quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Conservacionistas exigem fim do comércio de produtos derivados de tigres

Os conservacionistas lançaram ontem um grito de alarme e apelaram ao fim do comércio de produtos derivados dos tigres. A procura na China, mas também nos Estados Unidos, está a ameaçar de extinção estes grandes felinos.

Vários grupos de protecção do Ambiente consideram que 2010 é o ano ideal para fazer passar a mensagem: a Ásia prepara-se para entrar no Ano do Tigre, a 14 de Fevereiro, e a Rússia prevê uma cimeira sobre a protecção do animal em Setembro, em Vladivostok.

Apenas sobrevivem em estado selvagem 3200 tigres, cerca de metade na Índia; há um século eram cem mil. Esta queda brutal explica-se pelo aumento da população humana e pela utilização de partes do corpo do felino na medicina tradicional na China, Vietname ou Laos.

Mas, lembram, o problema não está limitado à Ásia. Os conservacionistas preocupam-se com o facto de mais de cinco mil tigres viverem actualmente como animais domésticos, em casas de particulares ou em zoos ambulantes, nos Estados Unidos.

Segundo Crawford Allan, director para a América do Norte do Programa de Protecção Traffic, os tigres que se tornam demasiado perigosos depois dos seis meses de idade arriscam-se a ter um fim trágico, uma vez que deixaram de ser úteis aos seus proprietários.

Alguns restaurantes americanos propõem mesmo carne de tigre aos seus clientes, salientou Allan numa conferência de imprensa.

“Os Estados Unidos devem fazer alguma coisa”, disse Allan. “É praticamente impossível em alguns estados saber onde estão os tigres, quantos existem e se acabam por ir parar ao mercado negro”.

O maior número de tigres mantidos em cativeiro nos Estados Unidos está no Texas, estado que tem uma legislação sobre a questão mas que a aplica raramente, denuncia Allan.

Os conservacionistas saúdam os esforços das autoridades chinesas para pôr fim ao comércio de produtos derivados do tigre. Mas salientam que o aparecimento de explorações para criação destes animais na Ásia para responder à procura crescente é um novo problema para a espécie porque, paradoxalmente, arrisca a aumentar essa procura.

“É um fenómeno extremamente perigoso para a sobrevivência dos tigres em estado selvagem”, salientou Keshav Varma, responsável da Iniciativa mundial para os Tigres, um programa do Banco Mundial.

Na Índia, várias celebridades juntaram-se numa campanha para salvar os animais que ainda sobrevivem em estado selvagem no país: 1411. A iniciativa – com anúncios nas televisões, no Facebook e YouTube – é considerada a maior campanha de sempre realizada na Índia para salvar o tigre.

Diwakar Sharma, director do Programa para a Conservação das Espécies da WWF (Fundo Mundial de Conservação) na Índia espera que esta campanha se “traduza em votos e que os políticos compreendam que as pessoas agora querem conservar o tigre por toda a Índia”.

Fonte: Publico.pt

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