A apenas um mês do encontro global para discussões sobre a preservação da natureza, o Brasil ainda não apresentou relatório oficial com o resultado de metas e compromissos assumidos nos últimos anos. A 10ª edição da COP-10 (Conferência das Partes sobre Biodiversidade) vai reunir em Nagoya, no Japão, do dia 18 ao 29, representantes de cerca de 170 países para analisar o resultado das metas de preservação da fauna e da flora assumidas em 2002 e definir quais serão os próximos objetivos até 2020.
Dados preliminares mostram que o Brasil teve avanços isolados na conservação do meio ambiente, mas não atingiu os objetivos mais importantes.
Uma das metas brasileiras mais relevantes era a de alcançar pelo menos 30% da Amazônia e 10% dos demais biomas e da zona costeira e marinha inseridos em unidades de conservação (zonas protegidas por lei, com restrição o uso e exploração). Balanço do Ministério do Meio Ambiente mostra que a Amazônia chegou perto, com 26,2% do território protegido. Cerrado (7,9%), Mata Atlântica (7,8%), Caatinga (7,3%), Pantanal (4%), Pampa (3,5%) e zonas costeira e marinha (1,5%) também ficaram abaixo do estipulado, mesmo com o crescimento do total de reservas nos últimos anos.
O aumento no número de unidades de conservação faz parte de uma lista com 51 metas de conservação, estipuladas por resolução da Comissão Nacional de Biodiversidade de 2006, quando o Ministério do Meio Ambiente era comandado pela agora candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva.
Outra meta relevante determinava redução de 75% no desmatamento da Amazônia, um quesito que foi alcançado. A derrubada da floresta caiu de 27 mil quilômetros quadrados em 2003/2004, para pouco mais de 7.000 quilômetros quadrados em 2008/2009, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O mesmo sucesso não foi alcançado na Mata Atlântica, que tinha meta de desmatamento zero, nem nos demais biomas.
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