quinta-feira, 10 de junho de 2010

Expedição vai inventariar a vida marinha das ilhas Selvagens


Chega hoje às ilhas Selvagens a maior expedição oceanográfica em Portugal, com a participação de três navios e cerca de 70 investigadores portugueses e estrangeiros. Nos próximos 20 dias, vai ser feito o levantamento exaustivo da vida marinha das ilhas Selvagens, pertencentes ao arquipélago da Madeira.

Levada a cabo pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), grupo técnico-científico do Ministério da Defesa Nacional, a expedição irá centrar-se em três vertentes: mar, linha de costa e terra, pelo que o objectivo é inventariar a fauna, a flora e os habitats marinhos entre os dois mil metros de profundidade e os 70 metros acima do nível do mar, a altitude da Selvagem Grande.

Para tal, a missão conta com os navios Almirante Gago Coutinho, Creoula e Vera Cruz (este é uma réplica das caravelas usadas nos Descobrimentos). Participa ainda o robô submarino Luso, operado à distância do Almirante Gago Coutinho, por um cabo.

"As ilhas Selvagens são muito conhecidas e estudadas a nível terrestre, mas a sua parte marinha ainda é desconhecida", sublinhou o director do Parque Natural da Madeira, Paulo Oliveira, à agência Lusa. Para o secretário regional do Ambiente da Madeira, Manuel António Correia, também citado pela Lusa, esta expedição poderá servir para consolidar a candidatura das ilhas Selvagens a património mundial da UNESCO. O processo foi retirado pelo Governo madeirense, refere ainda a Lusa, porque a UNESCO fez saber que faltava informação detalhada correspondente à biodiversidade marinha.

A reformulação do processo está em curso e a expedição, para o secretário regional do Ambiente, veio em boa altura: "Será certamente um instrumento que o Governo Regional da Madeira utilizará para repor a candidatura e, a curto prazo, poderemos ter o segundo espaço de património mundial natural, em Portugal, localizado na Madeira."

A expedição marca ainda o arranque do programa Professores a Bordo, da EMEPC, que é inédito em Portugal: embarcadas no Creoula, duas professoras de Biologia e de Geologia do ensino secundário e outras duas destacadas nos centros Ciência Viva de Estremoz e Lagos vão participar na ciência feita numa campanha oceanográfica, tal como um cientista, para depois transmitir tudo aos alunos.

Fonte: Publico.pt

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