quinta-feira, 5 de agosto de 2010

15 tartarugas encontradas mortas no Algarve (COM VÍDEO)

O número de cadáveres de tartarugas que deram à costa de praias algarvias numa semana elevou-se para quinze, número que equivale normalmente a um período de seis meses, disse à Lusa um responsável do parque oceanográfico algarvio Zoomarine.

Entre os dias 29 de Julho e 04 de Agosto surgiram na costa algarvia quinze tartarugas, cinco das quais na quarta feira e na sua maioria da espécie "caretta caretta", a mais comum, embora também haja registos envolvendo tartarugas de couro.



Técnicos do Zoomarine estão a dirigir-se às praias onde as tartarugas estão a aparecer para recolher amostras dos animais na tentativa de identificar a causa de morte, que pode ter uma origem comum.

"Pode haver uma causa biológica com contornos epidemiológicos", disse à Lusa o diretor de Ciência e Educação do Zoomarine, Élio Vicente, sublinhando que os técnicos do parque estão em alerta para o caso de mais ocorrências.

"Apesar de pouco provável não afastamos a hipótese de haver uma epidemia", disse, apelando aos banhistas para os perigos que correm caso mexam nos cadáveres destes répteis, que podem transportar consigo vírus, parasitas ou bactérias.

Segundo o biólogo, normalmente quem encontra animais arrojados na costa não comunica o sucedido às autoridades, atitude importante tanto para a manutenção da saúde pública como para prevenir mais mortes.

Das mortes registadas na quarta feira, uma aparenta ter sido atropelada por uma embarcação -- algo frequente já que este répteis gostam de estar à superfície da água a apanhar sol -, outra aparenta ter estado envolvida num acidente com artes de pesca.

Quanto às restantes, a causa não é óbvia, diz Élio Vicente, acrescentando que, se houver apoio financeiro e autorização das autoridades, futuros cadáveres serão enviados para ser submetidos a autópsia para averiguar as causas de morte.

Quando os animais dão vivos à costa é pedida a colaboração dos técnicos do Zoomarine, mas quando estão mortos são as autarquias em colaboração com as capitanias que removem os animais para um aterro sanitário ou incineradora.

Neste caso, por se tratar de um fenómeno atípico, técnicos do Zoomarine estão a deslocar-se aos locais onde as tartarugas são encontradas para recolher amostras que lhes permitam analisar a origem do fenómeno.

Fonte da Autoridade Marítima do Sul reiterou à Lusa que todas estas ocorrências devem ser comunicadas às autoridades, que "sabem o que hão-de fazer" e se responsabilizarão pela remoção dos animais.

O Zoomarine é um parque oceanográfico situado no Algarve que possui um Porto d'Abrigo para onde podem ser conduzidos para reabilitação animais feridos ou ameaçados.

Fonte: Diário de Notícias

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