Chama-se alaotra grebe (Tachybaptus rufolavatus). Ou antes, chamava-se, porque esta ave rara, endémica de Madagáscar, foi agora considerada extinta. Antiga residente do lago Alaotra, naquela ilha do Índico, foi avistada pela última vez em 1985.
Um quarto de século depois, a International Union for Conservation of Nature (IUCN), na sua mais recente actualização da Lista Vermelha de aves em perigo ou ameaçadas, declarou oficialmente a sua extinção.
A alaotra grebe era uma ave mergulhadora de dimensão média e de asas curtas, que não lhe permitiam voar grandes distâncias. Era sobretudo sedentária, tendo elegido como sua casa o lago seu homónimo e as zonas circundantes.
Em Dezembro de 1982 ainda foram avistados 12 indivíduos desta espécie, mas, três anos depois, já só foi possível contar dois. E esses foram os últimos. Desde então, não foi possível observar mais nenhuma ave destas, apesar dos esforços feitos pelos biólogos, que empreenderam viagens de observação nos anos seguintes, mas sem sucesso. Até hoje.
Em 1985 e no ano seguinte, e ainda em 1988, foram observadas algumas aves grebe, mas eram híbridos de outra espécie deste tipo, segundo os especialistas.
"Não resta esperança para esta espécie. É mais um exemplo de como as acções humanas não previram as suas consequências", afirmou Leon Bennun, da Birdlife International, citado pela BBC News. Bennun é o especialista que avalia o status das aves raras para a Lista Vermelha da IUCN.
A Lista Vermelha da IUCN é o documento internacional de referência sobre a avaliação das espécies e é elaborado por especialistas de todo o mundo.
A extinção do alaotra grebe ficou a dever-se a uma combinação de factores, em que pontuaram práticas de pesca adversas para esta ave e a introdução de peixes carnívoros no lago.
Fonte: Diário de Notícias
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