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No entanto, 12 anos depois da assinatura da convenção, ainda existe um longo caminho para preservar as 28 zonas húmidas nacionais (17 no continente e 11 nos Açores).
«Temos sempre trabalho a fazer nesta área. De qualquer modo, as pessoas já estão mais despertas para a necessidade de investir na recuperação das zonas húmidas. Mas este é um trabalho que não tem fim», reconhece Maria João Burnay, directora do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas – Zonas Húmidas, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), ao AmbienteOnline.
Actualmente, avança a responsável, já todas as zonas húmidas estão dotadas de planos de ordenamento, uma das obrigações decorrentes da ratificação da "Convenção de Ramsar" por Portugal. O mesmo já não sucede em relação aos planos de gestão. Segundo a responsável do ICNB, estão em elaboração os planos de gestão do Sado, Tejo, Sapais de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Concluído está já o plano do Paul de Arzila.
«Os planos de gestão são fundamentais para se gerir no terreno, e com os diferentes parceiros, os objectivos de conservação e desenvolvimento dessas áreas», frisa Maria João Burnay.
Estado das zonas húmidas longe do ideal
Não obstante o trabalho que tem vindo a ser feito, a situação das zonas húmidas nacionais ainda está longe de agradar. António Antunes Dias, ex-director da Reserva Natural do Estuário do Tejo, aponta mesmo, pela negativa, o estado dos estuários do Tejo e do Sado, que continuam «fortemente poluídos». As indústrias pesadas são, segundo o especialista, uma das principais responsáveis por esta situação.
E deixa o alerta: «As zonas húmidas têm de ser geridas de forma anrangente e integrada. As várias entidades que interferem nas mesmas têm de saber o que está em jogo».
ICNB assinala data
As alterações climáticas são, actualmente, outro dos maiores perigos que afectam estas áreas. Talvez por essa razão, o programa de actividades previsto pelo ICNB para celebrar o Dia Mundial das Zonas Húmidas foca a relação entre a biodiversidade nas zonas húmidas e as alterações climáticas.
Este ano as comemorações irão estender-se de 1 a 7 de Fevereiro, realizando-se um evento em cada uma das sete reservas naturais integradas no Departamento de Gestão de Áreas Classificadas Zonas Húmidas.
“Cuidemos das nossas zonas húmidas... uma resposta às alterações climáticas” é o mote escolhido em 2010 para o Dia Mundial das Zonas Húmidas pelo Comité Permanente da Convenção de Ramsar, a entidade responsável pela classificação internacional de zonas húmidas como Sítios Ramsar.
Com as várias iniciativas previstas, o ICNB pretende chamar a atenção para a importância das zonas húmidas e da sua biodiversidade para travar as alterações climáticas. Recorde-se que as zonas húmidas prestam serviços essenciais para os seres humanos, graças à sua função essencial na garantia da qualidade das águas e fonte de alimentos. Mas são ecossistemas vulneráveis às alterações climáticas, em grande parte induzidas pela actividade humana. «A utilização correcta e cuidada das zonas húmidas, conservando os seus ecossistemas e a sua biodiversidade, contribui para que estas desempenhem a suas funções tão importantes para a mitigação das alterações climáticas», salienta fonte daquele organismo.
O programa desenvolvido pelo departamento do ICNB de gestão de áreas classificadas zonas húmidas inclui visitas guiadas para observar fauna e flora e conhecer os ecossistemas das diversas zonas húmidas.
Fonte: Ambiente Online
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