quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fluviário de Mora vai tentar reprodução em cativeiro do saramugo


    O saramugo, um minúsculo peixe que só existe nalguns afluentes do Guadiana, vai ser alvo de mais uma iniciativa para o salvar do risco de extinção.
O Fluviário de Mora vai tentar a sua reprodução em cativeiro, numa parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

É a primeira vez que o fluviário, inaugurado em 2007, leva a cabo uma iniciativa do género. “A ideia é que se possa fazer a reprodução do saramugo e que se possa depois fazer o repovoamento”, disse ao PÚBLICO José Manuel Pinto, presidente do Fluviário de Mora.

O ICNB vai recolher os peixes na natureza e cedê-los ao fluviário, em número suficiente para constituir um núcleo “que garanta a manutenção da diversidade genética que ainda subsiste nas populações selvagens”, segundo um comunicado hoje difundido.

O projecto será concretizado em instalações já existentes no fluviário, sendo acompanhado por especialistas do Departamento de Biologia da Universidade de Évora e do Centro de Oceanografia da Universidade de Lisboa.

Com apenas sete centímetros de comprimento, o saramugo é uma espécie de ciprinídeo – uma família de peixes onde se integram também as carpas – endémica da bacia do Guadiana, ou seja, só existe ali e em mais nenhuma parte do mundo. As alterações ao seu habitat e a introdução de espécies exóticas tornaram o saramugo num peixe “criticamente em perigo” de extinção, segundo a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza. Actualmente, existe apenas em determinados afluentes do Guadiana.

Outros projectos de conservação têm procurado salvar o saramugo, como um da organização ambientalista internacional WWF, lançado há cerca de três anos e que procura recuperar o habitat natural daquela espécie na ribeira do Vascão, um dos cursos de água onde ainda é encontrado.
Fonte: Ricardo Garcia/Público

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