O movimento cívico "SOS Costa Norte" manifestou-se hoje contra a construção de um percurso pedonal em madeira no interior da cratera da Lagoa do Fogo afirmando ser "um atentado" à preservação daquele ponto turístico de São Miguel (Açores).
"Não se trata de uma medida correcta numa Reserva Natural. A Lagoa do Fogo distingue-se das outras por se manter praticamente intacta e esta intenção do Governo, apoiada pela Câmara da Ribeira Grande não é de todo a mais indicada", disse à agência Lusa Filipe Tavares do movimento "SOS Costa Norte", que lançou terça-feira uma petição na internet.
Segundo Filipe Tavares, o percurso pedonal em madeira irá ligar a parte final do trilho pedestre que vem da Lombadas até à areia das praias da Lagoa do fogo.
"Trata-se de um percurso construído em Madeira, de cerca de 500 metros de comprimento que percorre toda aquela planície onde se encontra a lagoa mais pequena dentro da cratera da Lagoa do Fogo", descreveu um dos signatários da petição.
Para Filipe Tavares, "não se trata de uma medida correcta", porque a reserva natural "não deve sofrer qualquer tipo de intervenção a não ser a limpeza e manutenção do que já lá existe".
"Os acessos à Lagoa do Fogo devem ser limitados, por forma a preservá-la. Os que existem são suficiente e não se deve juntar mais nada. O que precisamos é de mais Vigilantes da Natureza, e de um sistema de contra-ordenação eficaz para o combate aos agentes poluidores", sustenta a petição que está a circular na internet.
Filipe Tavares explicou que são necessárias, no mínimo, 300 assinaturas para que a petição dê entrada no Parlamento açoriano, mas o movimento "SOS Costa Norte" espera "uma grande adesão" à iniciativa, até porque trata-se de "uma questão relacionada com o principal ponto turístico de São Miguel".
Contactado pela Lusa uma fonte do gabinete do secretário regional da Economia garantiu que o passadiço vai "evitar estragos" na vegetação endémica do local, dando ainda condições de segurança aos visitantes.
A mesma fonte garantiu que a proposta teve o parecer favorável da secretaria do Ambiente e confirmou que a construção em causa vai avançar.
Idêntica opinião manifestou o presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores, considerando que é "uma opção claramente para proteger a vegetação".
"Os visitantes passarão a dispor de melhores condições no trilho, evitando-se também estragos na vegetação endémica", frisou Sérgio Diogo Caetano.
Fonte: Lusa
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