sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Planta única no mundo sob investigação em Castelo Branco

Trabalhos de investigação da Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco vão permitir criar insecticidas biológicos com uma planta e preservar uma outra espécie da região que é única no mundo, disse à Agência Lusa, Fernanda Delgado, docente e investigadora.

A preservação e valorização da biodiversidade "é uma das áreas de intervenção" daquela escola do Instituto Politécnico de Castelo Branco que está actualmente a trabalhar com duas das diversas espécies vegetais da Beira Interior.

Estão sob os microscópios a Lavandula Luisieri, um rosmaninho específico do sudoeste da Península Ibérica, e a Asphodelus bento-rainhae, uma abrótea que só nasce na vertente norte da Serra da Gardunha.

No trabalho com esta espécie única, a ESA já desvendou o segredo para fazer germinar a planta a partir da semente. A Asphodelus é semelhante a um tubérculo e propaga-se de ano para ano no subsolo. Também tem uma semente, mas "não germina normalmente no seu habitat natural".

"O que nós conseguimos, após várias tentativas, foi alcançar a germinação. Os resultados devem ser apresentados numa tese de doutoramento no próximo ano", referiu Fernanda Delgado. O feito é importante para "aumentar a variedade de plantas no local de origem", explicou.

Para já, a planta não tem qualquer tipo de aproveitamento, servindo os estudos para evitar a extinção e assim garantir a biodiversidade.

No caso da Lavandula Luisieri, a ESA está a estudar os componentes químicos da espécie para "produção de insecticidas biológicos, que protejam os produtos hortícolas das pragas, mas poluam menos", explicou Fernanda Delgado.

Uma protecção mais amiga do ambiente graças a um rosmaninho com uma química diferente de outras plantas semelhantes. A Lavandula Luisieri já está a nascer em campos de produção da Quinta da Senhora de Mércules, da ESA.

"Já fizemos um ano de produção e vamos continuar", destacou. Para o futuro fica o agendamento de testes e estudos relativamente às formas de produção, "que pode ser portuguesa, espanhola ou ibérica", concluiu.

Os trabalhos da ESA estão a ser feitos em parceria com o Departamento de Química da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e com o CSIC - Consejo Superior de Investigaciones Científicas, em Madrid.

Fonte: LUSA

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