quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quercus consegue adiar remoção de ninhos de aves protegidas


Ministério obrigado a suspender trabalhos para retirar ninhos de uma muralha em Elvas por causa de providência cautelar.

O Ministério do Ambiente suspendeu esta quarta-feira os trabalhos para retirar ninhos de uma muralha em Elvas, onde nidifica uma das maiores colónias de andorinhão-preto do país, na sequência de uma providência cautelar interposta pela Quercus.

«Os trabalhos foram suspensos devido à entrada em tribunal de uma providência cautelar interposta pela Quercus», revelou à Lusa fonte do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).

A mesma fonte acrescentou que o ICNB «aguarda» a decisão judicial, que deverá ser conhecida durante a tarde, para depois equacionar como vai agir neste processo.

A Quercus avançou na segunda-feira, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco, com uma providência cautelar para suspender a eficácia da licença da remoção de ninhos.

«O que nós queremos, em nome do bom senso, da transparência e de danos que podem ser irreversíveis, que seja adiado por 48 horas a remoção dos ninhos», afirmou o vice-presidente da Quercus, Nuno Sequeira.

As autoridades pretendem retirar os ninhos da muralha da Igreja de São Paulo, um espaço que pertence ao Exército, para proceder à demolição da respectiva muralha que, segundo as autoridades, está em «risco de ruir».

A Quercus considera que a remoção dos ninhos poderá provocar a morte à maioria das crias. De acordo com Nuno Sequeira, trata-se de uma operação que está «condenada ao fracasso», uma vez que o acesso aos ninhos é «limitado».

«E as poucas crias que sairão daqui (retiradas pelo ICNB) estão condenadas à morte dado que a taxa de sucesso deste tipo de aves em cativeiro situa-se entre os zero e cinco por cento», acrescentou.

Entretanto, o ICNB pediu ao Exército para avaliar a possibilidade de se suspender a obra até à conclusão da nidificação na colónia e a alternativa de ser criado um perímetro de segurança para evitar riscos para a segurança pública.

O Exército informou o ICNB do «risco de desmoronamento» e da «não exequibilidade de um perímetro de segurança, considerando que o adiamento dos trabalhos de demolição colocaria em risco vidas humanas», argumentos que levaram à emissão da licença «extraordinária» do instituto.

O ICNB comprometeu-se a «tentar maximizar as possibilidades de recolha dos espécimes da colónia», que serão encaminhados para os seus centros de recuperação de animais selvagens.

Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/

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