quarta-feira, 28 de abril de 2010

Investigadores de 12 países reunidos para encontrar artes de pesca mais selectivas


Investigadores de nove países europeus e três extracomunitários iniciaram hoje uma reunião na Horta, na ilha açoriana do Faial, para estudar artes de pesca mais selectivas, que permitam minimizar as capturas acessórias e acidentais em alto mar.

Este tema domina a terceira reunião anual do projecto internacional MADE (Mitigating Adverse Impacts of Open Ocean Fisheries), que decorre até 5 de Maio no Centro do Mar. Este projecto é financiado pela União Europeia e conta com a participação do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores.

Durante a reunião, cerca de 30 cientistas nacionais e estrangeiros vão analisar propostas para a mitigação dos efeitos negativos das capturas acessórias e acidentais das duas maiores pescarias de oceano aberto em que a frota comunitária está envolvida, a pescaria de longline de superfície e a pescaria de cerco ao atum.

Os investigadores estão especialmente preocupados com as pescarias acidentais de espécies de tubarões pelágicos, nomeadamente a tintureira, o tubarão de pontas brancas oceânico e o tubarão sedoso, e ainda do espadarte juvenil.

As medidas que estão a ser estudadas pelos especialistas para minimizar o problema deverão incluir medidas técnicas, relacionadas com a operação das artes de pesca, e medidas espaciais, referentes à delimitação de zonas ecologicamente sensíveis.

O biólogo Pedro Afonso, do DOP, revelou que a Universidade dos Açores realizou nos últimos anos algumas experiências com a tintureira, numa tentativa de compreender melhor o comportamento desta espécie.

Os dados recolhidos, que serão analisados neste encontro, revelam que os indivíduos desta espécie imigraram para fora dos Açores, contra a expectativa inicial dos investigadores, percorrendo milhares de quilómetros, mas já regressaram ao arquipélago.

Segundo o investigador, a questão em análise neste encontro assume particular importância, já que “as capturas acessórias e acidentais, em alguns casos, podem atingir até 80 por cento de um lançamento numa pescaria”, matando peixes de espécies sem interesse comercial.

Fonte: LUSA

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