sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mergulhar por entre barcos afundados em Portimão


   Projeto Ocean Revival prepara o maior parque subaquático da Europa
No fundo do mar do Algarve está a nascer o maior parque subaquático da Europa. Ao todo, quatro antigos navios da marinha portuguesa, especialmente adaptados e preparados para o turismo de mergulho, serão afundados a três milhas de distância de Portimão, defronte à praia do Alvor. Dois deles já foram afundados no passado mês de outubro (a corveta Oliveira e Carmo e o patrulha oceânico Zambeze) e mais dois se seguirão, um a 15 de junho (fragata Hermenegildo Capelo) e outro a 21 de setembro (navio hidrográfico Almeida Carvalho).

De nome Ocean Revival, o projeto nasceu com o objetivo de promover o turismo subaquático na região. O local escolhido deveu-se não só pelas suas águas calmas, mas também para assegurar que seja facilmente acessível ao maior número de visitantes. A ideia é mesmo tornar o Algarve como um grande destino de mergulho.

Apesar de ainda faltar afundar dois navios, o parque já está a funcionar e, desde novembro de 2012, que é possível mergulhar junto às embarcações afundadas, tanto em redor como no seu interior. «Os navios podem ser visitados no interior dado terem sido preparados para o efeito. Um mergulhador consegue a todo o momento ver uma saída», explica Luís Sá Couto, responsável pelo projeto. E o que se pode por lá já encontrar? «Todo o tipo de fauna e flora subaquática típicas da região. Destacamos os cefalópodes, lesmas do mar, crustáceos, safios, peixe galo, peixe porco, sargos, robalos, pargos, salemas, entre muitos outros», conta.

Destinado aos amantes do mar de todo o mundo, o Ocean Revival é baseado na crença de que o turismo sustentável é um caminho viável para proteger a biodiversidade e preservar o meio ambiente. «São quatro navios de guerra que formam um grande recife artificial único no mundo, composto por uma frota representativa de toda uma Armada, com as condições ideais para a proliferação da vida marinha».
Para criar o parque, os navios tiveram de ser preparados para serem visitados por mergulhadores com toda a segurança: «Os navios devem ser limpos de materiais contaminantes e preparados para o mergulho.
Devem ser retirados todos os materiais nocivos para o ambiente, tais como amiantos, hidrocarbonetos, todo tipo de material eléctrico e electrónico, cabos elétricos, cobres, zincos, chumbo, máquinas hidráulicas, bombas, etc. Basicamente, os navios ficam com ferro, alumínio e algumas madeiras. Relativamente à preparação para o mergulho são feitas aberturas no costado e nas paredes internas de modo a que haja luz em toda a estrutura interior e que um mergulhador que penetre no navio não deixe nunca de ver uma saída. Entre outras preparações são retiradas estruturas que possam mover-se ou desprender, são alisados os cortes feitos nas chapas, são retiradas ou soldadas portas e escotilhas impedindo que se possam fechar e bloquear mergulhadores», explica Luís Sá Couto.
Além do melhoramento de algumas infraestruturas locais, a Ocean Revival prevê que a história dos quatro navios afundados seja contada e exposta no Museu de Portimão.
Fonte: Mood/Sapo Mulher/Sónia Santos Dias


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