Portugal tem 230 Vigilantes da Natureza no continente e regiões autónomas, mas precisa de mais 500 para fazer face às necessidades do território, disse hoje à agência Lusa o presidente da associação de profissionais do setor.
“É difícil fazer um trabalho sério com tão pouca gente”, afirmou Francisco Correia, no final do XVI Encontro Nacional de Vigilantes da Natureza, que reuniu entre sexta-feira e hoje no Parque Biológico de Gaia cerca de 60 profissionais.
Francisco Correia realçou que foi o próprio diretor do Parque Biológico de Gaia, Nuno Oliveira, que defendeu no encontro a necessidade de admitir mais “cerca de 500 Vigilantes da Natureza”.
“Se compararmos com o que existe em Espanha, segundo dados do ano passado, havia seis mil Vigilantes da Natureza. Assim se vê como os governos olham para o ambiente. Em Portugal, olha-se muito mal”, salientou.
Francisco Correia realçou que o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade tem apenas 121 Vigilantes da Natureza, estando os restantes ao serviço das comissões de coordenação regional, das regiões autónomas e das administrações regionais hidrográficas.
Para o presidente da Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN), só no arquipélago da Madeira é que existe um número “equilibrado” de Vigilantes da Natureza (35, mais quatro em admissão), o que já não acontece nos Açores (cerca de 30 para as nove ilhas).
“Nas regiões autónomas, os Vigilantes da Natureza têm uniformes condignos. No continente, o uniforme nunca está completo”, afirmou, acrescentando que também há falhas no equipamento, nomeadamente viaturas e barcos.
Conhecidos fundamentalmente por vigiarem zonas de risco de fogos florestais, os Vigilantes da Natureza desempenham também funções de fiscalização de focos de poluição, cortes de árvores, captura e tráfico de espécies, monitorização e primeiros socorros a animais e ações de educação ambiental nas escolas.
“Fiscalizamos tudo o que esteja relacionado com o ambiente”, salientou Francisco Correia.
A lei define que os Vigilantes da Natureza “asseguram, nas respetivas áreas de atuação, as funções de vigilância, fiscalização e monitorização relativas ao ambiente e recursos naturais, nomeadamente no âmbito do domínio hídrico, do património natural e da conservação da natureza”.
Fonte: Correio do Minho
Said
A proposta de carreira especial foi elaborada pelo ministério ou pela associação?