quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Borboletas do México ameaçadas pelas tempestades de Inverno atípicas


As borboletas monarcas estão a enfrentar a nova ameaça das tempestades de Inverno atípicas que devastaram algumas florestas santuário no México, alertaram organizações conservacionistas.

Há muito que o abate ilegal de árvores ameaça estas borboletas na região ocidental do México, onde nuvens de borboletas cor-de-laranja e pretas são uma visão comum durante o Inverno. Mas os 117 hectares destruídos este Inverno tiveram como causa chuvas torrenciais e ventos muito fortes, disse Omar Vidal, responsável pelo World Wildlife Fund México. Fevereiro é, habitualmente, um dos meses mais secos no México. Mas este ano, dias de chuvas torrenciais e granizo vieram perturbar o equilíbrio dos ecossistemas.

A organização Nature Conservancy disse em conferência de imprensa que os estragos causados pelo mau tempo a 13 mil hectares de uma reserva de borboletas monarca (Danaus plexippus) são um duro golpe para estes frágeis animais. Este ano, o número de borboletas que chegou ao México para passar o Inverno, depois de uma migração de 3200 quilómetros desde os Estados Unidos e Canadá, foi dos mais baixos de sempre.

Nos bosques a Oeste da capital mexicana, apenas dois hectares foram ocupados com a espécie, o número mais baixo dos últimos 17 anos, salienta o biólogo Felipe Martínez Mesa, da Reserva da Biosfera Borboleta Monarca, criada em 2000 para proteger este animal. O responsável explicou à agência EFE, citada pelo jornal “El Mundo”, que a reserva não quantifica as migrações em número de insectos mas nos hectares de bosques que ocupam ao chegar. Na última temporada migratória (de Novembro a Março), a superfície ocupada passou de 5,6 hectares (2008-2009) para 1,92 (2009-2010), noticia o jornal espanhol.

“Podemos dizer que fenómenos climáticos extremos serão mais frequentes e mais intensos”, acrescentou Juan Bezaury, representante da Nature Conservancy no México.

“Se continuarem as tempestades de Inverno atípicas, a repercussão na população de insectos será muito significativa porque é aqui que se inicia o ciclo biológico de reprodução”, lembrou o biólogo Felipe Martínez Mesa.

Fonte: Publico.pt

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