sábado, 18 de agosto de 2012

Yao Ming, o basquetebolista que agora joga pelos ambientalistas


    Um dos jogadores de basquetebol mais conhecidos do mundo – pelo seu talento, tamanho e humor –, o chinês Yao Ming, está a percorrer África para mostrar ao seu país os efeitos do tráfego ilegal de marfim e chifre de rinoceronte.
“Reformado” desde Julho de 2011, devido a problemas causados por lesões consecutivas, Yao Ming, 31 anos, além do seu mérito desportivo, adquiriu também o estatuto de “ponte entre os Estados Unidos e a China”, ao longo da sua carreira.

A estrela da liga norte-americana de basquetebol (NBA) e uma das personalidades mais conhecidas do país, gerou mais de um milhão de comentários na rede social chinesa Weibo, quando anunciou que se ia retirar do desporto de alta competição.

David Stern, alto comissário da NBA, chegou mesmo a descrever o jogador como uma “extraordinária mistura de talento, dedicação e aspirações humanitárias.” Contudo, a parte das “aspirações humanitárias” não caíram em esquecimento nem foram descuidadas. Yao Ming está a aproveitar a sua “reforma” de uma forma pouco usual para alguém proveniente de uma cultura asiática.
“A jornada de Yao Ming, por África”

Já há vários anos que Yao Ming colaborava com a WildAid – uma organização de protecção ao tráfego de espécies selvagens - para promover a conservação da vida selvagem. Participou em campanhas polémicas como a “dizer não à sopa de barbatana de tubarão”, um prato tradicional chinês.

No entanto, ele queria ver pelos seus próprios olhos o que acontecia aos animais em África. A convite da WildAid, está pela primeira vez naquele continente para filmar um documentário sobre os efeitos da caça ilegal aos elefantes e rinocerontes, direccionado para a população chinesa. Estas duas espécies estão em perigo devido à procura de marfim ou chifre de rinocerontes, maioritariamente pelos países asiáticos.

Durante a viagem, o ex-desportista vai actualizando um blogue com o nome de “A jornada de Yao Ming, por África”.

A sua primeira paragem foi no Quénia, onde descreve como “tempo de qualidade” a tarde que passou com a Najin and Suni, dois dos sete últimos rinocerontes brancos – uma das espécies mais ameaçadas no planeta. O bom humor continua a ser um dos traços que caracteriza Ming.

O rinoceronte branco, em tempos, já esteve presente no Congo, no Uganda e no Sudão, mas, devido às constantes crises sociais que estes países enfrentam e à pouca protecção contra a caça ilegal, actualmente estão extremamente ameaçados.

Mas nem tudo são boas experiências. Em Namunyak, no norte do Quénia, deparou-se com um cenário que afirma não esquecer tão cedo. Nas fotografias partilhadas no seu blogue vêem-se cadáveres de elefantes já num estado avançado de decomposição, com ferimentos graves na cabeça, causados pela extracção do marfim. “Foi-me dito que o principal destino do marfim é a China”, acrescentou o ex-basquetebolista.

Ainda não se sabe a data do encerramento desta "tournée".

Fonte: Fábio Monteiro/Público
Foto: Kristian Schmidt/WildAid

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