Padronizar a metodologia da monitorização da vida marinha é um dos objectivos principais da expedição MarPro 2011. Na véspera do embarque, o «Ciência Hoje», que vai acompanhar esta missão in loco, falou com José Vítor Vingada, da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem e do Departamento de Biologia da Universidade do Minho, um dos responsáveis pela mesma.
O lugre Santa Maria Manuela parte do cais de Aveiro no próximo sábado e voltará a terra no dia 4 de Agosto, depois de ter cumprido uma missão em alto mar na zona de fronteira de Portugal e Espanha. O primeiro dia será de treino e de preparação para a viagem.
Entre 50 e 250 milhas da costa, a equipa de 20 investigadores de várias universidades portuguesas e estrangeiras e outras instituições vai fazer investigação a vários níveis.
“Haverá cinco grupos principais de trabalho, três irão monitorizar e estudar os cetáceos, um, as aves marinhas e o outro o lixo na zona de protecção”, explica José Vítor Vingada. Haverá um grupo que se dedicará a “registar a acústica dos animais”. Outro vai fazer recolha de amostras de água para análise das suas propriedades físico-químicas, do zooplâncton e do fitoplâncton.
A realização destes census, além de providenciar informação de extrema importância sobre o estado na nossa costa, é também um passo fundamental para se estabelecer “uma padronização de metodologia” para a investigação marítima.
“Existe um programa europeu que se realiza de dez em dez anos. Mas a União Europeia recomenda que a nível nacional exista um plano menos dispendioso que se realize com mais frequência – de cinco em cinco anos. Com uma metodologia mais leve, será possível realizar este trabalho anualmente”, explica José Vítor Vingada.
A expedição terá duas partes, separadas por um intervalo de quatro dias, durante os quais o navio estará atracado no Parque das Nações, em Lisboa, onde poderá ser visitado no âmbito do Festival do Oceanos. Volta a partir para alto mar dia 8 de Agosto para regressar a 23. A primeira será realizada na zona norte, entre Aveiro e Vigo e a segunda vai abordar o sul.
Os investigadores da missão são da Universidades de Aveiro, do Minho e de Vigo, da SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, do ICNB - Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e do IPIMAR - Instituto de Investigação das Pescas e do Mar e da Sociedade Portuguesa da Vida Selvagem (SPVS). O projecto MarPro é coordenado por Catarina Eira e Amadeu Soares, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (UAveiro).
O projecto é financiado pelo Programa Life+ e pela SPVS.
Fonte: Ciência Hoje, Por Luísa Marinho (fotos: SPVS)
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