A segunda maior petrolífera do mundo comprometeu-se hoje a recuperar 50 mil barris (oito milhões de litros) de crude por dia até ao final de Junho, numa resposta ao ultimato feito pela Administração Obama. O Presidente visita hoje as populações afectadas.
“Depois de ter sido instada pela administração a trabalhar mais depressa, a BP acentuou os seus esforços para conter a fuga de petróleo”, comentou um responsável da administração norte-americana. “A companhia esboçou um plano para recuperar mais de 50 mil barris por dia até ao final de Junho, duas semanas mais cedo do que a data que inicialmente tinha proposto”, acrescentou.
A Guarda Costeira norte-americana tinha dado 48 horas à BP para se organizar melhor a fim de conter a fuga, considerando que não estava a ser feito o suficiente. O acidente na plataforma petrolífera Deepwater Horizon aconteceu a 20 de Abril e desde então os Estados Unidos têm em mãos a pior maré negra da sua história.
Numa carta dirigida ao director de exploração da BP, Doug Suttles, o almirante da Guarda Costeira, James Watson, escreveu: “estou preocupado com o facto de os vossos planos actuais não permitirem uma mobilização máxima dos recursos, a fim de chegar à capacidade de recuperação (de crude) correspondente às novas estimativas sobre a fuga”. Na sexta-feira passada, o Instituto de Geofísica americano (USGS) revelou novos números sobre a quantidade diária de crude a ser derramado para o Golfo do México: em lugar dos cerca de 19 mil barris a nova estimativa fala em 40 mil.
Até ao momento, a maré negra já custou à BP 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros), revelou hoje a companhia. Este valor inclui a limpeza, confinamento, perfuração de poços de apoio, indemnizações, subsídios e uma primeira contribuição para um fundo que vai financiar a construção de ilhas artificiais ao largo do Luisiana para protecção dos ecossistemas.
Liderança de Obama enfrenta teste esta semana
Esta semana é vista como um teste à liderança de Barack Obama no problema da maré negra: amanhã, na Sala Oval, deverá dirigir-se à nação às 20h00 (00h00 em Lisboa), pela primeira vez, e na quarta-feira vai reunir-se com os responsáveis da BP, também pela primeira vez.
Hoje, Obama chega ao Golfo do México, para a sua quarta visita. Desta vez, o Presidente vai não só ao Luisiana mas também ao Alabama, Mississípi e Florida. Estes estados começam agora a sentir os efeitos da maré negra. No fim-de-semana, várias praias do Alabama ficaram sujas com bocados de crude e uma mancha de poluição está já perto da costa da Florida.
E no terreno, os sentimentos são contrários. As populações estão frustradas com a intervenção da BP para conter a maré negra mas não deixam de criticar a moratória de Obama a novas perfurações petrolíferas off-shore, dado que muitas famílias têm membros que trabalham no sector petrolífero.
Fonte: Publico.pt
terça-feira, 15 de junho de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário