quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Desastre / Crime Ecológico em curso na Hungria





O desastre/Crime Ecológico em curso na Hungria merece a nossa atenção já que se colocam gravosas consequências em cima das populações e dos habitats; o que terá falhado desta vez: o mesmo de sempre a convição humana de que o pior não irá acontecer graças à tecnologia.

Derrame tóxico causou quatro mortos, seis desaparecidos e 120 feridos na
parte ocidental do país.
A Hungria proclamou ontem o estado de emergência em três dos seus condados
ocidentais, um dia depois de uma torrente de lama vermelha e tóxica
proveniente de um reservatório de alumínio ter matado quatro pessoas
(incluindo duas crianças) e ferido 120. Ontem ainda havia seis
desaparecidos. O lençol vermelho que inundou segunda-feira três aldeias com
os desperdícios da refinação de bauxite, para se obter alumínio, alastrou
ontem a mais quatro. Em algumas zonas a torrente tinha dois metros de
espessura.
O chumbo e outros elementos corrosivos provenientes do reservatório de
Kolontar, existente desde 1943, causou queimaduras e irritação na vista à
população de uma série de condados, que fazem fronteira com a Eslováquia, a
Áustria, a Eslovénia e a Croácia. Calcula-se que 700 mil metros cúbicos de
lama tóxica tenham sido derramados por aquela unidade industrial, 160
quilómetros a sudoeste de Budapeste, a capital húngara, afectando
directamente 7000 pessoas nos condados de Gyor-Moson-Soprton, Vas e
Veszprem. Pelo menos 390 habitantes foram realojados e 110 salvos de zonas
inundadas pelo denso manto de material cáustico.
Equipas de limpeza começaram a fazer tudo para que a maré vermelha não
chegue ao rio Danúbio, que passa por Viena, Bratislava e Budapeste, a
caminho de Belgrado e do mar Negro. Nem sequer ao Rába, seu afluente.
A empresa proprietária do depósito onde se verificou o derrame, a MAL Zrt,
declarou num comunicado que não havia indícios de um desastre iminente,
tendo uma inspecção efectuada segunda-feira dado a entender que tudo estava
normal; mas a verdade é que o imprevisto aconteceu, tendo-se verificado o
derrame de uma substância que é ligeiramente radioactiva.

FONTE: O Público
 
 

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