domingo, 2 de maio de 2010

Quercus diz que plano da Costa Alentejana é um avanço mas insuficiente

A associação ambientalista Quercus considerou hoje que a proposta de Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é insuficiente, por permitir regimes de excepção dentro do Perímetro de Rega do rio Mira (PRM).

Numa nota, a Quercus refere que a proposta de Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que esteve em discussão pública até à passada sexta-feira, "representa um avanço positivo” face às pressões dos agentes económicos e outros agentes locais.

Entre os pontos considerados positivos está a integração no plano “de regulamentação que tem a ver com a faixa marinha adjacente à área terrestre deste Parque Natural”. No entanto, sublinha que "muitas outras" áreas de alto valor ecológico incluídas no plano deveriam ser classificadas como sendo de “protecção total”, mesmo que, quando necessário, isso implique a sua aquisição ou expropriação.

A Quercus destaca sobretudo que "numa vasta área abrangida pelo PRM, que corresponde a mais de 20 por cento do Parque Natural, vigora uma espécie de regime de excepção onde o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) vê a sua intervenção limitada". Esta situação é, para os ambientalistas, “de todo inaceitável" porque defendem que o ICBN deveria ter "um papel mais efectivo nesta área".

"Estão em causa infra-estruturas agrícolas, estufas, utilização de adubos e pesticidas, a qualidade da água e solos e mesmo a possibilidade de projectos urbanístico/turísticos se desenvolverem em áreas com habitats importantes, nomeadamente no que toca às lagoas temporárias, que têm vindo a ser sucessivamente drenadas, lavradas e destruídas ao longo dos últimos anos", afirma a associação.

Os ambientalistas defendem que dentro deste perímetro "se deverá avançar tendencialmente para a reconversão das práticas agrícolas intensivas para práticas compatíveis com a conservação da natureza e da biodiversidade". Consideram também que em todo o parque deveriam ser limitadas "as habitações dispersas fora dos perímetros urbanos” e ainda que “alguns grandes empreendimentos possam ser contidos ou redimensionados".

"Muitas áreas, como a que envolve a Vila de Sagres, em parte classificada como Reserva Biogenética do Conselho da Europa, têm sofrido uma descaracterização contínua, vítimas de inúmeras pressões urbanísticas, pisoteio e circulação desregrada de veículos que vão destruindo os valores naturais aí existentes", exemplificam.

Fonte: LUSA

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