O ano de 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade e é também o ano chinês do tigre. A coincidência é feliz, já que este grande felino está no topo da lista dos dez animais que maiores riscos de extinção correm, segundo uma lista elaborada pelo Fundo para a Conservação da Natureza (WWF, na sigla em inglês), e vai servir de mote para as campanhas para a sua conservação durante todo o ano.
“O tigre vai ter uma importância icónica especial este ano”, disse ao jornal britânico "The Guardian" Diane Walkington, responsável pelo programa das espécies na WWF do Reino Unido. Outros animais nesta lista são os não menos icónicos ursos polares e pandas, mas este ano cedem a posição de ribalta ao tigre.
Das nove subespécies de "Panthera tigris" existentes no mundo, três (de Bali, do Cáspio e de Java) extinguiram-se no último século, e não se avistou nenhum animal de uma quarta subespécie, a dos tigres do Sul da China, nos últimos 25 anos.
Aliás, o último século não foi nada meigo para estes grandes carnívoros: a população de tigres foi reduzida em 95 por cento.
Isto foi resultado, por um lado, da caça normal e do avanço das populações humanas para áreas que antes eram florestas onde os tigres reinavam, mas também da caça furtiva, para obter apenas algumas partes do animal, usadas na medicina tradicional asiática.
Hoje, acredita-se que restem apenas cerca de 3200 tigres em todo o planeta (os de Benguela, Amur, da Indochina, de Sumatra e da Malásia). E, em alguns casos, as alterações climáticas estão a contribuir bastante para pôr em causa a sobrevivência destes grandes gatos, tal como a de outros animais dos ecossistemas sensíveis onde eles habitam. É o caso dos tigres nas zonas húmidas de Sunderbans, no Bangladesh e na Índia.
“Para salvar o tigre, temos de salvar também o seu habitat — onde vivem muitas outras espécies ameaçadas. Por isso, se conseguirmos salvar o tigre, vamos também conseguir salvar muitas outras espécies ao mesmo tempo”, disse Wakington ao "Guardian".
Daí a eleição de 2010 como o ano do tigre. O objectivo é mais do que duplicar a população destes grandes felinos até ao próximo ano chinês do tigre, em 2022.
Fonte: PÚBLICO
domingo, 3 de janeiro de 2010
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