terça-feira, 25 de maio de 2010

Insectos: Donzelinhas preferem machos quentes


As donzelinhas, insectos da família das libélulas, preferem os machos mais quentes. A conclusão é de um estudo da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

A investigação, publicada na revista Behavioral Ecology and Sociobiology, mostra que os machos que aquecem o seu corpo ao sol são mais atractivos para as fêmeas.

Os cientistas já sabiam que os machos desta espécie usam técnicas de sedução elaboradas no processo de acasalamento, como batimentos de asas muito rápidos. Mas não conseguiam perceber se a escolha das fêmeas se devia a um melhor desempenho nestes rituais ou a factores ambientais.

Agora, usando imagens térmicas e vídeo digital capaz de captar movimentos muito rápidos, descobriram que os machos que tinham estado ao sol e tinham os corpos mais quentes tinham mais sucesso junto das fêmeas. Estudos anteriores já tinham mostrado que temperaturas corporais mais elevadas melhoram as capacidades de voo destes insectos.

"A chave foi utilizar duas tecnologias que já se tornaram baratas o suficiente para utilizar no trabalho de campo", diz um dos autores do estudo, Michael Siva-Jothy, que colaborou com especialistas japoneses no estudo das donzelinhas japonesas (Mnais costalis).

O estudo descobriu ainda que as fêmeas beneficiam de copular com machos mais quentes porque ganham acesso a territórios mais amenos, que fornecem as melhores localizações para porem os seus ovos. Nos locais mais quentes, os ovos desenvolvem-se mais rapidamente e a taxa de sobrevivência é maior, explicam os cientistas.

Por outro lado, acasalar ao sol ajuda as fêmeas a ficarem quentes enquanto põem os seus ovos na água, e melhora a sua capacidade para fugir aos predadores e aos outros machos, avançam os especialistas.

"Esta investigação mostra que as preferências das fêmeas relativamente ao acasalamento podem mudar num curto período de tempo: um macho pode tornar-se atractivo quando o seu território está ao sol, mas ser indesejável se a sua casa estiver à sombra", diz Michael Siva-Jothy.

Fonte: Diário de Notícias

0 comentários:

Enviar um comentário