O movimento defende que o Governo português deve exigir que as reservas se mantenham na bacia do Tejo, para que não se repitam os incumprimentos de caudais mínimos, e deve demonstrar o seu desagrado pela "gestão unilateral" das autoridades espanholas, que considera "contrária ao princípio da unidade da gestão hidrográfica estabelecido na Directiva Quadro da Água" aprovada pela União Europeia.
Segundo o ProTejo, os governos dos dois países deveriam definir caudais ambientais para a bacia do Tejo, de modo a evitar que a escassez de água nos períodos mais secos tenha efeitos negativos nos ecossistemas e na vida das populações.
O movimento, criado em 2009, tem-se reunido com os diversos grupos parlamentares, procurando sensibilizá-los para as suas preocupações. No dia 23 foi recebido pela Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, a quem expôs os seus objectivos de "defesa de uma gestão sustentável da bacia hidrográfica do Tejo e a consequente recusa da política de transvases em Espanha". O ProTejo agendou para 9 de Maio o segundo cruzeiro Vogar Contra a Indiferença, que pretende mobilizar centenas de cidadãos ibéricos para a luta pela defesa do rio.
No que diz respeito ao transvase para Múrcia (87,4 hm3 para irrigação e 26,6 para abastecimento de água) previsto para o segundo trimestre deste ano, o ProTejo sublinha que se vem juntar a outro de 60 hm3 já autorizado em Março. Frisando que as 15 barragens da bacia do Segura armazenavam em meados de Março 659 hm3, valor considerado positivo, a direcção do movimento português sublinha que as duas barragens da cabeceira do Tejo tinham comparativamente menos água e ficarão apenas com 23,5 por cento da capacidade se forem efectuados estes dois transvases. Acrescenta o ProTejo que, no dia 22, já a água debitada para Portugal era "inferior ao caudal mínimo ecológico semanal" estipulado na Convenção de Albufeira, o que "não garante" a saúde ambiental do Tejo em Portugal.
Fonte: Publico.pt
0 comentários:
Enviar um comentário