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quinta-feira, 3 de março de 2016

Dia Internacional da Vida Selvagem celebra-se hoje


Dia Internacional da Vida Selvagem

O Dia Internacional da Vida Selvagem celebra-se hoje,  dia 3 de março, e a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza não poderia deixar passar em claro esta importante data.
Não organizámos nenhum evento, nenhuma comemoração especial porque para os Vigilantes da Natureza todos os dias são de celebração da vida selvagem.
Dedicamos os nossos dias à proteção da vida selvagem, que tentamos preservar a todo o custo, apesar do número escasso de Vigilantes da Natureza existentes em Portugal, 117 no ICNF-Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, 13 na APA-Agência Portuguesa do Ambiente, 27 nas CCDR-Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, 38 na Região Autónoma da Madeira e 33 na Região Autónoma dos Açores.  
Em 1975 os Vigilantes da Natureza foram instituídos como um Corpo Especializado na Preservação do Ambiente e Conservação da Natureza. Asseguram, nas respetivas áreas de atuação (áreas protegidas, CCDR, APA e Regiões Autónomas), as funções de vigilância, fiscalização e monitorização relativas ao ambiente e recursos naturais, nomeadamente no âmbito do domínio hídrico, do património natural e da conservação da natureza.

Apesar das condições de trabalho serem insuficientes e a falta de equipamentos individuais e coletivos uma realidade, os Vigilantes da Natureza tudo fazem para preservar a vida selvagem.
 O objetivo desta comemoração criada em 2013 pela ONU é celebrar a fauna e a flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies animais selvagens. Foi escolhido o dia 3 de março para esta efeméride já que foi neste dia, em 1973, que foi criada a CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.
Este dia tem como intenção relembrar o contributo das plantas e dos animais selvagens para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar da humanidade, além de alertar para os perigos diários que a vida selvagem corre em diversas frentes.
Estima-se que existem mais de 100.000 reservas, parques e áreas protegidas espalhadas pelo globo, mas a humanidade continua de costas voltadas para a vida selvagem.
Aproveitamos a ocasião para relembrar os companheiros (61 em 2014 e 57 em 2015) que faleceram na defesa da vida selvagem em todo o mundo.
APGVN

terça-feira, 8 de julho de 2014

Banda desenhada alerta crianças contra a caça furtiva



Nova banda desenhada pretende alertar as crianças contra a caça furtiva
 “A Dangerous Life” (Uma vida perigosa) é uma nova banda desenhada que pretende esclarecer e alertar as crianças para os perigos que os elefantes enfrentam às mãos dos caçadores.
A história tem como personagem principal Amelia, jovem herdeira de uma fortuna em marfim, que embarca num safari no Quénia. Durante a viajem, a jovem trava amizade com Kai, um jovem chinês que também anda a viajar. Juntos descobrem a verdade por trás do comércio de marfim e os problemas inerentes à caça furtiva.
De uma maneira apelativa o livro transmite a mensagem de que a caça não coloca apenas os elefantes em perigo mas também os Vigilantes da Natureza (Park Rangers) e as comunidades locais. A história foi escrita por Sheila Hamanaka e ilustrada por Lisa Berile, Rosalie Knox e Julie Lien.
Um relatório recente da Interpol e da ONU revela que entre 22.000 a 25.000 elefantes são abatidos anualmente em África, refere o Tree Hugger.
O livro é publicado pelo Animal Welfare Institute e pelo Kenya Wildlife Service e tem como público-alvo os jovens do segundo e terceiro ciclo escolar. A nova banda desenhada vai ser distribuída pelo Quénia, nomeadamente nas escolas e parques nacionais. Está também à venda na página do Animal Welfare Institute.
Foto: A Dangerous Life 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

LIFE Laurissilva promove voluntariado com plantação

    LIFE Laurissilva promove voluntariado com plantação de flora dos Açores

      No próximo sábado, 23 de fevereiro, o Projeto LIFE+ Laurissilva Sustentável e o Centro Ambiental do Priolo (CAP) promovem uma ação de voluntariado que tem como objetivo a plantação de plantas endémicas numa das zonas de floresta natural recuperadas pelo projeto na Serra da Tronqueira, durante a manhã.
 
O Projeto LIFE Laurissilva Sustentável, coordenado pela SPEA em parceira com o Governo dos Açores e Município da Povoação, promove mensalmente atividades com o intuito de divulgar a todos os seus participantes os habitats naturais que têm estado a ser alvo do projeto, nomeadamente a floresta de laurissilva da Serra da Tronqueira e as turfeiras do planalto dos Graminhais.

A atividade do próximo sábado, irá decorrer no Labaçal, uma área localizada na Serra da Tronqueira. Nesta área é possível observar a progressão das espécies invasoras, como o incenso e conteira, colocando em causa a floresta natural, mas também as áreas intervencionadas onde a floresta natural tem vindo a recuperar a um excelente ritmo.

Esta ação de voluntariado pretende envolver todos os participantes numa plantação de espécies nativas e endémicas, entre as quais Patalugo, Azevinho ou Queiró, com o intuito de lhes dar a conhecer as espécies de plantas que fazem parte da floresta nativa dos Açores, e que na Tronqueira são fundamentais para a sobrevivência do Priolo.

Esta atividade é gratuita, mas de inscrição obrigatória no site do Centro Ambiental do Priolo, através do endereço http://centropriolo.spea.pt/pt/atividades/. 

Fonte: Açoriano Oriental

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Espanha: Botânicos estudam ciprestes resistentes às chamas


    Uma imagem dos incêndios florestais ocorridos em Julho passado, nos arredores de Valência, Espanha, está a agitar os botânicos. No meio de cinzas, uma “ilha” de ciprestes mediterrânicos escapou às chamas após um fogo que durou cinco dias e durante o qual arderam 20.000 hectares de floresta.

A imagem mostra uma “ilha” verde com 9.000 metros quadrados, onde 946 ciprestes com 30 metros de altura continuam intactos. Os tojos, carvalhos, entre outras espécies, não tiveram a mesma sorte, mas o fogo de alguma forma ignorou aquele grupo de árvores.

Esta “ilha” esteve exposta às mesmas condições adversas que as árvores vizinhas: um ano de baixa pluviosidade, temperaturas sempre superiores a 30ºC, baixa humidade e ventos a 50 km/h. Contudo, só 12 das 946 árvores apresentam sinais de início de combustão.

Este mistério está a desencadear novamente o debate sobre a regeneração das comunidades vegetais e a utilização de determinadas espécies como barreiras para os incêndios.

O cipreste mediterrâneo é uma espécie que tem muita facilidade em captar e armazenar humidade.

“O ensobramento provocado por esta espécie faz com que cresça pouca vegetação arbustiva no solo. Assim existe pouco combustível para arder”, explicou Domingos Patacho, da associação ambientalista Quercus. “Alguns planos de ordenamento das florestas já incluem esta espécie para contenção de fogos”, acrescentou.

Esta resistência tem incentivado a possibilidade de utilização desta espécie como um aliado para combater as chamas. Uma árvore para salvar outra.

Em Portugal, os sobreiros partilham também algumas destas características. “A cortiça é muito resistente ao fogo. Apesar da folhagem de muitos arder, como aconteceu há pouco no Algarve, as árvores não morreram, na maioria dos casos”, sublinhou.

Fonte: Fábio Monteiro/Público

quarta-feira, 14 de março de 2012

Cientistas detectam “revolução” invisível das acácias


    Cientistas detectam “revolução” invisível das acácias contra plantas nativas

    Não são precisas muitas acácias para alterar um ecossistema. Apenas uma pode alterar os solos, através de interacções invisíveis, e a uma distância muito maior do que o pensado, segundo cientistas portugueses e alemães, num artigo a publicar amanhã na revista Ecological Letters.
As estratégias de sobrevivência da acácia (Acacia longifolia), originária do Sul da Austrália e da Tasmânia, foram reveladas numa duna costeira de Pinheiro da Cruz, no concelho de Grândola, por investigadores do Centro de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa e do Departamento de Ecologia Experimental e de Sistemas da Universidade alemã de Bielefeld.

A espécie, trazida para Portugal para fins ornamentais e para fixar os solos, tornou-se numa ameaça descontrolada e uma dor de cabeça para associações florestais, municípios, empresas e particulares. E não é por desfear a paisagem; a árvore compete com as plantas nativas pelos recursos, nomeadamente pela água, e altera o funcionamento do solo.

Agora, as duas universidades acreditam que podem ajudar a fazer a diferença no combate à exótica que a Universidade de Coimbra acredita ser a mais agressiva em solo de Portugal Continental.

“Pela primeira vez usámos isótopos de azoto para identificar o padrão especial de influência da acácia no sistema circundante”, disse Cristina Máguas, do Centro de Biologia Ambiental, ao PÚBLICO.

Os investigadores ficaram surpreendidos com a descoberta. “Assim que uma simples acácia se instala numa zona, e antes de nos apercebermos que está em curso uma invasão desta espécie exótica, a planta deixa imediatamente a sua marca no sistema e altera-o para seu próprio benefício”, acrescentou. As alterações, invisíveis para quem olha a paisagem, foram detectadas graças à utilização dos isótopos estáveis de azoto.

De acordo com Cristina Máguas, as dunas são normalmente pobres em nutrientes e as plantas nativas estão bem adaptadas. Ora, a acácia “está associada ao enriquecimento do solo em azoto” e “a incorporação do azoto fornecido por si reflecte-se nos tecidos das outras plantas”, explica um comunicado da Universidade de Lisboa. Para detalhar a interacção “invisível” entre as acácias e as outras plantas, os cientistas mapearam numa área de duna com poucos metros de extensão a abundância de azoto utilizando a camarinha Corema album, arbusto endémico. Para isso, explicam, mediram a quantidade de azoto nas folhas desse arbusto e notaram que esta quantidade aumenta significativamente com a proximidade da acácia.

Preparar o palco

Aquilo que mais surpreendeu os investigadores foi a distância alcançada por estas interacções. Normalmente não seriam consideradas ainda “invadidas” por acácia. “O enriquecimento em azoto nas folhas da camarinha foi detectado a uma distância superior a três vezes a área ocupada pelas acácias”, dizem. “É como se a planta preparasse o palco – neste caso o solo – para a sua própria chegada, conseguindo condições que a favorecem competitivamente.”

Questionada sobre se o aumento dos níveis de azoto no solo não iria beneficiar também as espécies de plantas nativas, Cristina Máguas reagiu prontamente. “A curto prazo pode ter benefícios, porque se trata de nutrientes. Mas a médio e longo prazo... nunca.” À medida que as acácias se multiplicam e cobrem o ecossistema “vão abafando o espaço das outras plantas”.

A investigadora do Centro de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa, acredita que esta metodologia dos isótopos de azoto permitirá “fazermos um diagnóstico precoce do problema, em tempo muito útil para a recuperação do sistema”.

“Este método é importante para a conservação pois permite identificar precocemente os efeitos associados às invasões por plantas fixadoras de azoto” e ainda “monitorizar a persistência destes efeitos em processos de erradicação”.

Cristina Máguas adiantou ao PÚBLICO que ainda há trabalho para fazer. “Para o futuro queremos transpor esta metodologia para qualquer ponto do globo e depois para uma escala muito maior”. A investigadora salientou as possibilidades das imagens de satélite. “Gostaríamos de conseguir cruzar os dados obtidos através da metodologia que utilizámos com as imagens de satélite para ficarmos com uma ideia à escala regional ou mesmo global”, acrescentou.

Estima-se que a Europa gasta por ano cerca de dez mil milhões de euros para travar as espécies invasoras, como a acácia mas também como o jacinto-de-água ou o lagostim-do-Louisiana.

Fonte: Helena Geraldes/Público  Foto: Cristina Máguas

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vigilantes da Natureza recolhem sementes de plantas Endémicas


    É uma acção considerada importante para conservar e alimentar a reserva genética do arquipélago, porque, a flora original dos Açores cedeu terreno a espécies invasoras e, as plantas da Região, estão em autêntico "alerta amarelo".
O que se está a fazer é a recolha das plantas endémicas dos Açores, aquelas que já se encontravam nas ilhas, quando os primeiros povoadores aqui chegaram.
Nos dias de hoje, são raras, devido à actividade humana que tem levado ao seu desaparecimento.
As sementes que agora se recolhem, são guardadas num banco de sementes, servem novos plantios públicos e privados.


domingo, 17 de outubro de 2010

Botânicos apresentam lista com as 4000 espécies de plantas de Portugal


Uma equipa de 18 botânicos trabalhou três anos para criar a primeira lista de referência das plantas de Portugal. O inventário “limpou” repetições e nomes que vão mudando com o tempo e chegou ao número total de 3995 espécies.


À partida, fazer a lista das plantas de Portugal pode parecer coisa fácil. Mas não é. Foram três anos a estudar várias obras de referência – desactualizadas e regionais –, um autêntico labirinto por entre várias centenas de espécies.



Miguel Sequeira, presidente da ALFA (Associação Lusitana de Fitossociologia) – entidade que elaborou a lista -, explicou ao PÚBLICO alguns dos problemas. “Por um lado temos as espécies que, ao longo do tempo, foram adquirindo nomes diferentes e, por outro há plantas que têm várias nomenclaturas, conforme a região. E depois temos de ter o cuidado de não esquecer nenhuma espécie”. O botânico admite que “nem sempre é fácil descobrir onde estão as repetições”.



A equipa, de várias universidades, definiu um conjunto de critérios e deitou mãos à obra, criando a primeira lista que tem todas as plantas vasculares - autóctones, endémicas e introduzidas - e que inclui todo o território nacional. Agora, pode dizer-se com segurança que estão listadas no Continente 3314 espécies, 1006 no Arquipélago dos Açores e 1233 na Madeira. É esta região que alberga o maior número de endemismos (espécie que não existe em mais nenhum lugar), com 157. Nos Açores esse número chega aos 78 e no Continente aos 150.



E se existem espécies “comprovadamente extintas por território” – nomeadamente três endemismos na Madeira e um nos Açores - e outras de que não se conhece o paradeiro há cem anos, também é verdade que nas últimas décadas a galeria de plantas de Portugal tem sido aumentada por espécies exóticas. De acordo com esta lista, existem 412 espécies introduzidas no Continente, 710 nos Açores e 435 na Madeira. Miguel Sequeira explica o número mais elevado nas ilhas com a pressão humana. “No Continente, os habitats já estão saturados e não permitem tanto a entrada de plantas novas como nas ilhas”.



Lurdes Carvalho, do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade – entidade que coordenou o projecto – salientou que esta lista “permite tirar uma fotografia" da flora portuguesa, com muito “trabalho de actualização, clarificação e uniformização”. A responsável lembrou que “aquilo que existia eram listas que não reuniam todos os elementos necessários, nem estavam actualizadas. Esta é uma listagem definitiva”.



Ainda assim, deverá ser revista e actualizada anualmente. Além disso, acrescentou Lurdes Carvalho, há várias espécies que deviam agora merecer uma atenção mais profunda, nomeadamente as plantas com potencialidades medicinais, de estabilização de taludes e de margens dos cursos de água”.



A ideia do ICNB é também que esta lista ajude a preparar elementos de apoio à tomada de decisão em conservação da biodiversidade. “Estão agora reunidas as condições para lançar um trabalho de identificação de acções de conservação, no sentido de preservar as espécies com maior relevância em termos de necessidade de protecção”.



O próximo passo será a produção da Lista Vermelha da Flora de Portugal, à semelhança do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, publicado em 2005.

Fonte: Helena Geraldes

Público

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Campanha de Reflorestação "Um Serviço, uma Árvore Amiga"


"A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres, iniciou uma campanha para a reflorestação de áreas do município de Fornos de Algodres denominada "Um Serviço, Uma Árvore Amiga ". Assim, por cada serviço efectuado pela corporação de bombeiros (incêndio florestal, transporte de doentes, acidente rodóviário, limpeza de vias, etc.) pretende plantar uma árvore em zonas designadas pelas Juntas de Freguesia, Câmara Municipal - Gabinete Técnico Florestal.
Pelo número de serviços efectuados no ano passado pelos Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres, que ultrapassou os 4200, é esta para já a meta a atingir.
Foram já solicitadas parcerias com o Parque Natural da Serra da Estrela, Escola Superior Agrária de Castelo Branco e de Viseu, Instituto Politécnico de Bragança, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Horto do Campo Grande e Teleflora, das quais já recebeu a aprovação desta iniciativa.
A Iniciativa "Um Serviço, Uma Árvore Amiga" consiste na plantação de árvores e arbustos originais da flora portuguesa, para conservar a biodiversidade das quais se destacam o carvalho-negral, o pinheiro-silvestre, o pinheiro-manso, o plátano-bastardo, o vidoeiro, a cerejeira, a tramazeira, o mostajeiro, o azereiro, a azinheira, o sobreiro, o amieiro, o freixo, o sabugueiro, entre outros.
De realçar já a atribuição por parte da Escola Superior Agrária de Castelo Branco de 40 azereiros e 20 pinheiros-mansos para esta campanha."

Fonte: noticiasdefornosdealgodres.blogspot.com

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Mediterrâneo é a floresta tropical dos cravos selvagens



Entre Portugal e a Turquia, existem mais de cem espécies de cravos selvagens que surgiram em apenas dois milhões de anos, uma rapidez que não se conhece em mais nenhuma planta. Encontrámos populações de dois cravos diferentes perto de Lisboa, circunscritas. Podem dar origem a novas espécies, podem desaparecer.

No meio das dunas a sul de Tróia, há uma linha invisível onde o Dianthus broteri deixa de existir.

O cravo selvagem com flor cor-de-rosa forma-se numa língua comprida paralela ao mar onde é a planta mais vistosa. Subitamente, uma fronteira invisível parece impedir a espécie de proliferar, apesar de a vegetação rasteira continuar por mais algumas dezenas de metros até à praia.

Luís Valente está no meio dos cravos, surpreendido. “Se calhar, o mar já esteve aqui”, sugere o biólogo de 25 anos. Se calhar, a concentração de sal no solo torna-se demasiado grande a partir de um certo momento para esta espécie.

A fronteira das flores é enigmática. Sabemos apenas que a magia é estarmos cheios de cravos à nossa volta e a poucos metros dali ficarmos sem eles.

Existem mais populações desta espécie noutros locais da Península Ibérica (Luís Valente não tem tanta certeza se são da mesma espécie, já lá vamos), mas bastava a construção de um grande hotel para aquele pedaço rosa desaparecer. Ficaria o vazio no lugar de um dos ramos da evolução dos cravos selvagens.

É que, nos últimos dois milhões de anos, o género Dianthus não parou de se multiplicar em novas espécies na região do Mediterrâneo. Parece uma pulsão tropical a latitudes temperadas, mas por razões completamente diferentes. O Dianthus broteri que constrói ali uma micropaisagem é um exemplo de um fenómeno que Luís Valente ajudou a descobrir.

Estamos entre Comporta e Tróia por causa das descobertas da equipa de investigadores do Jardim Botânico de Madrid, onde o português passou os últimos anos a fazer o doutoramento. Mas o dia começou mais cedo, junto ao desfiladeiro que vai dar à praia da Ursa, a norte do cabo da Roca, no Parque Natural de Sintra-Cascais.

Aqui existe outra espécie de cravo bastante mais rara que o biólogo nunca tinha visto ao vivo antes de preparar esta visita guiada para o P2.

Percorremos o caminho que vai dar à praia, que parece ser feito de granito a desfazer-se. A encosta que descamba em falésias está coberta com uma vegetação tipicamente mediterrânea com os arbustos meio secos.

“Nota-se que a água deles vem da humidade”, explica o cientista.

Do lado esquerdo e direito, vamos olhando à procura dos primeiros cravos selvagens. “O cintranus é este rosado”, aponta o biólogo. Esta espécie só tem uma cor. No caso da população que está em Tróia, há uma gradação do esbranquiçado para o rosado.

O chorão, a espécie invasora conhecida pelas suas folhas carnudas, está por todo o lado. Pode extinguir o Dianthus cintranus? “Pode, completamente”, responde. Mas o local ainda está saudável, pelo menos comparado com outros sítios. “Ali, no cabo da Roca, já está tudo tomado pelo chorão, Dianthus cintranus já não existe de certeza.”

No meio das encostas e escarpas verdes, Luís Valente encontra na geografia e na vegetação semelhanças com a paisagem da Cidade do Cabo, na África do Sul. A comparação não é inocente por duas razões: a região do Cabo, no Sul do continente africano, tem um clima igual ao Mediterrâneo e parte do trabalho de Luís Valente foi feito lá.

A ideia inicial da equipa foi tentar perceber por que é que há plantas que proliferam muito mais numa região do que noutra. “Escolhemos dois grupos: um que tem muitas espécies na Europa e poucas na África do Sul, que são os cravos; e outro grupo que tem muitas espécies na África do Sul e poucas no Mediterrâneo, que são os gladíolos”, tinha-nos explicado Luís Valente antes da visita.

A equipa foi ao campo nos dois continentes recolher indivíduos para analisar as diferenças genéticas e construir uma árvore evolutiva dos dois géneros. Contavam explicar a diversidade actual, mas o resultado foi surpreendente: “Quase não há diferenças genéticas entre as espécies de cravos: isso significa que têm uma origem muito recente. Pensávamos que íamos encontrar o contrário, que os cravos estariam na Europa há muitos milhões de anos e por isso é que há tantas espécies e teriam chegado há pouco tempo à África do Sul.”

De rocha em rocha

Mas não, o cravo de Sintra e o que está na região de Tróia só têm um milhão de anos de separação, embora sejam hoje duas espécies com características diferentes.

Pomo-nos de cócoras ao lado de Luís Valente enquanto este aponta para um indivíduo e vai buscar o jargão científico para nos descrever essas diferenças. “As pétalas são meio dentadas, meio serradas, a flor é glabra, não tem pêlos. Há muitas plantas com pêlos na garganta corolina, esta não tem. As sépalas formam o tubo do cálice e por isso chamam-se brácteas.”

Temos a forma e o número das pétalas e das sépalas, como é que nascem (nestes cravos, as pétalas parecem estar sobrepostas), a disposição das folhas, a corola (a região da flor constituída pelas pétalas), o cálice (constituído pelas sépalas). O perfil do Dianthus cintranus é transformado numa súmula de conceitos académicos capaz de criar uma imagem mental.

“Os cravos que temos nas lojas, os populares, têm muitas pétalas, mas os cravos selvagens são muito mais bonitos”, diz o biólogo.

Nenhuma característica é, só por si, distintiva. São necessárias muitas para se identificar esta espécie e ajuda compará-la com outros cravos. “Vamos ver que no [Dianthus] broteri o cálice é muito mais comprido e isso é muito importante para os insectos polinizadores.” Depois há a informação genética que a equipa destapou, capaz de questionar o que a Botânica nos diz.

O género Dianthus evoluiu há cerca de sete milhões de anos na região da Turquia e da Grécia e espalhou-se para o resto da Europa e da Ásia. Entre o Mediterrâneo e a África do Sul existem seis espécies de cravos nas regiões tropicais. “Em África, há um corredor que tem um clima mais seco que são as montanhas e que permitiu [aos cravos selvagens] saltar de ‘pedra em pedra’”, explicou o investigador, traduzindo do inglês a expressão steping stone.

Desta forma, os cravos chegaram à região da Cidade do Cabo. Mas o género não se diversificou e só deu origem a nove espécies naquela região, apesar de o clima ser idêntico ao do Mediterrâneo há sete milhões de anos. “Quando os cravos chegaram, já lá estavam centenas de outras espécies adaptadas ao clima”, explica.

Aqui foi diferente. Existem 26 espécies na Península Ibérica e só em Portugal estão identificados dez cravos selvagens de Norte a Sul. O género chegou cá há cinco milhões de anos, mas a divergência genética terá começado a ocorrer há dois milhões de anos, como no resto da região até à Turquia.

O que é aconteceu nesta data? “Esta zona secou muito e começámos a ter o clima mediterrânico, com Verões muito secos e Invernos em que chove. Alguma coisa desse clima influenciou a diversificação dos cravos, porque parece que estão muito adaptados ao clima mediterrânico”, explica Valente.

Foi assim até à região da Turquia. Uma explosão de espécies novas. Mais de cem. Se olharmos para a árvore evolutiva que aparece no artigo de 12 de Abril da Proceedings of The Royal Society B, em que Luís Valente é o primeiro autor (Pablo Vargas, também de Madrid, e Vincent Savolainen, do Imperial College de Londres, são co-autores), vemos raminhos e mais raminhos de cravos selvagens que apareceram há menos de dois milhões de anos.

“A grande descoberta é que o evento de diversificação mais rápido de sempre em plantas foi na Europa, com os cravos”, conclui o biólogo. Esta produção de novas espécies compete com os fenómenos de diversificação mais acelerados que se conhece, como o dos ciclídeos, um grupo de peixes que pode ter em todo o mundo alguns milhares de espécies e que existe, por exemplo, em lagos de África como o Tanganica ou o Vitória.

A ideia de uma Europa desinteressante em termos de biodiversidade e evolução não se enquadra no Mediterrâneo vibrante dos cravos selvagens. Mas é um mundo delicado. A espécie de Sintra está ameaçada. Existe em poucos lugares e ali o número de indivíduos é pequeno e está disperso, ao contrário da mancha gorda de Tróia.

O biólogo proíbe-nos de arrancar o Dianthus cintranus. A experiência vive do olhar e pára no toque.

“É lindo, nunca tinha visto esta espécie.”

Flor de Verão

Os cravos selvagens começam a florescer a partir de Maio. É por isso que a saída de campo foi programada para o início do Verão.

“O campo é sempre novo, vimos aqui na próxima semana e já não temos aquela flor, temos outras completamente diferentes”, assegura o biólogo.

A caminho da região da Comporta, estão 29 graus. As dunas da Reserva do Estuário do Sado já têm sabor à praia do fato de banho e do gelado, apesar de o areal branco estar com poucos guarda-sóis. A vegetação das dunas também é a de Verão. “Agora, só existem quatro espécies de plantas em flor, antes havia mais.”

Luís Valente não sabe porque é que os cravos só florescem na estação mais quente. “Não há um estudo nessa área, é uma questão genética, tinha que se procurar o gene.” Mas as flores de Verão têm que ser competitivas, há menos insectos e é necessário conquistar todas as visitas possíveis.

“A percentagem de cada espécie de insectos varia conforme o local, e isso é muito importante a nível microevolutivo. Se estamos num sítio e recebemos três visitas de abelha de uma espécie e quatro visitas de outra espécie, vamos tentar adaptar a nossa flor para atrair essas quatro visitas”, explicou o biólogo. “Mas se calhar noutra montanha recebemos ao contrário, é um mosaico.”

No caso do Dianthus broteri, vêem-se perfeitamente os guias do néctar para os polinizadores – pequenos desenhos pretos nas pétalas que funcionam como pista de aviação para a aterragem bem sucedida do insecto. A espécie é polinizada por traças da família dos esfingídeos que vêm ao final da tarde.

A incursão nas dunas à procura do D. broteri é diferente do que foi com o D. cintranus. A paisagem é seca e não há um caminho, o que obriga a pisar a areia num movimento mais lento. De repente, estamos rodeados de flores que vão do rosa ao branco. “Nunca vi uma população com tantos cravos, é quase a planta dominante”, diz Luís Valente com satisfação.

O cravo é maior do que o D. cintranus, tem um ar quase de arbusto. As pétalas são laciniadas, recortadas em tiras estreitas e irregulares – explica o dicionário, e confere. Parece que alguém utilizou uma tesoura e cortou parte das pétalas em pequenas tiras. O D. cintranus tem as pétalas serradas na extremidade.

Cem quilómetros de distância e paisagens que só têm em comum o mar dão espécies diferentes. Com os cravos selvagens é assim em todo o Mediterrâneo. A geografia é determinante neste processo.

“É o que chamamos de radiação não adaptativa”, diz Luís Valente. A diferenciação das espécies de cravos não é feita através da adaptação à ecologia, mas sim por separações geográficas, como quando duas populações de cravos estão em ilhas diferentes e por isso diferenciarem-se ao longo do tempo.

“Estamos num sítio, e por estarmos ali ficamos separados de outro. É um papel da geografia em vez de ser da ecologia.” O biólogo dá um exemplo oposto, um grupo de 28 espécies de gladíolos que na África do Sul é polinizado por várias espécies: pássaros, escaravelhos, traças, borboletas, abelhas. “Há grandes mudanças na ecologia das espécies, a flor muda radicalmente”, diz Luís Valente.

Multiplicação de ADN

A adaptação ao meio ambiente continua a ser imprescindível. Nas dunas, os indivíduos têm que estar adaptados a um ambiente seco e salino. Entre os cravos, existem outras plantas rasteiras, como as armérias. O chorão também desponta aqui e ali, apesar de ter um aspecto doente, como se tivesse sido queimado. A planta infestante pode vir a ser uma ameaça à população.

Segundo os manuais, esta espécie está distribuída desde Tróia até Azuebar, no Sul da Catalunha, sempre junto à costa. Mas a equipa de Luís Valente mostrou que as diferentes populações podem estar a transformar-se em novas espécies.

“Quando comparamos as sequências de ADN entre as diferentes populações dessa espécie, verificamos que já está a haver diversificação”, explica o investigador. A característica mais evidente é a quantidade de ADN que varia consoante a população. Há duplicações do ADN, um fenómeno que acontece durante a reprodução dos indivíduos.

Os cravos de Tróia, por exemplo, têm o dobro do ADN do que a população original, mas os cravos que existem em Doñana, em Espanha, têm seis vezes a quantidade de ADN. Era como se, nos humanos, houvesse uma população que, em vez de ter 46 cromossomas, tivesse 276.

Estes fenómenos de poliploidização (duplicação de ADN durante a reprodução) ocorreram independentemente nos vários locais. A espécie foi anteriormente definida pela morfologia como uma só, mas no laboratório já existem populações que não se conseguem cruzar. A especiação no Mediterrâneo continua.

“A evolução é uma coisa muito mais dinâmica do que o que se pensava, que está a acontecer agora”, constata o investigador.

A mancha rosa das dunas transforma-se por isso numa relíquia tão vulnerável como a população dispersa de D. cintranus. Luís Valente relembra que hoje só existem cinco por cento da floresta mediterrânica original. Se as espécies que existem têm uma distribuição tão pequena, a conservação desta percentagem ainda é mais urgente.

“Este cravo que está aqui é um ramo da árvore evolutiva, porque é único. Se perdemos o raminho da árvore, perdemos riqueza”, tinha dito o biólogo antes de sairmos de Sintra. A fronteira invisível onde a população de Tróia termina denuncia de uma forma ambígua essa riqueza.

Luís Valente volta a tentar: “Se calhar, ali chegaram os pinheiros e as acácias e ocuparam o lugar, se calhar, esta duna é mais antiga. Às vezes, é uma questão de sorte…”

Mesmo que nunca se descubra o motivo, é o contraste causado pelos cravos que permite a magia. Como se o mais importante fosse a possibilidade da diversidade, onde quer que aconteça.

E o estar lá.

“Eu tinha um gladíolo que só nascia mesmo na praia”, explica o biólogo, referindo-se ao Gladiolus gueinzii, da África do Sul. “Apanhava com as ondas, era a melhor planta, tínhamos que ir lá e molharmo-nos.”

Fonte: Publico.pt

domingo, 18 de julho de 2010

Esforços de conservação evitaram destruição de 17 000 000 Ha de florestas


A exploração ilegal das florestas nos países tropicais baixou muito na última década, mais concretamente 50 por cento nos Camarões e 75 por cento na Indonésia, revela um estudo do instituto britânico Chatham House. 17 milhões de hectares de floresta foram poupados.

No Brasil, a exploração ilegal baixou de 50 a 75 por cento, graças essencialmente a leis mais rigorosas e aplicadas com mais severidade.

No conjunto dos três países, os esforços evitaram a degradação de 17 milhões de hectares de floresta, ou seja, uma superfície mais vasta que a Inglaterra e o País de Gale juntos, precisa o estudo.

Nos outros dois países estudados, Gana e Malásia, os níveis mantiveram-se inalterados nos últimos dez anos.

A desflorestação representa entre 12 e 20 por cento das emissões mundiais de gases com efeito de estufa. Durante a última década, os esforços de preservação florestal permitiu evitar a emissão de 1,2 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono.

A degradação de uma floresta representa um problema mais vasto, no qual se coloca a questão da conversão de vastos espaços florestais em terrenos agrícolas.

“O nosso estudo mostra que o interesse e a pressão dos países consumidores combinados com a acção dos países produtores pode engendrar resultados muito positivos”, comentou Sam Lawson, principal autor do relatório.

Este mês, o Parlamento Europeu adoptou um documento que prevê, dentro de dois anos, a proibição da entrada no mercado europeu de madeira abatida ilegalmente. O incumprimento levará a sanções. Isto obriga os importadores de madeira ou de produtos derivados a garantir a legalidade dos seus produtos.

De acordo com o estudo da Chatham House, cinco países – Estados Unidos, França. Japão, Holanda e Reino Unido – compraram, em 2008, cerca de 17 milhões de metros cúbicos de madeira e produtos derivados ilícitos. A maioria entrou naqueles países sob a forma de produtos transformados (móveis e contraplacado), vinda essencialmente da China.

Fonte: AFP

Forest Protected Areas as a Critical Strategy for Slowing Climate Change


A new study involving scientists from 13 different organizations, universities and research institutions states that forest protection offers one of the most effective, practical, and immediate strategies to combat climate change. The study, “Indigenous Lands, Protected Areas, and Slowing Climate Change,” was published in PLoS Biology, a peer-reviewed scientific journal, and makes specific recommendations for incorporating protected areas into overall strategies to reduce emissions of greenhouse gasses from deforestation and degradation (nicknamed REDD).


“Deforestation leads to about 15 percent of the world’s greenhouse gas emissions, more than all the cars, trucks, trains, ships, and planes on earth. If we fail to reduce it, we’ll fail to stabilize our climate,” said Taylor Ricketts, director of World Wildlife Fund’s science program and lead author of the study. “Our paper emphasizes that creating and strengthening indigenous lands and other protected areas can offer an effective means to cut emissions while garnering numerous additional benefits for local people and wildlife.”

The authors highlight analyses showing that since 2002, deforestation in the Brazilian Amazon has been 7 to 11 times lower inside of indigenous lands and other protected areas than elsewhere. Simulation models suggest that protected areas established between 2003 and 2007 could prevent an estimated area of 100,000 square miles of deforestation through 2050. That is roughly the size of the state of Colorado, representing enough carbon to equal 1/3 of the world’s annual CO2 emissions. Within these efforts, location matters; protected areas in regions that face deforestation pressures would be most effective at truly reducing emissions.

"This study reinforces the wisdom behind global investments in protected areas,” says Gustavo A.B. da Fonseca, co-author of the study and Team Leader Natural Resources of the Global Environment Facility (GEF). “In addition to protecting globally important species and ecosystems, the 2,302 protected areas supported by the GEF alone span over 634 million hectares and together store an impressive 30 billion tons of CO2"

International policies for compensating forest nations for REDD are under active negotiation. To access the resulting funds, developing countries will need to develop programs and institutions to reduce forest emissions. “Protected areas represent a valuable component of national REDD programs since they already contain the necessary institutions and infrastructure to handle funds, strengthen protection and generate results,” said Claudio Maretti, Conservation Director, WWF Brazil. “Establishing protected areas usually clarifies land tenure and the associated carbon rights, which has been a sticking point in some negotiations.”

In addition, the study estimates that the cost of creating and better managing protected areas is lower than many other options to reduce emissions from deforestation. Completing and managing a network of protected areas in the developing world might require $4 billion USD annually, which is roughly 1/10 of the capital that could be mobilized by international REDD policies.

According to the study, forest nations can strengthen the role of protected areas in their REDD strategies by:

- Identifying where Indigenous Lands and Protected Areas would most effectively reduce deforestation rates and associated emissions;

- Establishing national monitoring to measure deforestation rates and quantify carbon emissions reductions;

- Establishing insurance mechanisms for illegal logging or forest fires;

- Providing indigenous groups and local communities the information and capacities they need to participate;

- Distributing payments transparently to reward those responsible for reducing emissions.

Note to Editors

The publication “Indigenous Lands, Protected Areas, and Slowing Climate Change” is available at http://www.worldwildlife.org/science/2010pubs/WWFBinaryitem15590.pdf

A MAP showing carbon stocks and potential emissions of selected forest protected areas in the Brazilian Amazon is available at http://www.worldwildlife.org/science/2010pubs/WWFImgFullitem15589.jpg

Potential emissions are estimated by simulating future deforestation through 2050, with and without forest protected areas present. The difference (depicted by orange bars) represents the reductions of CO2 emissions contributed by each forest protected area.

http://www.worldwildlife.org/who/media/press/2010/WWFPresitem15680.html

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Número de plantas desconhecidas que estão ameaçadas é maior do que o previsto


Uma equipa de cientistas ingleses e norte-americanos calculou que estão por descobrir mais dez a 20 por cento de plantas com flor, chamadas angiospérmicas. Por isso, o número de espécies ameaçadas será maior do que o actualmente estimado. Esta é a conclusão de um estudo publicado ontem na revista Proceedings of the Royal Society B.

“Os cientistas estimam que, ao todo, podem existir entre cinco e 50 milhões de espécies, menos de dois milhões destas espécies foram descobertas até agora”, refere no comunicado Lucas Joppa, primeiro autor e investigador da Microsoft Research, em Cambridge. “Utilizando métodos novos, conseguimos refinar a estimativa total das espécies de plantas com flor e calcular quantas é que ainda não foram descobertas.”

A equipa foi buscar a informação que estava online no World Checklist of Seleceted Plant Families e no jardim botânico Kew Gardens. A partir dos dados conseguiram inferir a proporção de espécies ameaçadas. “Se calcularmos o número de espécies que agora estão ameaçadas e adicionarmos aquelas que ainda não foram descobertas, podemos estimar que entre 27 e 33 por cento de todas as plantas com flor estão ameaçadas de extinção”, diz David Roberts do Instituto de Durrell para a Conservação e Ecologia da Universidade de Kent, onde a investigação foi conduzida.

Segundo Joppa estas descobertas têm grandes implicações a nível de conservação já que, se as espécies são desconhecidas, o mais provável é serem muito raras e estarem ameaçadíssimas. “A percentagem reflecte o impacto global de factores como a perda de habitat e pode aumentar se tivermos em conta outras ameaças como as alterações climáticas”, refere o autor.

As plantas com flor foram a última grande invenção evolutiva no Reino Vegetal. Os fósseis mais antigos destas espécies conhecidos para a ciência são contemporâneas dos dinossauros. As primeiras plantas existiram há 140 milhões de anos.

Fonte: Publico.pt

terça-feira, 6 de julho de 2010

Encontro com a Ciência e Tecnologia: Genoma do sobreiro à espera de aprovação


Projectos de investigação sobre sobreiro foram debatidos ontem em Lisboa.

Um consórcio de investigadores, de empresas e de industriais portugueses quer descodificar o genoma do sobreiro, uma árvore vital para a economia portuguesa. O projecto foi submetido há cerca de três meses ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), por um grupo de três entidades liderado pela Corticeira Amorim, mas ainda não há resposta. Existe um impasse processual e os proponentes aguardam uma solução. O ministro da Agricultura, António Serrano, disse ao DN que vai averiguar a situação.

Ontem, numa das concorridas sessões do Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que decorre até amanhã no Centro de Congressos de Lisboa, essa foi uma das questões em foco.

A ideia de sequenciar o genoma do sobreiro não é de agora. Ela já germina há mais de uma década entre os investigadores que em Portugal se dedicam à genómica de plantas. E há boas razões para isso. O montado constitui cerca de um terço da floresta portuguesa e o sector da cortiça tem números fortes para apresentar no contexto da economia nacional: é o único do País que é líder a nível mundial.

Portugal detém 32 por cento da floresta de sobreiro a nível internacional, produz 52 por cento de toda a cortiça à escala mundial e processa 70 por cento de toda essa matéria-prima.

No entanto, 15 a 20 por cento do montado está afectado por doença e a qualidade da cortiça decaiu nos últimos anos. Além disso, o stress hídrico devido às secas, que se prevêem no futuro mais frequentes e mais intensas devido às alterações climáticas, coloca ainda maior pressão sobre esta floresta. Daí que uma das medidas a tomar (além das fito-sanitárias, de formação, ou outras) é a realização de estudos que ajudem a resolver estes problemas.

A sequenciação do genoma do sobreiro é um desses trabalhos de investigação, como concordam todos: investigadores, empresários e produtores incluídos.

"Sequenciar o genoma do sobreiro custará dois milhões de euros e levar- -nos-á dois a três anos a concluir", adiantou ao DN o investigador José Matos, do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB), uma das três entidades, a par da Corticeira Amorim e do Biocant (parque de biotecnologia), que submeteu o projecto ao QREN.

Ontem, na sessão Sobreiro: genoma, ecologia e produção florestal, foram unânimes as opiniões sobre a necessidade de avançar nesse sentido. E houve até quem apelasse ao ministro da Agricultura António Serrano, que coordenou a própria sessão, para "ajudar a desbloquear a situação".

O problema, segundo apurou o DN, tem a ver com as próprias regras do QREN. É suposto de um projecto no seu âmbito possa ter aplicações imediatas. Algo que não se passará seguramente com a sequenciação do genoma do sobreiro. Essa informação será sobretudo importante a longo prazo para o futuro do montado e do sector económico que dele depende.

Questionado pelo DN, o ministro da Agricultura afirmou que o desfecho terá a ver "com o mérito científico do projecto" e sublinhou que a tutela, o ministério da Economia, "está sensibilizada para questão, já que este é um sector vital para economia nacional". E prometeu: "Vou ver qual é a situação."

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 26 de junho de 2010

Botânicos redescobrem planta que se pensava extinta

Os botânicos perderam-no de vista em 1950 e deram-no como extinto mas hoje, os Jardins Botânicos de Kew anunciaram que o feto Anogramma ascensionis foi encontrado na ilha de Ascensão, no Atlântico.

O pequeno feto foi encontrado, por acaso, pelos botânicos Phil Lambdon e Stedson Stroud – do Departamento de Conservação da ilha - que faziam um inventário de rotina às espécies de plantas da ilha de Ascensão. Quando decidiram descer uma encosta da montanha Verde, o vulcão da ilha, aperceberam-se de um minúsculo feto agarrado a uma rocha. Depressa reconheceram nele o Anogramma ascensionis.

Apenas foram encontradas quatro plantas, “numa precária existência” devido à falta de água. Mas, a julgar pelos testemunhos do botânico Sir Joseph Hooker, que lá esteve em 1876, a espécie era relativamente comum na ilha. O feto foi visto pela última vez em 1958 e em 2003 foi declarado extinto. Os Jardins Kew, que ajudaram na missão, acreditam que tal se deve à competição de outras espécies de fetos mais resistentes.

Mas a descoberta foi apenas o início de um desafio conservacionista que, nos últimos meses, tem tentado recuperar uma população frágil.

Os fetos estão agora a crescer numa estufa na ilha de Ascensão e nos Jardins Kew, em Londres, a partir dos esporos produzidos por duas das plantas. Das quatro plantas iniciais existem já 60. “Vamos fazer tudo o que nos for possível para manter estes fetos vivos”, comentou Stedson.

“Até agora, o cultivo desta planta frágil está a correr conforme o previsto, provavelmente até melhor do que qualquer pessoa tenha pensado”, comentou Matti Niissalo, responsável pelo Departamento de Conservação de Ascensão.

Actualmente apenas se conhecem dez espécies de plantas endémicas em Ascensão, ilha vulcânica. As cabras introduzidas pelos exploradores portugueses por volta de 1500 alimentaram-se da vegetação da ilha, antes de as espécies serem descobertas para a ciência. Não restou muito depois da introdução de coelhos, ovelhas, ratos, burros e mais de 200 espécies de plantas invasoras.

“Esperamos que este feto seja devolvido aos seus habitats na montanha, onde terá ajudado a estabilizar aquelas encostas”, segundo os Jardins Kew.

No entanto, alertam os botânicos, “todos os endemismos de Ascensão continuam perigosamente à beira da extinção”.

“Numa altura de perda de biodiversidade sem precedentes, esta descoberta excitante dá-nos esperança de que as espécies possam resistir”, comentou Stephen Hopper, director dos Jardins londrinos.

O trabalho foi conduzido pelo Projecto de Conservação de Plantas Endémicas da Ilha Ascensão, financiado pelo OTEP (Overseas Territories Environment Programme).

Fonte: Publico.pt

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Chile ha designado su 12º Humedal de Importancia Internacional


La Secretaría se complace en anunciar que el gobierno de Chile ha designado su 12do Humedal de Importancia Internacional.

Este sitio altoandino está ubicado en la zona Central de Chile sobre la Cordillera de los Andes desde los 2500 a más de 5000 metros de altitud. Está conformado por una extensa red hídrica que incluye: ríos, esteros, glaciares, vegas andinas de altura y manantiales de aguas subterráneas. Es un área caracterizada por condiciones climáticas extremas como frío, nieve, sequía y alta radiación. Estas condiciones ambientales confieren al área su alto valor ecológico pues provee sustento a un importante grupo de fauna y flora, entre las que destacan especies endémicas como la Culebra cola corta (Tachymenis chilensis), así como especies en peligro como el matuasto (Phymaturus flagellifer), un alto número de aves migratorias y vertebrados mayores.

El ecosistema en el Sitio Ramsar Parque Andino Juncal es representativo de la zona de matorral Mediterráneo, único en América del Sur y categorizado en peligro por el Banco Mundial y WWF. Entre sus principales amenazas destacan: el sobrepastoreo, minería y desarrollo industrial. El Parque Andino Juncal está dentro del predio privado “Mineral Cordillera”, en el cual predomina el uso recreativo, educacional y científico de sus recursos.

Fuente: http://www.ramsar.org/cda/es/ramsar-news-archives-2010-ramsarsitechile/main/ramsar/1-26-45-437%5E24674_4000_2__

Doença do nemátodo afecta 88 mil hectares de floresta

Onze por cento da área total de pinheiro-bravo no território de Portugal Continental já é afectada.

A presença do nemátodo da madeira do pinheiro (NMP) - doença que se propaga através de um insecto entre os meses de Abril e Outubro, enfraquecendo e originando a morte das árvores - foi detectada em 52 concelhos, indicam dados do Ministério da Agricultura a que o DN teve acesso, estimando-se que a área afectada seja superior a 88 mil hectares (11 por cento da área total de pinheiro-bravo no território de Portugal Continental).

Os distritos mais atingidos são os de Coimbra, Santarém, Viseu e Setúbal. Apesar da criação de faixas de contenção, novos focos da doença foram detectados em 2008 nos concelhos de Arganil e da Lousã, tendo posteriormente sido descoberta a presença deste organismo em vários outros concelhos da região centro, "exteriores à zona de restrição legalmente estabelecida". Em 2009, foram identificadas e marcadas para abate cerca de 600 mil árvores hospedeiras do NMP, a maior parte das quais evidenciando sintomas de declínio.

De acordo com fonte do Ministério da Agricultura, "por uma questão de precaução, só após três anos de resultados negativos numa freguesia previamente considerada afectada [é que] esta passa a ser isenta". É por esta razão que a área de pinheiro-bravo em Boticas, por exemplo, continua a ser incluída na lista apesar de a presença de nemátodo não ter sido detectada em 2009.

Os números da Autoridade Florestal Nacional (AFN) comprovam um aumento da percentagem de resultados positivos: passou de 2,3 por cento em 2008 para 9,2 por cento em 2009 (havendo ainda casos em que foi solicitada a repetição de análises). No Alentejo, 27,8 por cento das amostras recolhidas estavam infectadas com NMP. Nas regiões Norte e Algarve não foi descoberto qualquer caso.

"Este aumento não é necessariamente um indicador linear do aumento da expressão da doença da murchidão dos pinheiros no País, reflectindo antes a estratégia de intensificação da amostragem em torno das áreas positivas com o propósito de determinar as extremas das áreas afectadas", assinala a AFN.

A mesma fonte indica que a percentagem de infecção "continua a ser baixa perante os cenários de declínio presentes no terreno", o que pode significar a presença de "outros agentes de declínio" da floresta de pinheiro-bravo, "sendo premente a eliminação das árvores afectadas". Dos exemplares marcados para abate - entre os quais se incluem árvores sãs localizadas num raio de 50 metros em torno de árvores infectadas para tentar controlar a propagação da doença - foram removidos cerca de 65 por cento (incluindo a totalidade das 30 mil árvores assinaladas no Perímetro Florestal do Buçaco).

Em declarações ao DN, o secretário de Estado das Florestas, Rui Barreiro, diz que a área de propagação do nemátodo se encontra "bem definida e contida", o que não invalida que possam surgir "novas árvores com sintomas de declínio", pelo que a situação "deve continuar a manter a preocupação dos governantes e dos responsáveis técnicos", apesar de não ser "caso único na Europa e no mundo".

"Temos aumentado a prospecção de forma a tentar circunscrever o mais possível o crescimento da área infectada com nemátodo, mas não podemos esquecer que vivemos num mercado globalizado onde a circulação de mercadorias se faz assente em paletes, a maior parte delas de pinho". Por isso, Rui Barreiro aponta a fiscalização como um "aspecto essencial" (em 2009 foram fiscalizadas 20 mil viaturas e detectados 492 casos de incumprimento), a par da gestão sustentável da floresta ("uma floresta bem gerida tem obrigatoriamente de conseguir suster alguns dos surtos de problemas fitossanitários") e do investimento em investigação.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 12 de junho de 2010

Radiografia à biodiversidade das ilhas Selvagens


Integrada no programa de trabalho da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, esta é a maior expedição de sempre do género em Portugal, com 77 cientistas participantes.

Sedimentos e amostras de rochas, pássaros, moluscos, bivalves e flora, mamíferos marinhos ou peixes de fundo, a ideia é não deixar nada por registar e inventariar. No dia 30 deste mês, no final da missão M@rbis Selvagens 2010, que está a decorrer desde quarta-feira naquelas ilhas do arquipélago da Madeira, envolvendo três navios e quase 300 pessoas, entre cientistas e guarnições, os responsáveis esperam ter o retrato mais nítido de sempre sobre a riqueza da biodiversidade nas ilhas Selvagens.

Integrada no programa de trabalho da Estrutura de Missão para Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) para além das 200 milhas náuticas - a proposta portuguesa foi apresentada em Abril à Comissão de Limites para a Extensão da Plataforma Continental das Nações Unidas e aguarda resposta -, esta é a maior expedição portuguesa de sempre do género, integrando um total de 77 cientistas de 37 instituições universitárias e de investigação portuguesas e es- trangeiras.

Além da inventariação das espécies que forem encontradas em terra, entre os 70 metros de altitude (o pico maior das Selvagens) e os dois mil de profundidade, no mar, a missão "vai testar também o M@rbis, um sistema de apoio à informação, com uma base de dados", como explicou ao DN Manuel Pinto de Abreu, que dirige a EMEPC e também a missão que está a decorrer nas Selvagens.

Ou seja, à medida que forem recolhendo a informação sobre a biodiversidade, os cientistas vão inserindo essa mesma informação na base de dados e verificar como o sistema se comporta.

Nos 20 dias da sua duração, a expedição às Selvagens tem um programa intensivo. Diariamente, há várias equipas a operar simultaneamente nos diferentes habitats: uma ou duas em terra, na chamada parte seca, uma ou duas também na zona das marés (chamada intertidal ou entremarés), dois grupos de cinco mergulhadores cada na zona de profundidade até aos 30 metros e ainda dois ROV (submarinos robotizados de controlo remoto, operados a partir do navio). Um dos ROV é o Luso, da EMEPC, com capacidade de descida até aos seis mil metros de profundidade.

"Se as condições do mar ajudarem, vamos operá-los diariamente", adiantou o responsável da missão.

E se já há alguns estudos feitos sobre espécies terrestres e marinhas da zona de marés das ilhas Selvagens, a verdade é que não existe um retrato exaustivo de toda a sua biodiverdade, sobretudo no que diz respeito às espécies que vivem a maiores profundidades. Por isso, é exactamente daí que poderão "esperar-se as maiores novidades", como resumiu Manuel Pinto de Abreu.

Os resultados da missão, além da ampliação do conhecimento sobre aquela região no Atlântico, serão também um elemento importante para consolidar a candidatura das Selvagens a Património Mundial da UNESCO, como sublinhou, no Funchal, o secretário regional do Ambiente, Manuel António Correia. O processo de candidatura foi retirado pelo executivo madeirense porque a UNESCO fez saber que faltava informação detalhada da biodiversidade marinha. A reformulação está em curso e os novos dados serão usados na nova candidatura, segundo Manuel António Correia.
Fonte: Diário de Notícias

Bases ecológicas preliminares para la conservación de hábitat en España


Bases ecológicas preliminares para la conservación de los tipos de hábitat de interés comunitario en España. 

Este trabajo es un compendio de conocimientos científicos actualizados sobre los tipos de hábitats de interés comunitario presentes en España. Para cada uno de ellos se da una definición, se hace una caracterización ecológica, se propone un método para la evaluación y seguimiento de su estado de conservación y se dan recomendaciones para su conservación. Se añade información complementaria diversa.

http://www.jolube.es/Habitat_Espana/indice.htm

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Plantas estão a fugir devido a alterações climáticas


Ecossistemas estão a mover-se no planeta para fugir ao calor, ou em busca de água.

Vêmo-la estática, de raízes entranhadas na terra, mas a vegetação, afinal, move-se. Lentamente, mas move-se. Isso está, aliás, a acontecer à escala planetária devido às alterações climáticas, como confirma um estudo global feito por investigadores da universidade da Califórnia, em Berkeley, e do departamento norte-americano para a agricultura e a floresta.

Numa avaliação de centenas de investigações de campo realizadas nas últimas décadas sobre esta questão, a equipa verificou que as plantas estão a deslocar-se globalmente no planeta em dois sentidos: no dos pólos, em busca de temperaturas mais frescas, e a caminho do equador, à procura de mais água. Também se deslocam em altitude, igualmente em busca de menos calor, como as azinheiras no lado espanhol dos Pirenéus, um dos casos identificados nos estudos feitos. O problema, afirmam os cientistas, é que o clima está mesmo a mudar.

No estudo, que saiu na revista científica Global Ecology and Biogeography, o grupo coordenado por Patrick Gonzalez, da universidade da Califórnia, passou em revista tudo o que foi publicado sobre a deslocação de florestas e vegetação, incluindo estudos de vários anos de observação, em que o clima, e não a intervenção humana directa, como desflorestação, foram determinantes.

"Esta é a primeira avaliação global que permitiu verificar a deslocação de biomas [vários ecossistemas com características específicas de solo, altitude ou macroclima]", afirmou o coordenador do estudo, num comunicado da universidade. "Não se trata de uma ou duas espécies de plantas que estão a mudar-se para outras zonas", sublinhou Patrick Gonzalez, "para que um bioma ou um ecossistema se desloquem é preciso que todo um conjunto de plantas se movimente em conjunto".

Da análise feita, a equipa contabilizou 15 casos em que houve uma deslocação de biomas no planeta, nos últimos cem anos. Além da "fuga" das azinheiras em altitude nos Pirinéus, os bosques no Sahel diminuíram e transformaram-se progressivamente em pastos, e os bosques de pequenos arbustos invadiram a tundra no Árctico, entre os 15 casos detectados.

No Sahel, o desaparecimento dos bosques tem impacto nas populações humanas, que ficam sem lenha para cozinhar. No Árctico, é o caribu que perde habitat. No futuro há riscos maiores ainda.

Mais fogos e plantas invasoras

O grupo de Patrick Gonzalez desenvolveu também um modelo para estimar os riscos futuros de deslocação de ecossistemas devido às alterações climáticas. Em algumas regiões, como a Península Ibérica, um maior risco de fogos florestais é referido pela equipa. Um alerta que o projecto SIAM sobre as alterações climáticas em Portugal já havia feito. A possibilidade de plantas invasoras como a acácia ganharem terreno é outro risco por cá.



Fonte: Diário de Notícias

Expedição vai inventariar a vida marinha das ilhas Selvagens


Chega hoje às ilhas Selvagens a maior expedição oceanográfica em Portugal, com a participação de três navios e cerca de 70 investigadores portugueses e estrangeiros. Nos próximos 20 dias, vai ser feito o levantamento exaustivo da vida marinha das ilhas Selvagens, pertencentes ao arquipélago da Madeira.

Levada a cabo pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), grupo técnico-científico do Ministério da Defesa Nacional, a expedição irá centrar-se em três vertentes: mar, linha de costa e terra, pelo que o objectivo é inventariar a fauna, a flora e os habitats marinhos entre os dois mil metros de profundidade e os 70 metros acima do nível do mar, a altitude da Selvagem Grande.

Para tal, a missão conta com os navios Almirante Gago Coutinho, Creoula e Vera Cruz (este é uma réplica das caravelas usadas nos Descobrimentos). Participa ainda o robô submarino Luso, operado à distância do Almirante Gago Coutinho, por um cabo.

"As ilhas Selvagens são muito conhecidas e estudadas a nível terrestre, mas a sua parte marinha ainda é desconhecida", sublinhou o director do Parque Natural da Madeira, Paulo Oliveira, à agência Lusa. Para o secretário regional do Ambiente da Madeira, Manuel António Correia, também citado pela Lusa, esta expedição poderá servir para consolidar a candidatura das ilhas Selvagens a património mundial da UNESCO. O processo foi retirado pelo Governo madeirense, refere ainda a Lusa, porque a UNESCO fez saber que faltava informação detalhada correspondente à biodiversidade marinha.

A reformulação do processo está em curso e a expedição, para o secretário regional do Ambiente, veio em boa altura: "Será certamente um instrumento que o Governo Regional da Madeira utilizará para repor a candidatura e, a curto prazo, poderemos ter o segundo espaço de património mundial natural, em Portugal, localizado na Madeira."

A expedição marca ainda o arranque do programa Professores a Bordo, da EMEPC, que é inédito em Portugal: embarcadas no Creoula, duas professoras de Biologia e de Geologia do ensino secundário e outras duas destacadas nos centros Ciência Viva de Estremoz e Lagos vão participar na ciência feita numa campanha oceanográfica, tal como um cientista, para depois transmitir tudo aos alunos.

Fonte: Publico.pt