sábado, 1 de agosto de 2009

DIA MUNDIAL DO VIGILANTE DA NATUREZA, 31 DE JULHO DE 2009

Vigilantes da Natureza - Carreira em extinção??...

Os Vigilantes da Natureza portugueses não têm razões para comemorar o Dia que lhes é dedicado a nível mundial.

No seu dia a dia lutam para defender e preservar espécies únicas e em vias de extinção, mas, será que não serão eles os extintos num futuro muito próximo. O número de Vigilantes da Natureza não ultrapassa os 200 a nível nacional, não existe recrutamento de novos elementos há uma década, o que está a provocar a morte lenta da profissão.

O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) responsável pelas “jóias da coroa da Natureza” em Portugal, as áreas protegidas, tem nos Vigilantes da Natureza os seus representantes no terreno, mas trata-os como os parentes pobres da Conservação da Natureza.

Os uniformes que deveriam ter sido distribuídos em 2006 continuam por entregar, a formação de actualização não existe, grande parte das viaturas de vigilância e prevenção a incêndios florestais estão paradas, ou por falta de inspecção obrigatória, ou por problemas relacionados com a carência de manutenção.

Neste último mês parte dos Vigilantes da Natureza sofreram mais um ataque aos poucos direitos que ainda lhes restavam, o seu horário de trabalho foi alterado, sem aviso prévio, de uma forma ilegal e contra as Leis da República, passaram a exercer as suas funções 7 horas diárias de forma contínua, o que contraria o estabelecido legalmente.

O Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza nunca passou do papel, nunca se criou uma estrutura que permitisse a coordenação e o eficaz desempenho dos seus elementos no terreno.

Em Portugal continua-se a brincar aos Parques, não existe interesse em que o Corpo de Vigilantes da Natureza criado em 1975 desempenhe as suas funções de uma forma digna e profissional.

Nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) a situação dos Vigilantes da Natureza não é melhor, estão completamente ao abandono, por vezes as Administrações desconhecem a existência destes profissionais, talvez devido à raridade dos seus elementos.

Nas Administrações de Regiões Hidrográficas (ARH) recentemente criadas, a fiscalização praticamente não existe devido à escassez de Vigilantes da Natureza.

Nas entidades (ICNB, CCDR’s, ARH’s e nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores) em que existem Vigilantes da Natureza, a situação de abandono, de falta de condições de trabalho, de salários baixíssimos é uma realidade comum a todas elas.
Por quanto tempo mais nos vão continuar a desprezar! Até à extinção?

Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza
Apartado 1037 2711-801 Sintra Portugal
Telemóveis: 968466240/969920033/919423466


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