Quinze activistas da organização ecologista Greenpeace acorrentaram-se esta manhã às amarras de um cargueiro que transportava carne de baleia com destino ao Japão no porto holandês de Roterdão.
"Vamos ficar o tempo que for necessário até termos a certeza de que os contentores com a carne de baleia não partem para o Japão", declarou um dos organizadores do protesto, Pavel Klinckhamers, à agência France Presse.
Os manifestantes acorrentaram-se cerca das 04h30 locais (03h30 em Lisboa) às amarras de um cargueiro de pavilhão panamiano proveniente da Islândia, para alertar contra um "carregamento ilegal" de carne de treze baleias, armazenada em sete contentores.
O cargueiro, que passou por Roterdão em trânsito para o Japão, deveria sair do porto holandês às 18h00 (17h00 em Lisboa), segundo uma porta-voz da polícia, Tinet Dejonge.
A caça à baleia com fins comerciais está interditada por uma moratória da Comissão Baleeira Internacional (CBI) de 1986. Essa moratória é ignorada pela Noruega e pela Islândia e contornada pelo Japão que, explorando uma lacuna jurídica do texto, afirma pescar baleias para fins científicos.
A CBI, organização que regula a caça e a conservação dos cetáceos, criou um grupo de trabalho de 30 países para analisar uma proposta de um programa limitado de caça comercial.
Hoje, à margem de uma reunião sobre este tema a decorrer em Wellington, na qual a Nova Zelândia manifestou apoio ao programa, a Austrália anunciou que se vai opor na próxima reunião do grupo de trabalho prevista para a próxima semana em Washington.
"Estou alarmado e muito preocupado com o apoio da Nova Zelândia a este projecto que não é válido e que representa um enorme compromisso face aos países que pescam a baleia", declarou o ministro australiano do Ambiente, Peter Garrett. A Austrália opõe-se firmemente a qualquer caça à baleia e ameaçou processar o Japão na justiça internacional se este continuar a pescar.
Entretanto, no Japão, o Ministério Público de Tóquio anunciou ter acusado formalmente o ecologista neo-zelandês Peter Bethune por ter ferido um marinheiro japonês de um baleeiro, "entrado ilegalmente em propriedade privada" e colocado "entraves a actividades comerciais" durante uma acção.
Bethune pertence à organização ecologista norte-americana Sea Sheperd, que reagiu afirmando, num comunicado, que o neo-zelandês é "um prisioneiro político" e questiona "a credibilidade do sistema judicial japonês" pelas acusações "absurdas". A organização esperava que Bethune fosse acusado de entrada ilegal mas considera que "as outras acusações são políticas".
Fonte: LUSA
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