sexta-feira, 28 de maio de 2010

EUA deverão suspender exploração petrolífera no Oceano Árctico até 2011

A administração Obama deverá anunciar hoje ao final do dia que vai suspender a exploração petrolífera no Oceano Árctico até 2011. Enquanto isso, a BP está a usar a nova táctica “top kill” para tapar fuga de petróleo.

Barack Obama deverá anunciar que prolongará por mais seis meses uma moratória informal à perfuração de novos poços no fundo do mar - anunciada pouco depois do acidente, a 20 de Abril -, cancelar planos para procurar novas explorações ao largo da costa do Alasca – da responsabilidade da Shell Oil, que recebeu a luz verde do Governo em Outubro do ano passado, apesar das críticas de ambientalistas - e cancelar licenças de exploração no Alasca e na Virgínia, noticia o “Washington Post”, citando fonte da Casa Branca.

Esta tarde, o Presidente norte-americano vai revelar publicamente, em conferência de imprensa, os resultados de uma investigação encomendada depois do acidente no Golfo do México relativamente à segurança nas plataformas petrolíferas.

Segundo fonte da Casa Branca, em anonimato, Obama deverá anunciar novos critérios para reforçar a monitorização da actividade petrolífera e as condições de segurança.

Enquanto a decisão parece ter agradado a ambientalistas, o mesmo não deverá acontecer com os responsáveis da indústria petrolífera. Estes consideram que a maré negra causada pela plataforma Deepwater Horizon não justifica uma moratória nacional à exploração offshore.

O senator democrata do Alasca, Mark Begich, e apoiante da exploração no Árctico, disse ao "New York Times" que foi informado das restrições pelo Departamento do Interior. Begich afirmou sentir-se frustrado porque a decisão "vai causar mais atrasos e custos mais elevados para a produção nacional de petróleo e gás".

BP já está a injectar lama pesada para tentar tapar fuga de petróleo

Desde ontem à noite, a BP está a injectar lama pesada para tentar tapar a fuga de petróleo, a 1500 metros de profundidade, no Golfo do México. Mas serão precisas 24 horas para se saber se a nova táctica, chamada “top kill” funcionou, ou não.

O novo método, nunca antes tentado a esta profundidade, consiste em injectar uma mistura de lama e químicos através do mecanismo chamado blowout preventer em direcção ao poço. Se isto funcionar, a BP aplicará cimento para selar o poço definitivamente.

A BP já veio dizer que tudo está a correr conforme o previsto. Mas na realidade, muitas coisas podem correr mal. A pressão da lama injectada pode danificar o blowout preventer e agravar as fugas.

Há 36 dias que a conduta de exploração fracturada da plataforma Deepwater Horizon tem vindo a libertar petróleo para as águas do Golfo do México, causando aquela que já é considerada a pior maré negra na história dos Estados Unidos.

“Não vamos descansar até o poço estar selado, o ambiente reparado e a operação de limpeza terminada”, garantiu Obama, citado pelo jornal “Time”.

Segundo números da Casa Branca, estão envolvidas mais de 20 mil pessoas nas operações de protecção da zona costeira e da vida selvagem. No mar, as operações de contenção da maré negra estão a ser realizadas por 1300 embarcações.

A Guarda Costeira da Luisiana informou hoje que mandou regressar a terra 125 barcos que participavam nas operações de limpeza, depois de quatro pessoas terem registado problemas de saúde. Ontem à tarde, os homens a bordo de três barcos "sentiram náuseas, vertigens, dores de cabeça e de barriga", precisou a Guarda Costeira. "Mais ninguém teve estes sintomas mas decidimos tomar esta medida como precaução", explicou o responsável da Guarda Costeira local, Robinson Cox.

Fonte: Publico.pt

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