A cúpula de confinamento instalada pela BP sobre a fuga de crude, a 1500 metros de profundidade, parece estar a resultar. Hoje, a companhia petrolífera revelou que estão a ser recolhidos dez mil barris por dia.
Este número quer dizer que, neste momento, estará a ser recolhido 50 por cento do crude libertado pela fuga no poço da BP no Golfo do México. Os números oficiais apontam para entre 12 mil e 19 mil barris libertados diariamente, apesar de haver investigadores que falam num máximo de cem mil.
A informação foi avançada hoje por Tony Hayward, director-executivo da BP, que deu conta do balanço da nova táctica para tentar conter a fuga de crude, iniciada na quinta-feira à noite.
Ontem, a Guarda Costeira norte-americana informou que foram recuperados seis mil barris, ou seja, o equivalente a 950 mil litros, graças a um dispositivo ligado ao navio “Discoverer Enterprise”, à superfície.
Antes desta técnica complexa, a BP – que explorava a plataforma petrolífera Deepwater Horizon a 80 quilómetros da costa e que explodiu a 20 de Abril – somou uma série de tentativas falhadas. Esta já é considerada a pior maré negra na história dos Estados Unidos. No entanto, a BP só conseguirá estancar totalmente a fuga em meados de Agosto, quando estiverem concluídos os dois poços de apoio que estão a ser perfurados desde o início de Maio, para aliviar a pressão.
Mas o que vai acontecer ao crude recuperado pela BP? O grupo britânico sublinha que a prioridade é recuperar o combustível para evitar que se espalhe pelo Golfo do México. O crude "será transportado por um navio até um terminal e depois para uma refinaria onde será tratado", informou Sheila Williams, porta-voz da BP, sem dar mais explicações.
Segundo a BP, o sistema que está a ser usado deverá permitir recuperar "a grande maioria" do crude libertado, estimado entre dois e três milhões de litros por dia, por um painel de especialistas mandatado pela administração norte-americana. Isso representa uma receita compreendida entre 840 mil dólares (701 mil euros) e 1,33 milhões de dólares (1,11 milhões de euros) por dia, se o petróleo recuperado for vendido a 70 dólares por barril.
BP já pagou 46 milhões de dólares de indemnizações
Até agora, a segunda maior petrolífera do mundo disse que já pagou 46 milhões de dólares (cerca de 38 milhões de euros) em indemnizações nas zonas afectadas pela maré negra. "Vamos continuar a pagar até que tudo esteja terminado", garantiu Darryl Willis, responsável por estes pagamentos na BP.
No entanto, na visita que o Presidente Barack Obama fez sexta-feira ao estado da Luisiana, um dos mais atingidos, este alertou para o aparecimento de casos em que a BP estaria a colocar entraves à entrega dos pagamentos a quem ficou sem trabalho por causa da maré negra. "Tendo em conta que eles (BP) não previram os riscos, não quero que outros suportem os custos desses riscos que eles tomaram. Quero garantir que eles pagam por isso", disse, então, o Presidente.
"A BP vai fazer o que for preciso pelas pessoas afectadas pelo derrame de petróleo", garantiu ontem Darryl Willis, em conferência.
Além destas compensações, a BP pagou, até agora, quase mil milhões de dólares (835 mil euros) nas operações de limpeza e na perfuração dos dois poços de apoio. Quinta-feira prometeu pagar 360 milhões de dólares (300 milhões de euros) para a construção de barreiras artificiais na Luisiana.
Tony Hayward considera "impossível prever o custo (da maré negra) mas será muito significativo".
Quinta-feira, o Estado norte-americano apresentou uma primeira factura de 69 milhões de dólares (57 milhões de euros) para compensar aquilo que a administração Obama já gastou na luta contra a poluição.
Fonte: Publico.pt
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