Maria de Jesus Fernandes, directora adjunta do departamento de gestão de áreas classificadas do litoral de Lisboa e oeste do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), considera que a candidatura das pegadas de dinossauros da Pedra da Mua, no Parque Natural da Arrábida, a património mundial da UNESCO encontra-se no “bom caminho”. No início de Novembro, uma série de peritos qualificados vai àquela zona para “avaliar o terreno e ter contacto com outros peritos nacionais”.
A representante do ICNB tem expectativas “positivas” para a conclusão desse projecto, acreditando que aquele conjunto irá ser “qualificado”. O trabalho, que está a ser realizado desde 2006, tem, segundo Maria de Jesus Fernandes, corrido “bastante bem”, uma vez que não tem havido “quaisquer problemas”, havendo apenas a “preocupação” por parte do instituto no cumprimento de prazos para a sua execução. Além disso, a representante do ICNB acrescenta que este projecto nasce de uma “preocupação a nível nacional de preservação” dos pontos históricos do país.
A jazida da Pedra da Mua contêm “pistas de saurópodes e de terópodes do Jurássico superior”, revela o ICNB, acrescentando ainda que as pistas paralelas de saurópodes são consideradas “a primeira evidência de comportamento gregário entre saurópodes”. Nesse sentido, o instituto considera aquele local como sendo de “excepcional interesse geológico e paleontológico, tendo valor universal do ponto de vista científico, didáctico e patrimonial”. A Pedra da Mua está englobada numa candidatura ibérica, no qual estão também inseridas a Pedreira do Galinha e o Vale de Meios, ambas situadas no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Maria de Jesus Fernandes destaca que a candidatura, por ser comum entre Portugal e Espanha, é “bastante positiva”, tendo, por isso, “um peso maior”.
A candidatura foi enviada em Janeiro de 2009, tendo sido coordenada pelo ministério do Ambiente em parceria com as autoridades espanholas. O projecto, todavia, iniciou-se com o arqueólogo nacional, Galopim de Carvalho, que a impulsionou e pediu a sua classificação quando era director do Museu de História Natural.
Fonte: http://www.setubalnarede.pt/ , Miguel Alexandre Pereira
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