No ano passado, os serviços de recolha e de reencaminhamento de animais sinistrados do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) receberam 86 espécimens. A maioria foi reencaminhada para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Monsanto (LX CRAS) e, depois de reabilitada, foi devolvida ao seu habitat natural.
Esse, é aliás, um dos momentos "mais gratificantes" dos Vigilantes da Natureza do Parque Natural. "Sentimos que foi mais um animal que escapou", afirma António José Silva, Vigilante da Natureza do PNSAC.
Dos 86 animais recolhidos, 14 ficaram feridos na sequencia de colisões com viaturas, enquanto 15 apresentavam ferimentos causados por tiros. "Durante a época de caça, quase todas as quintas-feiras nos é entregue um animal", conta aquele vigilante, revelando que, no ano passado, receberam também oito animais que se encontravam em cativeiro.
Segundo António José Silva, a maioria desses casos é descoberta através de denúncias anónimas. "Numa primeira abordagem, tentamos sensibilizar as pessoas para o facto de se tratarem de espécies protegidas. Na generalidade das situações, as pessoas são sensíveis aos nossos argumentos e acabam por nos entregar os animais de livre vontade", conta o Vigilante da Natureza.
De acordo com os dados do PNSAC, o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR foi a entidade que mais animais entregou nos três pontos de recolha do Parque - Ecoteca em Porto de Mós, Monumento Natural das pegadas de Dinossaurios no Bairro e Serviços Administrativos em Rio Maior - totalizando 60 exemplares. Os Vigilantes da Natureza do PNSAC recolheram 20, enquanto os restantes seis animais chegaram aos serviços do Parque através de outras entidades ou cidadãos particulares.
Dos 86 animais recebidos, 25 eram Buteos (Águia-de-asa-redonda, muito comum na área do PNSAC). Foram ainda entregues 11 corujas-das-torres, outros tantos gansos-patolas, 5 cegonhas, 5 gralhas-pretas e 4 garças-reais, entre outras espécies. "A maioria dos animais que recebemos são aves, mas também acolhemos um ou outro mamífero, como raposas ou genetas", revela António José Silva.
Fonte: O Portomosense
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