Parque Natural do Faial promoveu sessão de birdwatching
Os amantes da observação de aves (birdwatching) experimentam, nestes meses de inverno, a época alta da atividade nos Açores, altura em que chegam às ilhas muitas espécies vindas da Europa ou da América, que passam pelo arquipélago nas suas rotas migratórias. De entre as inúmeras atividades associadas ao turismo de natureza que se podem praticar nos Açores, o birdwatching é uma das que se destaca pelo facto da sua época alta coincidir com a época baixa do turismo dito convencional. Em algumas ilhas do arquipélago, com mais potencialidades para a observação de aves (como é o caso das Flores e do Corvo), este é já um nicho turístico de grande expressão. No Faial, tem vindo a crescer e, apesar de cativar principalmente os visitantes, a observação de aves está a ganhar adeptos entre os locais.
No passado sábado, o Parque Natural do Faial organizou uma sessão de birdwatching para assinalar o Dia Internacional das Zonas Húmidas e o Dia Nacional do Vigilante da Natureza, que se celebram a 2 de fevereiro. Tribuna das Ilhas acompanhou a sessão.
Diz o ditado que “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”. Para os amantes do birdwatching, no entanto, a verdade é precisamente o contrário. Os pássaros querem-se em liberdade, já que esta atividade consiste na observação de aves no seu habitat natural.
Com a possibilidade de observar regularmente mais de 200 espécies, entre endémicas e migratórias, o arquipélago dos Açores apresenta grande potencial para a prática desta atividade, cujos aficionados constituem já um nicho de mercado no setor do turismo digno de atenção. No Corvo, a mais pequena ilha do arquipélago, chegam já grupos de 30 a 40 pessoas, nos meses de inverno, especialmente para observar espécies acidentais americanas que ocorrem nesta altura.
A sessão de birdwatching promovida pelo Parque Natural do Faial juntou praticantes habituais desta atividade com amantes da natureza que experimentaram pela primeira vez a observação de aves, com as orientações do Vigilante da Natureza Dejalme Vargas. Num passeio a pé entre a praia de Porto Pim e o porto da Horta, foi possível observar, por exemplo, maçaricos galelos e pilritos. Entre os observadores deste grupo está André Vieira, cuja facilidade em identificar as espécies denuncia o facto de já não ser caloiro nestas andanças. Ao lado, de binóculos em punho, o filho varre a paisagem para encontrar os pássaros, com a ajuda do pai. Também ele já tomou o gosto por esta atividade. “Na Escola Secundária, fiz um workshop sobre birdwatching, gostei e continuei a praticar. Depois fiz uma pausa, mas no Natal o meu filho recebeu uns binóculos e quis começar a fazer”, conta André, para quem o birdwatching é uma atividade de família e faz parte da rotina do fim-de-semana: “aos sábados costumo fazer a costa da Lajinha e às vezes vou aos charcos de Pedro Miguel”, conta. Nos seus percursos já vai encontrando outros observadores, no entanto, como explica, continuam a ser, na sua maioria, estrangeiros.
Escrito por Marla Pinheiro
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