sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Peixes do rio Mondego vão ter ponte para passar sobre açude de Coimbra

Peixes como a lampreia e o sável vão poder passar sobre o açude de Coimbra graças a uma escada, cujo auto de consignação foi assinado ontem, na presença da ministra do Ambiente, Dulce Pássaro.

A escada de peixes representa um investimento de cerca de 3,5 milhões de euros, incluindo IVA, que permitirá conciliar as funções de “um açude-ponte multiusos”, ao nível da rega e do abastecimento de água à indústria, com os objectivos ecológicos, no entender de Dulce Pássaro.

Por outro lado, sublinhou, “a pressão sobre a lampreia e o sável deixa de existir”, o que se traduz também em vantagens económicas para os concelhos do distrito de Coimbra banhados pelo Mondego, possibilitando que aquelas e outras espécies piscícolas ascendam como no passado para as zonas a montante do açude-ponte.

A ministra considera que a escada “tem muita importância” para a salvaguarda da biodiversidade do rio Mondego, especialmente para estas “espécies importantes para a economia da região”. Todos os anos, a gastronomia tradicional à base da lampreia atrai milhares de visitantes a Penacova, Montemor-o-Velho, Coimbra e Figueira da Foz.

Dulce Pássaro lembrou que quando o açude-ponte do Mondego foi construído, nos anos 80, foi instalada uma primeira escada de peixes, a qual “não se revelou tão eficiente como se pretendia”. A nova escada “foi objecto de estudos científicos” e garante “mais segurança para atingir os objectivos”.

O projecto prevê “o controlo do trânsito das espécies para montante e para jusante”, determinante “para obter a avaliação da eficácia da passagem de peixes”, através da instalação de um sistema de monitorização biológica e hidráulica, que terá “funções técnicas, científicas e didácticas”.

Foi igualmente incluída no projecto a construção de uma sala para visitas públicas.

Na cerimónia presidida pela ministra do Ambiente, que homologou no local a adjudicação da obra à empresa Tecnovia Açores, intervieram ainda Teresa Fidélis, presidente da ARHC, José Manuel Proença, do Instituto Nacional da Água, Pedro Raposo de Almeida, professor da Universidade de Évora, e Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

Fonte: LUSA

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