segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tartarugas encurraladas em queimas de petróleo no golfo do México


As tartarugas-marinhas e outros animais estão encurralados em regiões delimitadas pelas equipas da BP onde ateiam o fogo para queimar manchas de crude no mar do golfo do México. A denúncia foi confirmada pela administração Obama.

“O que eu compreendo é que os protocolos incluem medidas de cuidado para com a vida selvagem antes de atearem o petróleo”, disse o porta-voz da Administração nacional dos Oceanos e da Atmosfera citado pelo The Guardian. Supostamente a BP estava a ser pressionada para evitar as tartarugas.

“É criminoso e cruel e eles precisam de ser responsabilizados”, disse Carole Allen, directora do Projecto de Conservação das Tartarugas do Golfo. “Não deveria haver nenhum outro fogo de nenhum tipo até que as pessoas fossem aos locais e tratassem das tartarugas”, acrescentou.

Nos dias bons em que não há vento no mar a BP realiza incêndios controlados em vastas extensões com petróleo. A zona do incêndio é fechada com diques flutuantes resistentes ao fogo para que as chamas não se alastrem.

O problema denunciado pelos biólogos é que o óleo e uma alga chamada sargaço congregam-se nas mesmas regiões. As medusas e outros animais alimentam-se desta alga. As regiões com sargaço são lugares muito importantes para as tartarugas-marinhas jovens que não são suficientemente desenvolvidas para mergulharem até ao fundo oceânico e alimentarem-se. Assim que a BP vai para estes locais, as tartarugas ficam presas.

“Eles arrastam os diques entre dois barcos e tudo o que exista entre os barcos e lançam fogo. Uma vez que as tartarugas estejam lá dentro, já não conseguem sair”, disse o conservacionista Mike Ellis, que tem um vídeo no Youtube a denunciar que a BP impedia os conservacionistas de salvarem as tartarugas.

Já foram encontradas mortas mais de 425 tartarugas na região do derrame do petróleo, desde 30 de Abril. As organizações ambientalistas estão a pressionar a administração norte-americana para processar a BP por matar espécies em perigo durante a operação de limpeza. Matar uma tartaruga-marinha pode dar direito a uma multa superior a 40 mil euros.

Esta tragédia ameaça o ninho mais importante de tartarugas-marinhas da região ocidental. David Godfrey, director-executivo da organização Conservação da Tartaruga Marinha, quer salvar os 100 mil ovos que estão enterrados em ninhos na região Oeste da Florida e transferir para lugares seguros. “Precisamos que todas estas tartarugas sobrevivam.”

Fonte: Publico.pt

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