A cúpula que recolhe parte da fuga de petróleo do poço da BP no Golfo do México, e que foi retirada ontem devido a um acidente, já foi novamente instalada e está a funcionar, anunciou a companhia ontem à noite.
A cúpula “foi colocada com sucesso no seu lugar na (plataforma) Deepwater Horizon” às 18h30 locais (23h30 em Lisboa), declarou a BP em comunicado. Meia hora depois, o crude recomeçou a ser recolhido.
O sistema, tecnicamente designado lower marine riser package (LMRP) e instalado no dispositivo de segurança blow-out preventer (BOP), está ligado ao navio de exploração petrolífera “Discoverer Enterprise”, para onde está a ser transferido o crude.
A cúpula foi removida do BOP cerca das 08h45 locais (13h45 em Lisboa) como “medida de precaução”, depois de a BP ter detectado uma descarga inesperada de água do mar de uma válvula no “Discoverer Enterprise”.
Paralelamente, o outro sistema de recolha de crude – que implica a sua queima no navio “Q4000” – “continuou ininterruptamente durante o dia”, garante a BP.
Antes da suspensão temporária da cúpula, a BP tinha recolhido através dos dois navios mais de 27 mil barris de petróleo num espaço de 24 horas, “a maior quantidade diária recolhida até ao momento”, sublinhou.
Além disso, um total de 275 incêndios controlados a bocados da maré negra permitiu remover mais de 45,4 milhões de litros de crude das águas, revela a BP.
O Serviço norte-americano de Pescas e Vida Selvagem (FWS, Fish and Wildlife Service) libertou 62 pelicanos e um albatroz recuperados no Refúgio Nacional para a Vida Selvagem de Aransas, na costa do Texas. Esta foi a maior libertação de animais reabilitados desde o início da maré negra, a 22 de Abril. Actualmente, o FWS tem 499 funcionários no Golfo a coordenar a procura e recolha de animais petroleados e o seu encaminhamento para os locais de reabilitação.
Ontem, a NOAA (agência norte-americana de meteorologia e oceanos) levantou a proibição à pesca em mais de oito mil milhas quadradas (20,7 quilómetros quadrados) no Golfo do México porque “não observou petróleo na zona”, explica a BP. Actualmente continuam encerrados 32,5 por cento das águas federais do Golfo.
De momento, a resposta à maré negra conta com 35.600 funcionários que protegem a zona costeira, bem como 1585 elementos da Guarda Nacional, além de 6300 embarcações. Segundo as contas da BP, a maré negra já afectou 267 quilómetros do Golfo do México – aproximadamente 56 quilómetros no Luisiana, 65 no Mississípi, 69 no Alabama e 77 na Florida.
Já foram recuperados 115 milhões de litros de uma mistura de água e crude e aplicados 6,6 milhões de litros de químicos dispersantes, a maioria à superfície.
Fonte: Publico.pt
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