Trata-se de um pequeno aparelho que é colocado na água, para impedir, num raio de vários metros, que os golfinhos se aproximem das redes de pesca, as mesmas que se revelam mortais. Apenas na costa norte, segundo dados de 2009, há registo de 177 arrojamentos de golfinhos mortos, mais 73 do que em 2008.
Mesmo que involuntariamente, a actividade piscatória é uma das principais responsáveis pelo cenário. "Estamos a tentar que se apliquem algumas medidas de mitigação das consequências dessas actividades, tem havido boa receptividade, como mostra este projecto-piloto que agora estamos a lançar", explica, ao DN, Hélder Araújo, biólogo da Universidade do Minho e da Sociedade Portuguesa da Vida Selvagem, entidades encarregadas de monitorizar a presença destas espécies na região, através do programa Safesea.
Ao todo, serão quatro embarcações de Viana do Castelo que, esta semana, receberão este aparelho e seis da Figueira da Foz, que o já o instalaram, entre barcos de pesca de cerco e de tresmalhe. "Emitem numa frequência que só afecta os golfinhos. O aparelho, de uma empresa australiana, custa perto de 30 euros e, para já, é fornecido pelo projecto. Veremos se esta é a solução para diminuir a mortalidade nesta zona", acrescenta. Esta medida está a ser discutida ao nível comunitário.
A presença de golfinhos na costa norte tem sido constante nos últimos meses. Em Viana do Castelo há registo de dois casos no último mês. Na sexta-feira um golfinho que acompanhava uma embarcação passou várias horas na doca dos Estaleiros Navais, o que obrigou ao encerramento de um sistema de válvulas para evitar colocar em perigo o cetáceo.
Fonte: Diário de Notícias
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