Um grupo de 24 cientistas internacionais alertou hoje que a temperatura global deverá aumentar sete graus até 2100, pelo que são necessárias medidas rápidas e eficazes para travar o aquecimento climatérico.
O alerta consta de um relatório divulgado pelo Instituto de Investigação sobre os Impactos do Clima, com sede em Potsdam, na Alemanha, no qual estão sintetizados vários trabalhos científicos relativos às alterações climáticas.
Nesse documento, o grupo de 24 investigadores prevê que a temperatura média do ar "suba entre dois e sete graus até 2100 "
Por outro lado, o aumento registado de 40 por cento das emissões de CO2 entre 1990 e 2008 dificulta o cumprimento da meta de limitar em dois graus a subida do aquecimento global. Este limite tinha sido fixado em Julho passado pelos dirigentes de alguns dos países mais desenvolvidos do mundo.
"Aumentam, desta forma, as possibilidades de o aquecimento climatérico ultrapassar os valor determinados", advertiram os investigadores, aludindo aos crescentes níveis de CO2 na atmosfera.
De acordo com o director do Instituto de Potsdam, Hans Joachum Schellnhuber, o relatório deverá ser entendido como "um último apelo" dos cientistas para que as negociações relativas ao aquecimento global prossigam entre os 192 países envolvidos.
"É necessário apanhar o comboio da protecção climática", declarou, numa referência às decisões que resultarão da Cimeira de Copenhaga, agendada para Dezembro.
"Eles deverão conhecer a verdade sobre o aquecimento global e as respectivas consequências", sublinhou ainda Hans Joachum Scellnhuber.
Um dos efeitos que mais preocupa a comunidade científica relaciona-se com a multiplicação de fenómenos meteorológicos extremos, que se manifestam ao nível das temperaturas (canículas) e das precipitações, como as inundações.
Outra consequência é o aumento do nível do mar, resultado do degelo das zonas glaciais, bem como a desflorestação.
Para travar o aumento previsto de dois graus, os cientistas alertam para a necessidade de travar drasticamente as emissões de CO2, no período compreendido entre 2015 e 2020.
"Uma sociedade mundial mais descarbonizada, sem emissões de CO2 ou de outros gases produzirá efeitos visíveis e duradouros", conclui a comunidade científica
Fonte: LUSA
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