A ruidosa caravana de veículos ligeiros e pesados que quinta-feira, dia 1, circulou em marcha lenta em protesto contra o mau estado do troço da EN 361 entre Amiais de Cima e Alcanede, no concelho de Santarém, parece ter dado resultado. A Estradas de Portugal (EP) já veio dizer que durante esta semana será lançado o concurso para o arranjo daquela via.
De acordo com a Estradas de Portugal (EP) serão contratadas duas empreitadas. A primeira, entre Alcanede e Amiais de Cima, de quase dez quilómetros, e numa segunda fase, o troço de quase sete quilómetros que liga Amiais de Cima a Alcanena.
Os trabalhos a executar compreendem a drenagem de águas pluviais, a regularização e reforço do pavimento com nova camada de desgaste, a construção de passeios nas zonas urbanas de Alcanede e de Amiais de Cima e a colocação de nova marcação horizontal e vertical. Trabalhos que se repetem para a empreitada da segunda fase, com a diferença na colocação de passeios na zona de Monsanto, concelho de Alcanena. Nesse traçado serão corrigidas curvas em dois troços, que estão condicionadas a parecer favorável do Parque Natural da Serra d’ Aire e Candeeiros e do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade entre os quilómetros 61,890 a 63,770 e 66,100 a 68,030. O custo estimado da primeira empreitada é de 1,5 milhões de euros, enquanto a segunda é de dois milhões de euros.
A informação responde ao desejo das populações. O troço entre Alcanede e Alcanena, que tem cerca de 17 quilómetros de extensão está extremamente degradado. Aquela via serve directamente cerca de nove mil habitantes das freguesias de Alcanede, Amiais de Baixo, Abrã e Gançaria. Na zona operam importantes indústrias como o Grupo JJ Louro e a fábrica de curtumes Inducol.
Para os coordenadores da marcha lenta, Luís Ferreira e Paulo Coelho, a iniciativa foi uma demonstração de força das populações. Quanto ao anúncio da requalificação é esperar para ver. Afinal a Estradas de Portugal já tinha informado o Movimento que o concurso público para a primeira fase de obras seria aberto até final de Março, o que não se confirmou.
Petição continua a estar disponível online
Na sexta-feira, os manifestantes criaram uma fila de carros que se estendeu por cerca de quatro quilómetros, entre Amiais de Cima e Alcanede, ao longo de duas horas. Nos cartazes podiam ler-se frases como: “Cuidado: Buracos com estrada” ou “EN 361: Já viu no buraco em que se enfiou?”. Luís Paulo, que se deslocou numa carroça puxada pelo pónei Trovão disse a O MIRANTE que não são só os automobilistas que sofrem. “Tive que ir devagar para o bicho não estragar os cascos e para não danificar as jantes da carroça”.
O empresário João Branco foi outros dos que se lançou ao volante de um dos camiões. “Andamos aqui a sofrer com oito ou nove carros nesta estrada e tanto desgaste de material. Ainda há dias rebentei pneu num buraco, acontece quase todos os dias”.
De Vespa, Maximino Ferreira, de Amiais de Cima, garantia que só por conhecer bem a estrada e os buracos é que ainda não caiu nem teve estragos de maior na motorizada. “Vou-me desviando deles”.
A petição que o Movimento Alcanede Freguesia lançou pela requalificação da EN 361 foi assinada por 4404 pessoas e continua a estar disponível no site www.alcanedefreguesia.com. As assinaturas vão ser enviadas à Assembleia da República para que o assunto seja debatido no Parlamento e ao Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias, IP. Será ainda enviada ao Governo Civil de Santarém, às câmaras de Santarém e de Alcanena e aos deputados eleitos pelo círculo de Santarém.
Fonte: O MIRANTE online
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