quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Plano do Parque Nacional (PNPG) gera polémica mas poucas propostas


Fim do prazo de discussão pública ainda não trouxe novidades ao nível das sugestões apresentadas.

A discussão pública do novo Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) termina hoje. Há quem queira prolongar o debate, mas foram apresentadas poucas propostas substanciais neste período.

Apesar do prazo da discussão pública terminar hoje, há já quem queira que o período seja alargado. O deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, Pedro Soares, considera que o período de debate deveria ser alargado no sentido de haver uma maior participação. Pedro Soares, que realizou encontros de trabalho com os envolvidos no processo, afirmou que os responsáveis pelo PNPG deveriam "ter mais atenção aos residentes e à humanização do parque".

De resto, também Agostinho Lopes, deputado do PCP, tem a questão na sua agenda considerando numa "primeira avaliação que o debate não foi tão longe" quanto deveria. O deputado comunista avança que o "Governo deveria ter começado por ouvir todos os envolvidos em vez de realizar um inquérito onde o prazo de resposta foi "reduzido".
"Este deveria ser o ponto de partida para a revisão do plano e devia ser uma oportunidade para fazer o reencontro entre a população e o parque", afirmou.

Também Daniel Alves, representante das Comissões dos Baldios de Castro Laboreiro, considera que devem haver um plano elaborado em conjunto com as populações. "Queremos fazer parte do plano, queremos sugerir porque somos parte integrante da região e ao longo dos tempos souberam protegê-la", garantiu.

Daniel Alves considera que o Ministério do Ambiente "não pode deixar passar o plano com esta metodologia". O plano em discussão é, para o mesmo responsável, "um ataque frontal aos usos e costumes das populações" que pretende nomeadamente "suprimir a caça e proibir a exploração de água nas áreas de protecção parciais".

Por outro lado, Alves critica a proibição de produzir energias alternativas "sem apresentar estudos concretos". "O PNPG tem de tirar a ilação que nós não queremos este plano", declarou.

O Movimento "Peneda Gerês Com Gente", organização cívica representante das populações, também fez um conjunto de sugestões e reclamações que vão desde a livre circulação de pessoas até ao desenvolvimento de actividades. "O PNPG já percebeu que está a seguir o caminho errado", adiantou o porta voz do movimento, José Carlos Pires mostrando-se convencido de que as sugestões serão aceites.

Já o responsável pelas Áreas Protegidas do Norte do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiverdidade, Lagido Domingos, disse ter a ideia que não existem muitas questões. Contudo, salvaguardou que não é uma ideia "real" uma vez que o usual é entregarem as sugestões no último dia de discussão.

Fonte: Jornal de Noticias

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