Há alguns dias atrás, o artigo da jornalista do Expresso, Luísa Schimdt, mereceu destaque no sistema de informação interno do instituto, mas, mais uma vez os Vigilantes da Natureza foram ignorados, os parágrafos do texto que referiam esta classe profissional foram simplesmente retirados. O título de facto não é um bom prenúncio, como diria o companheiro Campeão, “nunca pronunciem a palavra extinção quando se referiram aos Vigilantes da Natureza porque somos uma “raça” de sobreviventes”.
O texto a que me refiro é o seguinte:
GUARDAS DA NATUREZA EM VIAS DE EXTINÇÃOTexto publicado na edição do Expresso de 30 de Janeiro de 2010 da autoria de Luisa Schimdt (www.expresso.pt)
“O Parque Natural do Douro Internacional não tem actualmente um único vigilante para cuidar dos seus 81.150 hectares. Criado em Maio de 1998, previa contratar sete técnicos e oito vigilantes, mas, ao cabo de uma dúzia de anos, tem só quatro técnicos mal equipados... Este é apenas um exemplo do muito que se passa, ou não se passa, nas nossas áreas (des)protegidas. Três anos depois da reforma do Instituto de Conservação da Natureza, ao qual se acrescentou um 'B' (de Biodiversidade), nada a registar a não ser a fragilização da sua estrutura de funcionamento. O 'B' não trouxe bravura, nem brilho, nem brio às áreas protegidas (AP). Agrupadas agora por tipologias, e não por proximidade territorial, a mesma equipa de gestão anda aos ziguezagues da Serra da Estrela para a de S. Mamede e desta para a da Malcata, para dar só um exemplo... É certo que também há medidas positivas, como o Projecto Lince, resultante de uma contrapartida dos impactos negativos da barragem de Odelouca no Algarve. Mas acabam por ser avulsas e não compensam a precariedade em que vivem as AP, sem funcionários, sem força, sem ânimo. Nem compensam os atentados impunes que continuam: estradas (veja-se a Mata dos Medos, na Arriba Fóssil da Costa de Caparica, ou os IC na Serra da Estrela), projectos PIN e até alguns excessos das eólicas. Nos tempos de António Guterres, as áreas protegidas chegaram a ser consideradas estratégicas. Uma Resolução do Conselho de Ministros de 1998 decretava que as populações nelas residentes deveriam ser alvo prioritário de investimentos que melhorassem a sua qualidade de vida (na saúde, educação, cultura, ciência...) Na altura nada se fez. Que tal ressuscitar esta importante medida e dar-lhe finalmente aplicação no ano da biodiversidade? Só mobilizando as populações locais - antigas ou novas - se conseguirá conservar a natureza... “
Esta consagrada jornalista dá destaque à necessidade de envolver as populações locais na Conservação da Natureza, dando razão ao modo de proceder da APGVN que em todas as suas acções envolve sempre os agentes locais e as suas gentes, afinal, parece que as nossas actividades se enquadram em pleno nos objectivos da salvaguarda da Natureza e da Biodiversidade.
Texto: Francisco Correia
Fotos: Francisco Correia
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