O responsável da obra de alimentação artificial das praias da Costa da Caparica, António Rodrigues, anunciou hoje “um aumento de 720 mil metros cúbicos de areia” registado em Maio apesar de não ter havido intervenção este ano.
“Em Maio de 2010, não houve alimentação artificial e o sistema acumulou 720 mil metros cúbicos”, garantiu o responsável, que é engenheiro do Instituto Nacional da Água (INAG), durante uma sessão pública de esclarecimentos à população e aos agentes económicos.
Segundo adiantou, “em 2008, quando acabou o enchimento artificial das praias, fizemos um balanço que resultou em um milhão de metros cúbicos no sistema, em 2009 registou-se um milhão e mais 90 mil metros cúbicos, recuperados pelo sistema”.
O objectivo da alimentação artificial das praias é contrariar a tendência erosiva que estas praias apresentam e repor o equilíbrio nas zonas de berma e espraiamento.
O engenheiro do INAG afirmou que o “mar foi benevolente” e que, além de “não se ter perdido nada, ainda se acumulou 720 mil metros cúbicos de areia”, mesmo com um inverno “atípico”.
Segundo os dados avançados pelo INAG, após a alimentação artificial da frente de praias - Costa da Caparica e S. João da Caparica - realizadas em 2008 e 2009 e feita a monitorização do comportamento das praias e das zonas submersas “não houve necessidade” do enchimento para 2010.
“Isto não significa o abandono da Costa da Caparica, no entanto, se o sistema recuperou por ele próprio, não foi necessária a nossa intervenção”, justificou o responsável.
A areia que tem sido introduzida nas praias da Costa da Caparica tem origem em dragagens feitas no canal do Porto de Lisboa.
Um dos agentes económicos presentes na sessão questionou o engenheiro sobre a possibilidade das mortes registadas este ano nas praias da Costa da Caparica estarem directamente ligadas às dragagens, o que o responsável rejeitou.
“A alimentação artificial das praias passou a ser o bode expiatório das mortes que aconteceram na Costa da Caparica. Os fundões, de que tanto se fala, existem agora como sempre existiram”, assegurou António Rodrigues.
“Isto resulta única e exclusivamente do mar da Costa que sempre teve fundões e também porque as pessoas não respeitam os alertas dados pelos nadadores salvadores nem as praias devidamente sinalizadas”, explicou.
O protocolo celebrado entre o INAG e o Porto de Lisboa prevê que a alimentação artificial seja plurianual, mas a recuperação natural do sistema este ano levou a uma alteração do calendário.
Assim, vai ser acordada uma nova adenda ao protocolo de forma a ser feita uma adaptação ao novo projecto de dragagem.
Fonte: LUSA
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