terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Área protegida do Douro continua sem Vigilantes da Natureza

Há três meses que o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), está sem vigilantes da natureza. O único vigilante que fiscalizava os 85 mil hectares daquele espaço protegido, a meio termo, foi-se embora em Outubro e o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) ainda não arranjou qualquer substituto.

A situação já foi denunciada pelo Bloco de Esquerda que, na Assembleia da República, apresentou um requerimento ao Ministério do Ambiente a pedir explicações, e também pelo ex-director daquela área protegida, Domingos Amaro, inconformado com a situação de "abandono" a que o PNDI foi votado. Esta situação de "abandono" resultou da reestruturação do ICNB, que ditou a concentração da gestão de todas as áreas protegidas do Norte numa única equipa, sedeada em Braga, a 250 quilómetros de distância.

A presidência do ICNB admite que os meios disponíveis actualmente nesta área classificada "são francamente escassos", quer pela ausência de vigilantes da natureza, situação que dificulta a operacionalidade do ICNB no local, "quer devido às dificuldades logísticas relacionadas com o parque automóvel necessário para a deslocação dos técnicos no âmbito das suas funções".

Na última época de incêndios florestais, os técnicos não dispunham de nenhuma viatura de primeira intervenção para poder acudir rapidamente aos fogos. O Parque Natural do Douro Internacional afiança que, nesta altura, já está em curso um processo de recrutamento externo para reforço do corpo de vigilantes da natureza e que espera fazer "um reforço da actual frota em 2010, suportado pelo orçamento do ICNB, e também através da cedência de viaturas no âmbito de projectos com financiamento europeu para a vigilância de incêndios".

O PNDI abrange os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo e conta apenas com quatro técnicos de conservação da natureza. As portas das instalações do parque em Mogadouro estão a maior parte do tempo encerradas, porque também não há funcionários administrativos, "o que impede que, quando os técnicos saem ou estão de férias, haja quem abra a porta", explica o ICNB. O instituto acrescenta que foram iniciados procedimentos para colmatar esta lacuna, cuja resolução está prevista para este ano. A falta de meios estende-se ao Parque Natural de Montesinho (Bragança e Vinhais), onde os técnicos têm seis viaturas, "embora três com limitações", confirma aquele organismo. Para aumentar a consciencialização sobre a necessidade de conservação dos rios, cem alunos de Espanha e Portugal encontram-se, amanhã, na localidade fronteiriça de Trabanca (Salamanca). Os alunos têm entre os oito e os 12 anos.

Fonte: Publico.pt

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