O comité que vai coordenar em Portugal as celebrações do Ano Internacional da Biodiversidade foi constituído ontem e deverá lançar para a semana a primeira iniciativa: o site que reunirá tudo o que por cá se vai fazer para travar a perda de animais e plantas.
“Queremos mostrar o que em Portugal se está a fazer para reverter a perda de biodiversidade, quais são os nossos problemas e que soluções existem”, explicou Elisabeth Silva, da comissão nacional da Unesco, ao PÚBLICO.
O comité, debaixo da alçada da Unesco, ambiciona ainda “sensibilizar os decisores políticos e as populações locais, que são as pessoas que estão no terreno” e promover “a criação de redes de parcerias, numa troca de experiências e de boas práticas”, acrescentou.
Para o conseguir, o comité conta com uma comissão de honra, um núcleo executivo, que vai coordenar as actividades ao longo de 2010, e uma comissão das entidades representadas e que queiram aderir com as suas iniciativas, de forma gratuita e voluntária. “Gostaríamos que a adesão fosse a nível nacional, incluindo as ilhas, e que envolvesse escolas, municípios, museus, universidades e organizações não governamentais”. Até mesmo o cidadão anónimo que tenha uma actividade em benefício da biodiversidade pode juntar-se a esta comunidade.
O núcleo executivo do comité, que ainda não foi encerrado, conta, para já, com oito elementos: Gonçalo Calado, assessor do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa; Anabela Isidoro, do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB); Margarida Santos Reis (Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa); Nuno Ferrand de Almeida (CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos); Ana Noronha (Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica); Luís Chícharo (Centro de Eco-hidrologia e zonas costeiras da Unesco), Elizabeth Silva (Comissão Nacional da Unesco) e Fernando Andersen Guimarães (presidente da Comissão Nacional da Unesco).
O site, que funcionará como uma base de dados das actividades organizadas por todo o país, deverá manter-se, pelo menos, até 2014. Isto porque, como explicou Elizabeth Silva, “o ano 2011 foi proclamado o Ano Internacional das Florestas e estas questões estão profundamente ligadas”. Além disso, esta é a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014).
Elizabeth Silva adiantou que será dada especial importância às Reservas da Biosfera da Unesco, privilegiando-as enquanto “espaços de aprendizagem”, e procurar-se-á fazer um levantamento da biodiversidade em Portugal.
O Ano Internacional da Biodiversidade foi oficialmente lançado a 11 de Janeiro, em Berlim. 2010 marca ainda o final do prazo lançado para travar a perda da biodiversidade. Agora, a comunidade internacional estuda novas metas e, eventualmente, a definição de um acordo vinculativo para esse fim que estará em cima da mesa numa cimeira da Convenção para a Diversidade Biológica a realizar em Outubro no Japão.
Segundo a UICN (União Internacional para a Conservação), o planeta tem hoje mais de 17.200 espécies ameaçadas de extinção.
Fonte: Publico.pt
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