.

Um grande número de baleias acabam por dar à costa na Nova Zelândia todos os Verões, enquanto viajam até às águas da Antárctica com as suas crias, lembra a BBC online.

Fonte: Publico.pt

Governo chinês condena à prisão homens que mataram tigre raro

A Justiça chinesa condenou a 12 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 580 mil yuanes (US$ 85 mil) um homem que matou a tiros um tigre de sub-espécie rara no sudoeste do país, informou a imprensa estatal.

O tribunal da província de Yunnan concluiu que Kang Wannian e Gao Zuqiao atiraram no animal em uma reserva natural em fevereiro.

Quando ambos descobriram que haviam matado um tigre indonésio, uma das espécies protegidas na China, fugiram do local, abandonando o animal.

Mas Zuqiao retornou ao local mais tarde com outras seis pessoas. Eles desmembraram o animal, levaram as partes do corpo para casa e comeram a carne.

Kang foi condenado a 12 anos de prisão por posse ilegal de armas de fogo, caça e morte ilegal de um animal. Gao foi condenado a quatro anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 20 mil yuanes por ter acobertado o crime.

Três pessoas também foram consideradas culpadas e condenadas a quatro anos de liberdade condicional.

Fonte: Folha Online

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Baleias e golfinhos sofrem com oceanos mais ácidos

Os sons propagam-se mais nas águas que registam um processo de acidificação pelo aumento de CO2.

A acidificação dos oceanos provocada pelo aumento de CO2 que eles absorvem vai torná-los cada vez mais ruidosos, perturbando a vida dos mamíferos marinhos como as baleias e os golfinhos, de acordo com um estudo publicado pela revista Nature Geoscience, citado France Presse.

Os sons de baixa frequência propagados na água são produzidos pela chuva, as ondas, a fauna marinha e as actividades humanas, como a navegação, a construção e a utilização de sonars.

Estes sons são dependentes da concentração na água de certos compostos químicos, como o sulfato de magnésio, o ácido bórico e os ions de carbono, que estão directamente ligados à acidez, medida através do PH, explicam os investigadores Tatiana Ilyina e Richard Zeebe, da universidade do Havai, e Peter Brewer, do Instituto de investigação do aquário de Monterrey (Califórnia). O PH dos oceanos, que desceu ligeiramente desde o início da Revolução Industrial, poderá cair seis vezes mais até ao fim do século.

"A absorção do som pode por consequência diminuir até 60% nas altas latitudes", prognosticam os investigadores, que salientam o facto de que o Atlântico Norte figura entre as regiões sobre as quais existem mais preocupações devido a uma forte actividade industrial.

"Níveis elevados de sons de baixa frequência podem ter efeitos biológicos e comportamentais da fauna marinha, como a afluência em massa de cetáceos nas praias e uma surdez temporária nos golfinhos ligada à utilização de sonars de média frequência nos testes militares", explica o estudo.

A acidificação dos oceanos vai afectar os organismos marinhos através da cadeia alimentar.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os elefantes que ameaçam dividir novamente África

O continente africano divide-se entre os que querem um alargamento da moratória que proíbe o comércio de marfim e os que querem continuar a poder vendê-lo legalmente. O principal mercado de destino é o asiático, onde o marfim é muito procurado pelas suas qualidades decorativas. Solução deverá ser encontrada em Março, numa conferência em Doha

Os países africanos preparam-se para um novo confronto em relação ao futuro dos seus elefantes e da oportunidade de novas vendas de marfim, a três meses de um encontro internacional crucial e numa altura em que o mercado negro está em alta.

A Tanzânia e a Zâmbia alimentam a discórdia, pedindo que a próxima conferência sobre espécies ameaçadas de extinção (CITES), que deverá decorrer entre 13 e 25 de Março, em Doha, autorize que vendam, respectivamente, 90 e 22 toneladas de marfim.

Este novo "contornar" das leis de interdição do comércio de marfim, imposta em 1989 para salvar o elefante africano, relançou a guerra entre os países do continente nos quais este paquiderme continua em perigo, e os que dizem já ter ultrapassado o problema.

Antigamente contavam-se milhões de elefantes em África, mas hoje não são mais de 400 mil a 600 mil. Mais de metade vivem na África austral, mas são apenas alguns milhares, senão centenas na África ocidental, central e oriental, dizimados pela caça furtiva. Em alguns países, como no Burundi, na Gâmbia, na Mauritânia ou na Serra Leoa desapareceram completamente. "Nós não queremos ver amanhã que os elefantes só sobreviveram num único local de África", disse Patrick Omondi, que vai liderar a delegação queniana em Doha.

A última conferência CITES, em 2007, decorreu com confrontos semelhantes, antes de chegar a um compromisso: a moratória das vendas de marfim prolongada durante nove anos, mas luz verde ao Zimbabwe, à África do Sul, à Namíbia e ao Botswana para venderem excepcionalmente 108 toneladas aos compradores chineses e japoneses.

Os defensores dos elefantes dizem que essa venda legal aumentou a procura de marfim, procurado em toda a Ásia pelas suas qualidades decorativas, e animou o mercado negro. No Quénia, o número de elefantes mortos pelos caçadores furtivos passou de 47, em 2007, para 214, em 2009.

"Se isto continua assim, podemos assistir durante a nossa vida à extinção dos elefantes", assegurou Patricia Awori, directora da rede pan-africana de protecção da vida selvagem.

Mas o Zimbabwe pensa de forma completamente diferente. Estimando que o número dos seus paquidermes passou dos 55 mil em 1989 a 137 mil em 2006, este país afirma que "os elefantes tornaram-se cada vez mais um incómodo para os camponeses pobres", cujos campos destroem.

A venda de marfim recolhido após a captura ou a morte natural é o melhor meio para sensibilizar as populações para o valor do maior mamífero terrestre, defende a Tanzânia no seu dossier entregue à CITES. A sua proposta é de fazer uma emenda em sentido inverso, apoiado por sete países africanos, entre os quais a República Democrática do Congo e o Quénia, com vista a aumentar a moratória de 9 para 20 anos, e proibir formalmente qualquer venda legal, excepto na África Austral. "Enquanto país que partilha o mesmo ecossistema que a Tanzânia, arriscamos perder ainda mais elefantes com a proposta" deste país, diz o ministro queniano encarregue do património animal, Noah Wekesa.

Uma coisa é certa: "o comércio ilegal de marfim, cujo volume tem aumentado desde 2004, deu um grande salto em 2009", como revela Traffic, o organismo internacional de monotorização dos mercados animais, que aponta para "uma implicação crescente do crime organizado".

A quantidade de marfim apre-endido duplicou num ano, atingindo 15 toneladas em 2009, com um preço de revenda que vai dos 750 aos mil dólares o quilo. "Isto começa verdadeiramente a escapar a todo o controlo, é como o tráfico de droga", afirma Awori.

Fonte: Diário de Notícias

Peneda-Gerês: Residentes do parque protestam em Braga contra P.O.

Um grupo de residentes no Parque Nacional da Peneda-Gerês realiza a 23 de Janeiro uma manifestação em Braga para protestar contra a proposta de revisão do Plano de Ordenamento do Parque, disse à Lusa fonte da organização.

O movimento 'Peneda-Gerês com gente' decidiu avançar para a sede do PNPG depois de ter aprovado uma moção em que se propõe 'a suspensão imediata do actual processo de revisão do regulamento do Plano de Ordenamento e o início de um novo processo'.

Os moradores pretendem que seja elaborado um Plano que respeite os residentes na área do Parque e os seus direitos de propriedade e que o novo documento não se sobreponha àquilo que está previsto na vigente lei dos baldios.

O documento vai ser encaminhado para a direcção do Parque Nacional, para o Instituto de Conservação da Natureza, para o Ministério do Ambiente e para os partidos políticos que estão na Assembleia da República.

Consideram que a revisão do regulamento do Plano de Ordenamento (cuja fase de discussão pública terminou dia 03), se for aprovada pelo Governo, 'prejudica gravemente a população local, para além de conter ilegalidades'.

O organismo, que representa diversas sensibilidades, desde representantes dos baldios, proprietários florestais, agricultores e algumas das juntas de Freguesia da zona do Parque Nacional - está a analisar a possibilidade de avançar para os tribunais caso este regulamento seja aprovado pelo Governo.

Em causa no projecto de Plano apresentado pelo PNPG estão, entre outras questões, as alegadas limitações na visitação impostas aos residentes e ao pastoreio, as taxas, a proibição de centrais de energia eólica e da caça, e o recurso aos baldios.

Nos dois primeiras questões, o director do Parque Lagido Domingues tem vindo a dizer que não há qualquer limitação à visitação e ao pastoreio.

Fonte: Correio do Minho

Maciço calcário estremenho candidatado a Maravilhas Naturais

A Iniciativa ‘Maravilhas Naturais de Portugal’ conta agora com dois novos candidatos: as Grutas da Moeda, localizadas em S. Mamede, Batalha, e o maciço calcário estremenho, que abrange as Serras de Aire e Candeeiros e os planaltos de Santo António e S. Mamede

A Câmara Municipal da Batalha apresentou as candidaturas das Grutas da Moeda e do maciço calcário estremenho ao concurso ‘7 Maravilhas Naturais de Portugal’, anunciou ontem a autarquia.
O presidente do município, António Lucas, disse à agência Lusa que a selecção destas duas candidaturas se deve à “importância que apresentam no contexto natural da região” e ao “enorme valor turístico” que representam.
No caso das Grutas da Moeda, António Lucas declarou que “estas formações calcárias são consideradas as mais belas de Portugal”, realçando o Centro de Interpretação Científico-Ambiental, inaugurado a semana passada no mesmo complexo.
“Permite perceber a formação das grutas, assim como do próprio maciço calcário estremenho”, referiu o autarca.
A candidatura remetida às ‘7 Maravilhas Naturais’ enfatiza justamente o facto destas formações calcárias serem consideradas as mais belas de Portugal, constituídas por calcários micríticos da Serra de Aire, a partir dos quais se podem observar estalagmites e estalactites únicas.

Um maciço com 75 mil hectares

Já na candidatura do maciço calcário estremenho, que envolve institucionalmente também a Câmara Municipal de Porto de Mós, o autarca batalhense explicou que pretende evidenciar “a mais importante zona calcária de Portugal, abrangendo as serras de Aire e Candeeiros e os planaltos de Santo António e de São Mamede”.
O maciço calcário estremenho, unidade geomorfológica que se estende por uma área de cerca de 75 mil hectares, entre Rio Maior e Leiria, dos quais 40 mil estão integrados no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, alberga o segundo maior aquífero do País, depois da Península de Setúbal.
Na explicação formulada na candidatura, é ainda apontado que o substrato calcário corresponde ao elemento fundamental da paisagem sendo possível observar diversos valores naturais, designadamente geomorfológicos, que resultam de processos de dissolução das rochas na água, em sequência de uma permeabilidade elevada, como grutas, algares, escarpas, campos de lapiás, vales secos, polje, dolinas, entre outros.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, neste território deveria haver uma “interacção mais forte entre o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e a população”.
António Lucas afirmou que desta interacção haverá “vantagens para todos”, desde a “salvaguarda dos valores naturais”, mas também “o desenvolvimento de actividades económicas e a manutenção da vivência das pessoas”. O autarca disse acreditar que na eventualidade das candidaturas virem a integrar o grupo das ‘7 Maravilhas Naturais de Portugal’ o resultado é a “valorização deste património”.

Vencedores conhecidos em Setembro de 2010

A iniciativa para eleger em 2010 as ‘7 Maravilhas Naturais de Portugal’ arrancou em Novembro, numa organização da ‘New 7 Wonders Portugal’ no Ano Internacional da Biodiversidade, que pretende sensibilizar os portugueses para a necessidade de preservar e promover e o património natural do País.
A votação decorrer no site www.7maravilhas.sapo.pt e seleccionar as respectivas categorias (Grutas e Cavernas e Grandes Relevos).
O anúncio dos vencedores vai ter lugar na Lagoa das Sete Cidades, em S. Miguel, nos Açores, a 11 de Setembro de 2010.

Fonte: Diário de Leiria

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Morte de lontra origina queixa de ambientalistas

O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA) apresentou uma queixa contra anónimos após terem sido conhecidos os resultados da causa da morte de uma lontra, encontrada num caixote do lixo em Beringel, distrito de Beja.

Os resultados indicam que a lontra morreu por “esmagamento de crânio e derramamento da massa cefálica”, disse ao PÚBLICO Dário Cardador, responsável do CRASSA, um dos três centros de recuperação de animais selvagnes geridos pela associação Quercus.

No início de Outubro, a lontra, baptizada Beringela por ter sido descoberta em Beringel, foi levada para o CRASSA, depois de este centro ter sido informado que este animal se encontrava preso numa reserva de caça, numa caixa para apanhar predadores. O CRASSA deslocou-se ao local e tratou das lesões da lontra, tendo depois procedido à sua libertação, não sem ntes lhe colocar às costas um dispositivo GPS, que recolhia informações de hora a hora.

Já no fim de Outubro, foi este mecanismo de vigilância que permitiu perceber que algo não estava bem. “Começaram a aparecer pontos de GPS dentro de uma casa numa vila”, explica Dário Cardador. A equipa do CRASSA deslocou-se ao sítio, em Beringel, sem imaginar o que tinha acontecido. “Julgávamos que ela tinha perdido a mochila com o equipamento GPS. E que alguém a tivesse levado para uma casa”.

No entanto, um outro sinal de GPS apontava para o contentor de lixo próximo da casa. Após terem revolvido os conteúdos que se encontram lá dentro, os membros do CRASSA encontraram a lontra morta. “A lontra não chegou a deslocar-se muito. Quando a libertámos foi também em Beringel, o mesmo sítio onde a encontrámos da primeira vez”, disse Dário Cardador.

Os procedimentos seguintes foram informar as Brigadas de GNR do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente e levar a lontra para a Universidade de Évora para serem apuradas as causas da morte. Por essa razão é que só hoje é apresentada formalmente a queixa contra anónimos, tendo sido fornecidos todos os dados acerca dos locais de onde foram emitidos os últimos sinais de GPS.

Fonte: Publico.pt

Parque Natural do Douro Internacional sem Vigilantes da Natureza desde Outubro

O Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) está desde Outubro sem vigilantes e com falta de meios, entre os quais viaturas, que o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) reconhece como sendo escassos.

Em resposta à agência Lusa, a presidência do ICNB afirmou que os meios disponíveis nesta Área Protegida “são francamente escassos, quer por ter deixado recentemente de ter vigilantes da natureza, quer devido às dificuldades logísticas relacionadas com o parque automóvel, necessário para a deslocação dos técnicos no âmbito das suas funções”.

Desde Outubro que o PNDI funciona sem qualquer vigilante para a totalidade da sua área de extensão - 120 quilómetros. Esta situação “dificulta a operacionalidade do ICNB no local”, refere este instituto.

Até Outubro de 2009, o parque esteve a funcionar apenas com um vigilante em part-time, e na totalidade da época de incêndios sem viaturas de primeira intervenção por falta de verbas.

O PNDI foi criado em Maio de 1998, que desde logo previu para o seu quadro de pessoal sete técnicos superiores e oito vigilantes da natureza, objectivo nunca alcançado e que inclusive tem vindo a ser afastado, com a situação actual de apenas quatro técnicos superiores e inexistência de vigilantes.

Confrontado pela Lusa com a situação desde finais de Novembro, o ICNB, que tem adiado a resposta, solicitou entretanto à tutela, “a abertura de um processo de recrutamento externo para reforço do corpo de vigilantes da natureza”, tendo obtido “resposta positiva, estando o processo em curso”.

Relativamente à aquisição de novas viaturas, acrescenta ainda, esperar “um reforço da actual frota em 2010, suportado pelo orçamento do ICNB e também através da cedência de viaturas no âmbito de projectos com financiamento europeu para a vigilância de incêndios”.

O território do Parque Natural do Douro Internacional abrange os municípios fronteiriços de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro, no canhão dos rios Douro e Águeda que delimitam a fronteira com o “Parque Natural Arribes del Duero” criado em 2002 em território espanhol.

Os dois Parques formam no seu conjunto um dos maiores espaços protegidos da Europa, com uma superfície de 192.605 hectares.

Fonte: LUSA

domingo, 20 de dezembro de 2009

Comunicado de Imprensa da APGVN na sequencia do Debate Nacional

Na sequencia do DEBATE NACIONAL DE 12 DE DEZEMBRO EM CASTELO BRANCO: “VIGILÂNCIA DA NATUREZA: QUE MISSÃO? QUE CARREIRA(S)? QUE FUTURO?”, os Vigilantes da Natureza do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR), afectos às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR’s), Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH’s) e Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), bem como das regiões autónomas da Madeira e dos Açores manifestam a sua indignação pelo desprezo e abandono a que a sua carreira tem sido votada, pelos sucessivos governos desde 1999.


Ver comunicado de imprensa (pdf)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Brasil: Situação da onça-pintada (Panthera onca) é crítica em quase todo o país

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), organizou workshop para conservação da onça-pintada, em Atibaia, São Paulo. A reunião aconteceu de 10 a 13 de novembro e ainda contou com o apoio da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), por meio de grupos de especialistas de felinos (Cat SG) e de conservação e reprodução (CBSG-Brasil).

Durante o workshop, foram definidas metas e ações para o Plano de Ação Nacional da Onça-Pintada e um mapa das áreas prioritárias para sua conservação, que deverá ser editado até meados de 2010. Mais de 200 ações foram propostas, sendo priorizadas 10 para cada bioma do território nacional, resultando num quadro total de 50 ações prioritárias para a conservação da onça-pintada.

Os debates seguiram seis linhas temáticas que enfatizaram as políticas públicas, a caça, os conflitos, a educação e comunicação, a pesquisa e a perda e fragmentação de habitats. Junto a isso, foram gerados modelos estatísticos populacionais e de disponibilidade de habitats.

Segundo o chefe substituto do Cenap, Rogério Cunha de Paula, essas análises poderão direcionar esforços emergenciais às áreas onde a onça tem maior possibilidade de desaparecimento em curto e médio prazo. Para o biólogo, a região Nordeste, que tem hoje menos de 250 indivíduos, corre o risco de não possuir mais a onça-pintada em um prazo de 60 anos, por causa da perseguição por ataques à criação e pela transformação de habitats naturais.

“Uma solução para proteger a onça-pintada é trabalhar na criação de novas unidades de conservação e corredores de conexão entre as já existentes, que permitam a comunicação entre as populações isoladas”, salienta Rogério.

Ameaça
Foi definido também o grau de ameaça da espécie para cada bioma, utilizando-se os critérios da IUCN. Apesar de a onça-pintada ser observada mais abundantemente no Pantanal e Amazônia, resultando em um status de “quase ameaçada”, a situação nos outros biomas brasileiros é crítica. Definiu-se como “vulnerável” no cerrado, “ameaçada” na Mata Atlântica e “criticamente ameaçada” na Caatinga.

A onça-pintada é o maior felino das Américas e vem sofrendo nas últimas décadas redução drástica de suas populações. Há o desaparecimento de várias áreas onde antes o animal habitava. A onça figura entre as listas de espécies ameaçadas estaduais, nacionais e mundiais. No Brasil é listada como “vulnerável” e segue em extremo declínio na maior parte do território nacional.

Fonte: ORB

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lince ibérico: Alentejo poderá acolher animais dentro de "três a quatro anos"

O presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade revelou hoje que o Alentejo poderá receber linces ibéricos dentro de “três a quatro anos”, desde que sejam criados habitats naturais para o efeito.
O projecto Vallia integra um plano de gestão de habitat, concebido e implementado em parceria com proprietários, produtores florestais, agricultores, caçadores, organizações não-governamentais de desenvolvimento e de ambiente e a administração pública. Tem como finalidade contribuir para a recuperação de habitats favoráveis à presença de lince ibérico, valorizar a troca de experiências e o envolvimento de agentes locais na recuperação destes habitats e divulgar práticas de gestão adequada do matagal mediterrânico.
Para que isso seja uma realidade, estão a decorrer várias reuniões com um conjunto de entidades para iniciar uma estratégia de intervenção em habitats localizados nas regiões de Portalegre, Vale do Guadiana, Mourão e Barrancos.

Fonte: DianaFM

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Algarve: Biólogo descobre nova espécie de búzio

Um biólogo do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve descobriu durante um mergulho uma nova espécie de búzio ao abrigo de um projecto que visa traçar um mapa da biodiversidade da costa algarvia. Carlos Afonso, responsável pela descoberta, disse à Lusa que apesar de já se ter conhecimento da espécie, esta nunca tinha sido analisada ao pormenor, já que existe uma "lacuna" na inventariação de espécies que habitam a costa.
A espécie agora descrita pela primeira vez foi descoberta ao abrigo do projecto "Cartografia das comunidades marinhas da costa algarvia dos zero aos 30 metros de profundidade" (RENSUB). Até agora foram identificadas, ao abrigo do projecto, cerca de 1272 espécies, correspondentes a 155 peixes, 998 invertebrados e 119 algas, com um total de 32 espécies registadas pela primeira vez em Portugal.

Este novo gastrópode, da espécie Fusinus albacarinoides, foi identificado durante um mergulho entre a Praia da Oura, Albufeira, e a Praia da Marinha, Lagoa, e tem cerca de vinte milímetros de comprimento e oito de diâmetro. Apesar de o género Fusinus ser bastante comum e existir um pouco por todo o mundo, a espécie agora descoberta está, para já, apenas identificada na costa algarvia, frisou Carlos Afonso.

Fonte: LUSA

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Montado: Sobreiros podem impedir a erosão do solo

Esta espécie de árvore conserva os solos, regula o ciclo da água, fixa o carbono e ajuda a promover a biodiversidade. Além disso, é um 'habitat' para espécies em perigo

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) considera que os montados portugueses podem ter um papel fundamental no combate à desertificação no País inteiro ao impedir a erosão do solo. "O clima em Portugal é actualmente caracterizado por chuvadas intensas e pouco dispersas durante o ano. Esta chuva concentrada provoca a erosão do solo, pois a água é arrastada e não se infiltra no solo", explicou ao DN Luís Silva da WWF.

Mas de que forma podem os sobreiros impedir a erosão? "Estas árvores cobrem o solo e fazem aumentar a infiltração de água no solo." O solo rejuvenesce e a biodiversidade aumenta. O sobreiro destaca-se pelo valor económico, ambiental e social, ocupando 736 mil h em território nacional. Conserva os solos, regula o ciclo da água e fixa o carbono. A exploração da cortiça é processo sustentável, pois a cortiça é retirada apenas a cada nove anos. A águia-de-bonelli e o lince-ibérico têm nos montados o seu habitat de eleição.

"Ao perderem-se as condições para que as diferentes espécies, tanto da fauna como da flora, existam, o ecossistema torna-se mais pobre", explica o ecologista. Neste cenário, a desertificação tem condições para singrar facilmente. "É um ciclo vicioso", acrescenta. No relatório, "O Sobreiro, Uma Barreira contra a Desertificação", a WWF assume que este é "um problema crescente no mundo e o seu combate uma missão à escala global". "Portugal é um dos países do Sul da Europa mais afectados pela desertificação. É em boa parte um efeito das suas condições climáticas: verões secos e quentes, a que acresce um regime de precipitação torrencial", diz a WWF. A solução encontra-se na floresta portuguesa. Cerca de um milhão e 800 mil hectares estão localizados em zonas de grande susceptibilidade à desertificação. Nestas áreas, a azinheira e o sobreiro são as principais espécies de árvores. O pinheiro manso, também pode ajudar mais no Norte do País.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 13 de dezembro de 2009

Nova tragédia abala a comunidade mundial de Vigilantes da Natureza!

Mais de 120 incêndios fora de controlo provocados pela combinação de fortes ventos, seca e altas temperaturas afectam o sudeste da Austrália.


Quase 2.000 bombeiros lutam contra as chamas nas zonas afectadas de New South Wales e Queensland.

Os bombeiros aconselharam os habitantes de algumas cidades para estarem preparados para evacuar as suas casas, já que se prevê que o fogo se torne incontrolável, imprevisível e se desloque a grande velocidade.

Durante as operações de combate aos incêndios, um helicóptero sofreu uma queda, tendo como consequência a morte de um Park Ranger e ferimentos graves no piloto da aeronave.

A morte trágica e prematura do nosso colega Park Ranger Australiano Aaron Harber encheu de tristeza todos os companheiros. Foi um profissional de grande valor, trabalhou 12 anos em “Dorrigo”, era um especialista em combate a incêndios florestais. Será lembrado pelo empenho que sempre demonstrou no combate aos incêndios para proteger as vidas e as casas dos outros.

Para além de dedicar a sua vida à defesa e protecção da Natureza, sempre se empenhou em causas humanitárias, principalmente na ajuda aos refugiados Sudaneses, procurando proporcionar-lhes uma vida melhor no país que os acolheu.

Aaron também se dedicava a apoiar os mais jovens, era o Treinador dos Juniores de uma equipa de Futebol local.

Era um membro muito respeitado pela comunidade de “Dorrigo”, deixa muitas saudades em todos o que o conheceram, principalmente na sua esposa e nos seus dois filhos.

A comunidade mundial de Vigilantes da Natureza está solidária com todos os seus companheiros Australianos e com a família do Park Ranger que partiu!


Fonte: Grupo Guardaparques

Escrito por Francisco Correia

Montanhistas contestam taxas do ICNB apesar do recuo do Ministério do Ambiente

Cerca de centena e meia de montanhistas protestaram hoje em Braga contra as taxas cobradas por serviços prestados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB). A portaria que regulamenta esses valores está suspensa há uma semana por decisão do Governo, mas esse facto não chegou para acalmar os protestos.


“Pode parecer estranho, mas a suspensão veio dar mais importância à marcha”, afirma Rui Barbosa, autor do blogue Carris e principal dinamizador do protesto. Em causa estão as declarações da ministra do Ambiente ao PÚBLICO, no final do mês passado, em que admitia a revisão da portaria, mas assegurava que o pagamento de taxas era para manter. “Este adiamento só vai adiar um problema que voltará a surgir em finais de Fevereiro”, considera o montanhista.

Para Barbosa a portaria é “injusta e perversa” e tributa duplamente os praticantes dos desportos de montanha. “Na prática é mais um imposto. O Governo tem de compreender que não pode taxar serviços que são competência do próprio Estado”, sustenta.

Fernando Pontes, da associação de montanhismo Um par de botas, que também se associou ao protesto, assume uma posição idêntica. “Não queremos uma suspensão da portaria, queremos a sua anulação. O que pretendemos é que as áreas sob alçada do ICNB sejam livres e sem taxas”, argumenta.

A marcha silenciosa percorreu algumas das principais ruas de Braga, cidade em que estão sedeados os serviços regionais do ICNB e reuniu cerca de 150 pessoas, entre os quais representantes de dez clubes de montanhismo e pedestrianismo e da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada. Também se associaram ao protesto vários residentes do perímetro do Parque Nacional da Peneda-Gerês, área onde se tem centrado grande parte da contestação às taxas.

A contestação dos montanhistas centra-se sobretudo nas taxas cobradas para a autorização de actividades desportivas nas áreas protegidas. Um simples pedido de autorização custa, no mínimo, 200 euros. Há uma semana, o Ministério do Ambiente decidiu suspender a portaria por um período de três meses, durante o qual os valores a cobrar serão revistos. “A interpretação que tem vindo a ser realizada da portaria não se revela conforme com o espírito que presidiu à sua elaboração”, sustenta a tutela em comunicado.

Apesar dessa decisão, também a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal se envolveu esta semana na contestação. “É um grande negócio. Assim se descobre a galinha dos ovos de ouro para financiar uma área protegida”, ironiza a instituição em comunicado. O clube “N Aventuras” lançou uma petição on-line em que é pedida a anulação da portaria e que até ao final do dia de ontem tinha sido assinada por mais de 1100 pessoas.

Fonte: Publico.pt

Vida do Bodião: Um solitário que muda de sexo

Nasce fêmea, mas com passar dos anos, muitos transformam-se em machos e são pais exemplares, pelo menos até à eclosão dos ovos. Só em Portugal são conhecidas 16 espécies de bodião.

O bodião é um dos peixes mais curiosos nas águas portuguesas. O facto de ser uma espécie "hermafrodita protogínica", só por si, já lhe confere um estatuto peculiar. Todos os bodiões nascem fêmeas, mas acabam por mudar de sexo entre os quatro e os 14 anos. É após este fenómeno mutante que a espécie está habilitada a construir ninhos circulares de algas, executando fendas, onde uma ou mais fêmeas hão-de depositar os ovos.

É aqui que o instinto paternal deste solitário dos mares assume proporções quase exacerbadas. "É uma espécie que segue os cuidados parentais. Fica a defender o ninho, tomando conta das posturas até à sua eclosão", refere a bióloga Dinah Sobral, do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

Aliás, a forma destemida que o bodião deposita na defesa das posturas, levando-o a não aban-donar o local mesmo em caso de ameaça extrema, fez com que as associações de pesca submarina alertassem os praticantes para que antes de dispararem o arpão sobre esta espécie procurem verificar se o exemplar estará a guardar algum ninho. Sobretudo se o mergulho se realizar nos meses da Primavera, quando o bodião entra em fase de reprodução.

De resto, não é por acaso que no portal do Departamento de Oceanografia e Pescas o bodião é, inclusivamente, apontado como o principal exemplo do que deve ser o "respeito pelos elementos regeneradores das zonas exploradas", sendo sublinhado que um disparo em tempo de reprodução "poderá estar a interferir injustamente com uma espécie".

O departamento alerta os praticantes que, "por muito que o mergulhador seja inapto, estes animais não irão abandonar o seu ninho e a sua descendência. Manter-se-ão lá e lutarão para defender a sua prole, sem imaginar que são incapazes de se defender contra um arpão".

Já em terra, são os próprios pescadores desportivos que atestam a parca inteligência do bodião, movida pelo seu instinto voraz. É a gula pelo isco - seja ele qual for - que o leva a ficar, regularmente, preso nos anzóis, sobretudo durante o dia, quando se mostra uma espécie bastante activa na procura de alimento. Os juvenis fazem-no nas zonas de maré, com profundidade reduzida, mas os adultos chegam a atingir profundidades até aos 25 metros na procura de crustáceos, molusco e peixes mais pequenos.

Diz quem sabe que o bodião não resiste ao chamariz de uma minhoca coreana a agitar-se no anzol ou ao cheiro do casulo e do lingueirão, acabando por ver abruptamente interrompida a sua esperança média de vida, que pode durar até aos 29 anos.

"Para um peixe, estamos a falar de uma idade bastante avançada", acrescenta Dinah Sobral, garantindo que, apesar de ser presa aparentemente fácil de enganar, se trata de uma espécie que não está ameaçada.

"Há muito bodião na nossa costa, principalmente, porque não é alvo de grandes pescarias. Como não tem valor comercial, os pescadores profissionais nunca fizeram pescarias dirigidas a esta espécie", admite a bióloga do ICNB.

Só em Portugal existem nada menos de 16 espécies de bodiões, algumas bastante grandes; outras minúsculas. Espécie sedentária, das mais comuns nas águas portuguesas, concentra-se, essencialmente, nas zonas resguardadas, onde predominam rochas ou ervas marinhas, desde que a profundidade não vá além dos 25 metros.

Solitário e extremamente territorial, o bodião não é um nadador muito rápido, já que as suas barbatanas são pouco desenvolvidas. E são os olhos o que mais se destaca na sua morfologia, apresentando-se salientes, sobre uma boca pequena, que, claramente, destoa em proporção ao resto do corpo, revestido por pequenas e finas escamas.

Porém, não é pela ausência de valor comercial que deixamos de estar na presença de um peixe cada vez apreciado pelos consumidores, que começa a surgir nas ementas de alguns restaurantes, mesmo dos ditos "mais requintados", que apresentam o bodião como um peixe macio e bastante gostoso, que pode ser servido frito, assado ou cozido. Nas bancas dos mercados a sul do Tejo é cada vez mais comum vê-los em cima da pedra. O preço do quilo varia entre os cinco e os sete euros. Todos capturados à linha, a qualquer altura do ano junto de pontões, cais ou muralhas. Seja à bóia ou ao fundo.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 12 de dezembro de 2009

Só falta espaço e parceiros para instalar Centro de Interpretação do Lince em Silves

A colaboração entre a Câmara de Silves e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) deverá fazer surgir um Centro de Interpretação do Lince-ibérico, naquela cidade.

Ainda não há certezas, mas a presidente da Câmara Isabel Soares já afirmou ao «barlavento» que «o presidente do ICNB esteve numa reunião e uma das ideias é de que deveria ser em Silves, porque é o local mais visitado».

A criação deste espaço é importante, pois o Centro de Reprodução não permite visitas e esta pode ser a maneira de a população poder tomar contacto com a rotina dos felinos, através de um circuito de vídeo que transmitirá a partir do Centro de Reprodução.

Falta, contudo, escolher o edifício que reúna as condições necessárias para instalar o Centro de Interpretação e, segundo Tito Rosa, presidente do ICNB, parceiros que possam ajudar a criar o posto de observação.

«O centro de interpretação poderá ser mais um ponto de atracção para o turismo e para a investigação, porque já sabemos que existem muitas pessoas voluntárias vindas do mundo inteiro para a observação dos animais».

Fonte: Barlavento Online

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

"Cães-biólogos" ajudam estudos de impacte ambiental

Polícia e empresa Bio3 unem-se no treino e uso de cães para a detecção de animais mortos, o que vai ajudar a monitorizar espécies protegidas.

"Balita, busca, busca!" Ao incentivo do tratador, a cadela pastora- -alemã corre pelo meio do mato e, poucos minutos depois, pára e indica um pássaro morto. O jogo faz parte da demonstração do Projecto Cão-Biólogo desenvolvido pela empresa Bio3 em parceria com a Unidade Especial da Polícia. O pássaro morto tinha sido escondido para demonstrar a eficácia da cadela na busca e detecção de cadáveres de aves e morcegos, uma técnica que visa a conservação de espécies protegidas.

Balita, uma pastora-alemã de três anos de idade, é a nova arma da defesa do ambiente em Portugal. O melhor amigo do homem já era usado para os mais diversos fins, da busca e salvamento à detecção de droga e explosivos. Agora, também temos cães especialistas na monitorização ambiental. Balita foi o primeiro cão treinado para busca e detecção de cadáveres de aves e morcegos, usado para o estudo do impacte de parques eólicos e linhas eléctricas. Faz parte do Projecto Cão- -Biólogo, um serviço inovador em Portugal, apresentado ontem à comunicação social pela empresa Bio3, no parque eólico da serra dos Candeeiros, em Rio Maior.

No alto da serra, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o nevoeiro cerrado não deixa ver um palmo à frente dos olhos. Indiferente ao frio e humidade, Balita corre pela vegetação com visível alegria. Mesmo quando duas técnicas do Instituto de Conservação da Natureza insistem na realização de um exercício numa zona de mato espinhoso e molhado, para testar a fiabilidade da cadela.

Miguel Mascarenhas, da empresa Bio3, disse que teve conhecimento desta metodologia já usada há algum tempo nos EUA. "Fizemos a proposta à Unidade Especial da Polícia, uma das instituições mais credenciadas no treino de cães, e que aceitou o desafio, tendo iniciado em Abril de 2008 os treinos de dois cães e dois técnicos da Bio3", disse este biólogo que fez formação com a Cássia, a segunda cadela usada neste projecto.

Entre os observadores deste exercício, além dos jornalistas e técnicos do Instituto de Conservação da natureza, contam-se a comissária Paula Monteiro, da Unidade Especial da Polícia, e o agente especial Miguel Lemos, do Grupo Operacional Cinotécnico, que apoiam este projecto.

A comissária Paula Monteiro justificou a participação da PSP neste projecto pioneiro com "a importância da defesa do ambiente", assim como a necessidade de termos uma "polícia moderna com consciência do seu papel e responsabilidade social". A Unidade Especial de Polícia já tinha cães de busca e salvamento, de detecção de drogas e explosivos, e recentemente criou grupos de detecção de armas de fogo e possui ainda cães para operações tácticas. Agora, em parceria com a Bio3 surgiu este projecto pioneiro em Portugal.

"A monitorização ambiental dos parques eólicos e a protecção das espécies é do interesse da sociedade, por isso aceitámos esta parceria com a Bio3", disse a comissária Paula Monteiro.

Com o recurso a estes cães treinados especialmente para detectar cadáveres de animais, esta solução pretende conferir maior rigor nas avaliações de impacte ambiental e nos estudos e monitorizações de biodiversidade.

Prova disso, Balita descobre, um após outro, todos os cadáveres das aves escondidos na vegetação, recebendo satisfeita os elogios e carinhos do tratador. Para o animal, tudo isto é um jogo, uma brincadeira que faz com alegria infantil.

Mas para as aves e morcegos este é um trabalho sério que pode significar a sobrevivência de muitas espécies protegidas.

Fonte: Diário de Notícias

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Zona de proteção especial para salvar aves ameaçadas é prioridade em Portugal


A criação de Zonas de Proteção Especial (ZPE) no mar para conservar as aves marinhas foi defendida nesta terça-feira (08) por especialistas no Congresso Nacional de Ornitologia em Elvas, Portugal.

“As aves marinhas eram pouco conhecidas mas, devido a um projeto pioneiro desenvolvido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) temos identificado as principais espécies a serem protegidas” disse Luís Costa, diretor executivo da SPEA.

Uma das espécies em risco iminente de extinção é a Pardela-balear (Puffinus mauretanicus). “É uma ave que tem ninhos e colônias nas ilhas Baleares, na Espanha, mas que também depende da costa portuguesa durante a migração e o inverno”, alerta o biólogo.

Para a conservação da espécie, Luís Costa defende que é necessário sensibilizar os pescadores. “Os pescadores, quando lançam anzóis ou redes à água, fazem capturas acidentais. É nesta sensibilização que vamos trabalhar numa próxima etapa”.

Como as aves não conhecem fronteiras, é essencial a cooperação entre os países para melhor definir essas áreas de Proteção Especial. É esse o objetivo de dois projetos pioneiros em Portugal e Espanha, que contam com o cofinanciamento do Programa LIFE-Natureza da Comissão Europeia.

Luís Costa sublinha de igual modo a importância dos parceiros também a nível nacional. “Na ilha de S. Miguel (Açores) conseguimos salvar da extinção o priolo por meio da colaboração das autoridades regionais e o cofinanciamento comunitário”, exemplificou.

Fonte: LUSA

Vigilantes da Natureza - A anilhagem de juvenis de Freira da Madeira

O projecto de estudo da Freira da Madeira, Pterodroma madeira, coordenado pelo Dr. Francis Zino, Investigador Associado do Museu Municipal do Funchal (História Natural), continua a decorrer com o apoio do Parque Natural da Madeira. Neste âmbito procedeu-se à anilhagem dos juvenis desta espécie nascidos este ano na colónia do Pico do Areeiro. Esta operação, que teve lugar no passado dia 9 de Outubro de 2009, envolveu uma equipa do Museu Municipal do Funchal (História Natural) composta pelos Drs. Manuel Biscoito, Ysabel Gonçalves e Juan Silva e outra do Parque Natural da Madeira composta pelos Vigilantes da Natureza, Carlos Viveiros e Alexandre Luís.

Os Vigilantes da Natureza encarregaram-se de monitorizar os ninhos, com recurso a técnicas de escalada muito exigentes, só ao alcance de profissionais com elevado grau de treino. A equipa do Museu procedeu à anilhagem das aves e à recolha de sangue das mesmas para efeitos de posterior determinação do sexo e estudos de genética populacional. No total foram anilhadas 5 aves juvenis e uma adulta. Num dos ninhos, dada a sua profundidade e com vista a produzir o menor distúrbio possível, a equipa optou por não anilhar a ave presente.

Refira-se a propósito que a Freira da Madeira é uma ave marinha endémica, altamente ameaçada de extinção e que tem sido alvo de intenso estudo por parte da equipa liderada pelo Dr. Francis Zino e de medidas protectoras excepcionais da responsabilidade do Parque Natural da Madeira, com o apoio da União Europeia e de entidades não governamentais como sejam a Associação Freiras, o “Fauna and Flora International” e a “Zeneca Agrochemicals”, entre outras. Os técnicos do Parque Natural da Madeira mantêm um esquema de controlo de predadores (ratos e gatos assilvestrados), o que tem evitado a progressiva extinção desta espécie muito rara.

Fonte: http://www.cm-funchal.pt/

Espécies invasores ameaçam Portugal e Espanha

Dezenas de cientistas portugueses e espanhóis identificaram no VI Congresso de Ornitologia as espécies exóticas invasoras como um dos maiores problemas ambientais e de ameaça à biodiversidade. Espécies introduzidas pelo Homem em ambientes naturais podem tornar-se pragas e colocar em risco a biodiversidade nacional. Este problema é ainda mais grave e notório nas ilhas de Açores e Madeira, onde algumas espécies, como o Priolo, estão ameaçadas de extinção.

As espécies introduzidas pelo Homem, quer de forma intencional quer por acidente, podem em circunstâncias particulares encontrar nos locais para onde são transportadas, condições excelentes para a sua multiplicação e desta forma rapidamente atingirem populações numerosas. Estas espécies que podem ser animais, como os ratos ou coelhos, plantas, como a acácia ou o chorão, ou insectos, podem-se tornar importantes pragas que podem provocar prejuízos para o Homem (por exemplo pragas agrícolas) ou colocar em causa a sobrevivência de espécies que apenas existem nas áreas onde foram introduzidas. A nível mundial a expansão de espécies exóticas é já considerada a segunda maior ameaça à Biodiversidade, e verifica-se que um numero cada vez maior de espécies de plantas e animais introduzidas pelo Homem se estão a tornar uma das maiores causas do desaparecimento de espécies, nomeadamente aves, muitas delas raras e únicas de locais muito específicos.

Um excelente exemplo dos prejuízos causados por espécies invasores são os efeitos das reintroduções de ratos e ratazanas em ilhas. Para além do impacto directo na qualidade de vida das populações humanas, pela destruição de culturas ou transmissão de doenças, os ratos provocam danos elevadíssimos em várias espécies de aves. Estes danos podem ser ao nível da predação de ovos e crias, mas também indirectamente através da eliminação de espécies vegetais innportantes para algumas aves.

Algumas espécies de Aves que apenas existem em Portugal e Espanha estão actualmente em risco de desaparecer por causa de espécies exóticas. Esta situação esteve hoje em debate no Congresso Ibérico de Ornitologia a decorrer em Elvas sob a organização conjunta da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e da Sociedade Espanhola de Ornitologia. Segundo Luís Costa, director-executivo da SPEA, “o combate às espécies exóticas é das acções mais urgentes e importantes para evitar o desaparecimento de muitas espécies em Portugal e Espanha, principalmente nas ilhas”. A acção das espécies introduzidas sobre as aves pode ser de formas muito diferentes, Por exemplo, através da
predação das próprias aves (ou ovos), por falta de alimento por desaparecimento de determinadas plantas causado pela expansão de espécies invasoras, ou devido a transmissão de doenças provenientes de outras áreas. A acção conjunta da SPEA com as autoridades regionais foi apontada como um exemplo de defesa da biodiversidade e uma luta pioneira e significativa no combate ao problema das espécies invasoras.

As ilhas pela sua menor dimensão territorial e por ser detentoras de uma vasta riqueza natural são das regiões mais afectadas por esta ameaça. Manuel Nogales, do Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, e um investigador de referência com base no Arquipélago das Canárias referiu que “aves como o Priolo dos Açores ou as aves marinhas das ilhas atlânticas são exemplos da urgência de actuação a nível ibérico”. A invasão de plantas introduzidas e a destruição de ninhos por ratos são as principais ameaças nestes casos. “Não investir na eliminação destas ameaças poderá ter consequências incalculáveis na Natureza e na qualidade de vida das pessoas” refere ainda Manuel Nogales.

O controlo e eliminação de espécies exóticas tem vindo nos últimos anos a ser o objectivo de numerosos projectos de conservação a nível europeu e mundial, no valor de centenas de milhões de euros. “A vigilância e controlo imediato destas ameaças é essencial e pode significar uma importante poupança de recursos financeiros” refere Luís Costa. “Em Portugal nos últimos anos tem sido realizado um importante esforço com alguns casos de sucesso, com casos de sucesso local na Serra da Tronqueira em São Miguel, o único sítio onde ainda subsistem manchas de laurissilva na ilha e o Priolo. Neste momento a guerra ainda está a ser ganha pelos invasores, mas a comunidade internacional começa a acordar para a situação catastrófica que pode acontecer e para os prejuízos económicos que daí podem resultar.” alertou.

Fonte: SPEA

Serra da Estrela pronta para nova rede de percursos pedestres

Uma nova rede de percursos pedestres, adaptada às exigências de hoje em dia, está a ser preparada no parque natural da maior serra de Portugal continental. Em 2010, Ano Internacional da Biodiversidade, deverá ser apresentada a candidatura para a criação desta nova rede, planeada através da articulação entre o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e 18 outras entidades, incluindo a administração local, operadores turísticos e entidades privadas do sector do alojamento.

«Foi preciso um grande esforço de diálogo e de articulação», confessa Armando Carvalho, director regional do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) para o Centro e Alto Alentejo. O responsável pela gestão do PNSE salienta, no entanto, a iniciativa pioneira do parque, que conseguiu um compromisso a longo prazo de todas as entidades para a gestão da futura rede de percursos. «Existirá uma divulgação uniforme da rede por parte de todas as entidades envolvidas e o contributo de cada uma delas será prolongado no tempo», explicou o director ao AmbienteOnline, em vésperas do Dia Internacional das Montanhas, que se comemora a 11 de Dezembro.
Requalificação da zona da torre é urgente
O cume mais alto de Portugal continental, a 1993 metros de altitude, é um dos pontos mais importantes de turismo de montanha do País. No ano passado, os postos de turismo abrangidos pela Região de Turismo da Serra da Estrela registaram 127 772 visitantes, o que representou um acréscimo de 20 mil visitantes em relação a 2007.

Apenas superada em altura pela Serra do Pico, nos Açores, que tem 2351 metros de altitude, a Serra da Estrela mantém-se como ex-libris natural do país, pelas características geológicas e de biodiversidade que apresenta. Das 77 serras existentes em Portugal, a mais pequena é a da Boa Viagem, junto à Figueira da Foz, com 261 metros de altitude.

Enquanto as unidades hoteleiras da região da Serra da Estrela esperam por uma boa afluência na época natalícia, Armando Carvalho relembra que apenas uma pequena parte dos visitantes se interessa pelo turismo de natureza. Os cinco pontos do PNSE para acolhimento de turistas interessados em conhecer o património natural da Serra da Estrela receberam, até ao fim do terceiro trimestre de 2009, cerca de 12 500 visitas.

No cimo da serra, uma torre de 7 metros perfaz a altitude de 2000 metros da montanha. Este é o destino natural dos milhares de turistas que rumam todos os anos à Serra da Estrela, atraídos principalmente pela promessa de neve. Chegados ao topo, a atracção dá, muitas vezes, lugar à desilusão. Acessos congestionados, trânsito caótico e um centro comercial frequentado por multidões à procura dos produtos típicos da região é a primeira impressão de quem atinge o ponto mais alto de Portugal continental, uma visão muito aquém dos potenciais desta área protegida.

«É necessária uma requalificação da zona da Torre», reconhece Armando Carvalho, requalificação essa que será feita ao nível dos próprios espaços, mas também dos acessos, tendo em atenção algumas questões relacionadas com o comércio de produtos regionais. «Precisamos de adaptar as infra-estruturas que existem», conclui.

Abandono da pastorícia ameaça ecossistema
Mas este não é o único problema com que se depara o local. Um dos perigos em termos de conservação da natureza e biodiversidade com que se depara a Serra da Estrela é a perda dos homens da terra, que durante centenas de anos foram companheiros habituais desta formação rochosa. Os pastores na região são cada vez menos.

«O declínio das actividades tradicionais leva à perda de certos nichos de biodiversidade e, por outro lado, ao abandono de terrenos, cuja limpeza seria essencial para evitar os incêndios florestais», relembra o director regional do ICNB.

Com a reestruturação do ICNB, em 2007, o PNSE, a Reserva Natural da Serra da Malcata, o Parque Natural do Tejo Internacional, a Paisagem Protegida da Serra do Açor e o Parque Natural da Serra de São Mamede passaram a estar sob alçada do mesmo director. Como resultado, a gestão destas áreas protegidas passou a ser feita numa óptica global.

Ano Internacional da Biodiversidade celebrado na Estrela
Apostar na educação ambiental de quem convive com o PNSE deve ser uma aposta importante no âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade, que se celebra em 2010. Pelo menos, esta é a opinião do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), uma estrutura do município de Seia que promove o conhecimento e divulgação do património ambiental da região.

Para o próximo ano, o centro vai apresentar uma nova exposição temática, no âmbito das celebrações pela biodiversidade. A exibição junta-se assim à exposição permanente do CISE, que integra aspectos científicos, didácticos e lúdicos para explicar as especificidades da região centro e da Serra da Estrela a quem lá passa.

O centro tem ainda uma exposição temporária dedicada aos “Habitates Natura(is) da Estrela”, que pretende dar a conhecer cada um dos habitates de importância comunitária identificados na Serra da Estrela e definidos na Rede Natura. Criado em 2000, o centro já sente «a constante procura por parte das escolas do concelho para o desenvolvimento das diferentes actividades de educação ambiental», explica Ana Fonseca, uma das responsáveis do CISE.

Já o PNSE também terá actividades específicas de educação ambiental no âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade, que ainda estão a ser delineadas, a nível global, pelo ICNB.

Fonte: AmbienteOnline

Linces de Silves atraem dezenas de visitantes

Os animais geram a curiosidade do público, que no entanto não pode passar os portões do centro de reprodução de Silves. Autarquia pode vir a criar centro de interpretação, onde se poderá conhecer melhor o lince

Desde que a notícia da chegada do lince-ibérico a Silves começou a circular nos meios de comuni-cação social, a curiosidade dos populares levou dezenas de pessoas até aos portões do Centro de Reprodução do Lince-Ibérico. Mas apenas aos portões, porque dali não passam. Isto porque acima do interesse do público está a necessidade de preservar um animal em vias de extinção.

Quem procura ver o lince é informado de que o centro não é visitável, para preservar os animais do contacto com os seres humanos e para diminuir o risco de possíveis doenças nos linces.

Mas para que a curiosidade de todos possa ser satisfeita e como forma de divulgação do trabalho que é desenvolvido diariamente no centro, o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e a autarquia de Silves falam na possibilidade de criar um centro de interpretação onde se possa conhecer melhor o lince- -ibérico e de que forma todas as pessoas podem contribuir para a sua preservação.

Um projecto que para já não passa de uma intenção, até porque a prioridade, segundo os responsáveis, é criar todas as condições para que os 16 exemplares possam adaptar-se bem à nova casa e começar a preparar todas as condições para a tentativa de reprodução, que vai acontecer já no início do próximo ano.

No passado dia 1 chegaram os dois últimos machos ao centro. Éon e Calabacin vieram de Olivilla, em Espanha, para fechar o grupo reprodutivo para esta época. Pelo menos até Setembro de 2010, os 16 felinos vão ser os habitantes da Herdade das Santinhas, em Silves. Nessa altura, haverá uma avaliação do número de animais, em cada centro e poderá haver transferências, entre Portugal e Espanha, já que os dois países têm trabalhado em rede.

A adaptação dos 11 machos e cinco fêmeas tem decorrido consoante as expectativas. Os animais já reconhecem os cercados como território próprio, revelam comportamentos de adaptação aos tratadores e aos restantes animais, com a emissão de sons próprios de chamamento.

O trabalho no centro de reprodução entra claramente numa nova fase. Embora não haja registo de nenhum caso de reprodução no primeiro ano de existência dos centros, em Silves prepararam-se todas as condições para tentar quebrar esta evidência.

As expectativas centram-se no dia 15 de Janeiro. Não por razões científicas, mas porque 15 de Janeiro é sempre um dia em que são registadas cópulas entre pelo menos um dos casais reprodutores. Azahar é a fêmea com mais con- dições para tentar a reprodução, já entre os machos perfilam-se o Drago, Daman II, Enebro ou o Calabacin.

Fonte: LUSA

Escrevedeira-amarela: Um 'martelinho amarelo' que canta

Pode ser observada no extremo norte do País nos meses mais quentes. Mas não se sabe onde passa o Inverno. O fim da agricultura tradicional e o uso de pesticidas são a maior ameaça para a escrevedeira-amarela, uma pequena ave quase desconhecida em Portugal

O piar característico levou os ingleses a chamá-lo familiarmente de yellowhammer (martelinho amarelo). Mas em Portugal este pequeno pássaro, de penugem amarelada, é quase um desconhecido. Só no extremo norte português, onde a ave nidifica a partir da Primavera, se ouve o seu canto. Para onde voa nos meses mais frios? É uma incógnita.

Estudos europeus revelam que não é uma espécie migradora. No Centro e Norte da Europa, zonas onde tem uma distribuição mais vasta e homogénea, é residente. Passam o Inverno na mesma zona onde nidificam ou fazem pequenas migrações, de curta distância. Em Portugal, criam os seus ninhos em altitudes elevadas, entre 900 e 1000 metros, e "provavelmente no Inverno descem para terras mais baixas, dentro da mesma região. Mas é um movimento ainda pouco conhecido", explica Gonçalo Elias, coordenador do portal Aves de Portugal e que faz observação de aves há mais de 20 anos.

Sabe-se que os indivíduos chegam à região do Barroso (onde têm maior representação) e zona de Melgaço no final de Março, começam a preparar os ninhos em Abril e ficam até princípios de Outubro. Depois desses meses não há registos.

Há observações esporádicas na Beira Alta, Beira Baixa, e até na Estremadura, ao pé do estuário do Sado. "São zonas onde não há ocorrência regular durante o Inverno. Mas podem ser vistos indivíduos perdidos que provavelmente seguiram numa direcção diferente." Houve em 2005 um caso isolado, de 36 aves que foram observadas na região de Chaves durante o Inverno, no entanto, de acordo com Gonçalo Elias, "podem ter vindo da Galiza". Nunca se chegou a conhecer ao certo a sua origem.

Os primeiros dados históricos da presença da espécie em Portugal remontam ao início do séc. XX (nos anos 20 e 30) exactamente na região do Barroso. Pelo seu pequeno ta-manho, a escrevedeira-amarela é uma ave de difícil recenseamento. As estimativas populacionais publicadas em 1996 no Atlas das Aves do Parque Nacional da Peneda-Gerês apontam para os 250 a 350 casais naquela que é a sua principal zona de ocorrência. Fora do parque, de acordo com estudos do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, existe uma população quase equivalente, no máximo de 250 casais. Estes números representam assim uma fracção muito reduzida quando comparada com as estimativas europeias que andam entre os 15 e os 25 milhões de casais. "Estamos no limite da distribuição da população, que tem maior expressão na Europa Central e do Leste."

Em Portugal, a espécie foi considerada "vulnerável" no Livro Vermelho dos Vertebrados, "justamente por ter uma população reduzida". A nível europeu, é considerada "não ameaçada", embora um estudo da BirdLife, publicado em 2004, aponte para o rápido declínio nas últimas décadas. No Reino Unido, a escrevedeira-amarela foi classificada como "ameaçada" porque houve, entre 1970 e 2003, um declínio de 54% no número de casais.

As ameaças estão relacionadas com a destruição dos terrenos agrícolas e matas, e o uso intensivo de pesticidas, que reduzem a disponibilidade de alimento (sementes e pequenos insectos) de que a escrevedeira-amarela se alimenta.

A maioria dos registos da espécie em Portugal é feita por observação. "O Parque da Peneda-Gerês tem realizado algumas campanhas de anilhagem", diz Gonçalo Elias. "As aves são capturadas com re-des colocadas no meio da vegetação e depois põe-se uma anilha de metal que tem uma sequência de números na pata. Assim, quando a ave volta a ser recuperada é possível extrair informação sobre a sua longevidade e as suas movimentações", explica. Mas com o fim da agricultura tradicional, Portugal corre o risco de ver desaparecer uma das suas aves menos conhecida.

Fonte: Diário de Notícias