segunda-feira, 31 de maio de 2010

Liga diz que bombeiros estão preparados para um Verão “bastante difícil”


Os bombeiros estão preparados para uma época de fogos que esperam “bastante difícil”, em virtude do Inverno prolongado e rigoroso que faz habitualmente a vegetação crescer mais depressa, além de persistirem dificuldades de gestão da floresta.

“Do ponto de vista dos bombeiros tudo foi trabalhado atempadamente”, disse o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira.

O início da fase Bravo, a segunda mais crítica, foi adiado de 15 de Maio para 1 de Junho devido às condições atmosféricas reportadas pelo Instituto de Meteorologia à Protecção Civil e que indicaram até ao fim do mês de Maio temperaturas dentro dos parâmetros da época e em alguns casos até inferiores.

“É sabido que houve uma decisão, da qual discordámos, de adiamento, não porque não compreendêssemos as razões, mas pela forma precipitada como foi feita, mas de qualquer maneira o que importa é que no próximo dia 1 estará tudo pronto para enfrentar os próximos meses que prevemos que venham a ser muito difíceis”, declarou.

Duarte Caldeira referia-se ao histórico associado a Invernos rigorosos e prolongados que têm como consequência Verões difíceis do ponto de vista do risco de incêndio florestal.

“Temos, um pouco por todo o território, elevados índices de combustível, pelo facto de ter chovido até bastante tarde, o que resultou no facto de a vegetação ter crescido muito rapidamente”, disse o presidente da Liga dos Bombeiros, acrescentando que continuam a verificar-se “insuficiências muito significativas ao nível da gestão florestal do território”.

Segundo o presidente da Liga, 77 por cento da floresta é propriedade privada, dois por cento do Estado, oito por cento das indústrias e 13 por cento são baldios. “Estamos a falar de uma floresta com uma estrutura fundiária muito fragmentada, o que já por si resulta numa dificuldade adicional para uma gestão adequada do espaço e também da eliminação do combustível que está lá a mais e que constitui um risco acrescido”, explicou, referindo que por todas estas razões se esperam “meses bastante difíceis” este ano.

A Fase Bravo que agora se inicia antecede a Fase Charlie, a de maior risco de incêndios, que decorre entre 1 de Julho e 30 de Setembro.

Segundo números avançados no passado dia 17 pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, o dispositivo disponível a partir do início da Fase Bravo contará, até final de Setembro, com 22.519 operacionais e 5002 veículos de comando, intervenção e apoio.

Em relação à Fase Charlie, o dispositivo será composto por 9985 elementos, apoiados por 2177 veículos e 56 meios aéreos.

Fonte: LUSA

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